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Todos los capítulos de Deserto da Fronteira : Capítulo 61 - Capítulo 70
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061
Helena desmoronou. Um buquê de balões chegava a ela, com uma simpática pelúcia e um cartão. Gregory indicou, com o olhar o balcão. Alguém sabia do incidente, apesar que segredos eram algo difícil de manter naquele trabalho. Gregory jamais sequer se esforçou para manter qualquer um, já que sempre achou que era desperdício de energia. Ela demorou para se acalmar, mas, mesmo assim, seu olhar não se levantava, estava muito ferida, em muitos sentidos. — Ei, garota. - Ele segurou a mão dela quando ela o libertou. - Vou voltar para o escritório, mas quero que me ligue, seja o que for, não importa o quão insignificante julgue alguma coisa, eu gostaria que me chamasse para contar. Consegue fazer isso? - Ela concordou. - Boa menina! Veja: achei seu tablet e seu porta jóias. Estavam em lugares diferentes. Aqui. - Ele entregou uma pasta para ela, nova. Dentro, baterias, tablet, celular e fones. - Mais tarde, trago roupas e calçados confortáveis. - Ela concordava, em gestos, com os lábios pressi
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062
Martha chegava a um luxuoso prédio residencial, em Austin. Seu empregador a remunerava para cuidar de uma mulher. Mãe, talvez. Ela se apresentou na recepção. Uma mulher preta, alta, de corpo bonito e sorriso cativante. De turbante na cabeça, de cores impressionantemente vívidas, lhe coroava tranças delicadas e longas. Acessórios coloridos, sobre a camisa, de mangas sete oitavo, branca, chamavam atenção para o rosto de maquiagem bem desenhada. Usava uma pantalona, de cor vibrante e padrões atraentes, sobre saltos. A recepcionista a via chegar, rica, resoluta. Era uma rainha, de olhos negras e pele marrom, vinda de sonhos mitológicos. — Martha Duvivier. - Ela se apresentou. - Estou sendo aguardada. — Certamente, Doutora Duvivier. - A jovem, encantada, a recebia. Martha se orgulhava de si. Logo, chegava à vasta cobertura, de visão panorâmica, de onde se via os quatro cantos da capital. "Isso aqui é poder!" A mulher comemorava. Do outro lado da sala, o homem, de camisa preta e ca
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063
Helena sentia algo diferente pelo amigo naquele momento. Martha não ousou atravessar a porta. Espionava aquela doce confissão sem palavras alguma. — Eu não quero acordar desse sonho tão bonito. - Ele confessou, flertando, romântico. Helena o beijou outra vez, não se acanhava mais com ele. Gregory lhes permitia aquela intimidade tímida e bonita. Ela se sentia segura ali e ao seu lado. - Namora comigo? - Helena concordou. Ele era o homem mais feliz do universo naquele momento. Dario recebia a notícia por Johnson: estavam em Austin, não restavam vínculos ali. O mexicano sentia que ela havia escoado entre seus dedos. — Anote os dados para contato do penhor, chefe. Aqui é o Roberts. - Dario ouvia a voz do homem ao telefone, surpreendia-se. A mulher daquelas imagens era sua Helena. Ela o havia superado e aquilo o magoava em algum ponto de sua alma, mas, agora, ele queria voltar para ela. No material que Dario recebeu, horas e horas de gravações escandalosas, por toda uma casa. Em algu
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064
— Eu gostaria de entender melhor a paixão de meu filho. - Hellen seguia, espinhosa. - Talvez pudesse me dizer como se conheceram. — Oh, sim! - Helena olhou para Martha. - Martha, querida, poderia nos deixar a sós? Creio que este seja um diálogo que necessite de muita discrição. - Hellen aprovava aquela postura decente de tratar os assuntos mais internos de forma sutil. Martha assentiu em um gesto e saiu. — Exótica sua assistente. É estadunidense? - Hellen observava, discreta. A própria Helena a servia de mais refresco. — Não, Senhora Stuart. Minha assistente é haitiana. Fisioterapeuta por vocação. Recomendo, inclusive. Jamais conheci uma massagista com mãos tão hábeis. - Helena elogiava a mulher. Martha, por trás da porta, a ouvia orgulhosa de si. "Que mulher magnífica!" Pensava, feliz. - Voltando ao ponto: Gregory foi meu instrutor na academia, nos conhecemos assim. Depois, tornou-se meu médico, a vida, em campo, não é exatamente afável com seus desafiadores. — Você me parece m
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065
No salão de festas, Gregory e Helena foram recepcionados. Katrina estava exuberante, ao lado de Hellen, conversavam e riam entre si. Uma jovem, de olhos verdes e cabelos loiros, esnobe, vinha em linha reta em direção a ele. Era bonita e tinha uma postura exigente e mimada. — Pai. - A menina disse, com certa reprovação na voz. - Não vai me apresentar a sua... - A jovem fez uma pausa dramática, encarando Helena com desprezo, medindo-a, de cima a baixo. - Amiguinha? - Gregory sentiu Helena soltar seu braço, mantendo sua dignidade. — Scarlet, está é Helena. Helena, minha primogênita, Scarlet. - Gregory disse, começava a se sentir ansioso e agitado. Helena mantinha a pose impassível e nobre. — Ah. - A moça disse, ainda desdenhando de Helena. — É um prazer conhecê-la, senhorita Stuart. - Helena disse, formal e educadamente. — Que seja. - Scarlet respondeu, de qualquer jeito. - Mamãe está aqui. Poderia mandar essa... - Ela revirou os olhos. - "Amiga" embora? Não quero que a mamãe fi
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066
— Por acaso, o cara aniversariando ali. - Mark apontou o salão. - Me contaram que também é meu pai, inclusive, que discussão ridícula é essa perto dessa moça. Sua esposa não está lá dentro, Gregory? — Ex. A que suas patinhas estão tocando é minha namorada. - Gregory afirmou, categórico. Mark se aproximou, devagar, sentia a respiração fraca dela. - Se afasta, Mark. - Brad via a situação escalar, continha Gregory para que não atacasse Mark. Hellen via três dos filhos em torno de Helena, desfalecida, nos braços de Mark. Brad segurava Gregory, de seus filhos, o mais rebelde e impetuoso. — Parem. - Os três homens ouviam a ordem da mãe. Hellen tinha o caos sob controle. - Você. - Apontou para Greg. - Ligue para que a assistente venha buscá-la. — Mas... - Gregory tentava argumentar. — Nem mais e nem menos. - Ela cessava o argumento. - Você, solta essa mulher. - Mark se levantou, com Helena no colo e a entregou para Greg. - E você, vai para dentro. Falo com você mais tarde. - Aponto
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067
Gregory tinha aquele quase toque suave sobre a pele do pescoço e da nuca de Helena, a mão, delicada, do homem, lhe corria as costas com leveza. Ele percebia que estava excitada, o corpo não negava. O beijo sutil de Gregory tocou a pele do ombro de Helena, fazendo uma onda elétrica correr, ela não tinha controle sobre seu corpo, que estava à mercê do homem, cuja virilidade se anunciava conta seu quadril. Ela tensionou, estava petrificada. Gregory percebeu o recuo repentino. Decidiu parar, aquele era o mais longe que poderia chegar por algum tempo, até que ela sentisse segurança nele. — Me desculpe. - Ele se afastou, deixando-a só por algum tempo. Helena desabou em lágrimas angustiadas assim que a porta de fechou. Não havia uma explicação. Ela passou por algo brutal quando Peter a atacou, mas estava fora de si, não tinha memórias alguma além do estrangulamento e não entendia a reação. — Helena? - Ela ouviu a voz de Martha, que a procurava. - Helena? - A mulher a encontrava, sob o
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068
— O que quer dizer com "Não lhe diz respeito"? Sabe quem eu sou? - Scarlet não media o risco a que se expunha, fazendo uma cena com aquela mulher com uma cicatriz de tiro no braço. Aquilo, para Mark, significava que não era uma garota que se acanhava. Scarlet chamava a atenção para si, Mark se levantou, encobrindo a visão da garota e ocultando-a de Helena, que lhe parecia realmente perigosa. Por menos que gostasse da menina, gostava menos ainda de finais violentos e aquela lhe parecia uma mulher propensa à violencia selvagem.— Scar, pare. - Mark impôs. - Sabe quem é. Não deveria fazer uma cena tão humilhante aqui. Isso não é um playground, garota. - Ele ralhou, firme, com a jovem. — Eu sou a auxiliar assistente da secretaria do presidente! Você não tem o direito de me maltratar assim, tio. Vou contar tudo para o meu pai! - A jovem bradou, fazendo com que um riso saltasse de Helena. - E você? Acha que é quem para vir aqui e relinchar, sua... sua... - A jovem se enfurecia. - Helena se
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069
— Eu me importo, meu amor. - Gregory se ajoelhou diante de Helena e segurou o rosto dela, fazendo-a olhá-lo, notar o homem à sua frente. Ela perdia a estabilidade, o olhar brilhante. - Vamos para casa. Me perdoe, eu a negligenciei. - Ele selou os lábios dela, sem encontrar retribuição. Passiva, aceitava. Ele recuou. Helena era o tipo de mulher a beira de atentar contra si. Joe os conduzia de volta, ela seguia Greg, mecanicamente. Joe tinha algumas noções. Eram militares, ele era algumas patentes a mais que ela, que era uma Tenente. Os vídeos se espalharam como fogo em um pasto seco. Naquela noite, Gregory foi para seu quarto, era madrugada quando a sentiu se esgueirar sob seu edredom, buscando abrigo. Ele sorria, no escuro, acolhendo sua gata manhosa. Acordava com ela aninhada, em uma camisa de um time de futebol americano, confortável e aquecida. Ele a despertou, com um carinho manso na lateral do corpo. — Bom dia, gata manhosa. - Ele tinha um sorriso satisfeito. - Sabe que pode
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070
Blossom se aproximou de Helena, via Martha cuidar da mulher, encolhida. — Martha, você é a babá dela? - A menina se sentou, levava a mão às costas de Helena. Não desgostava da mulher bonita de olhos claros. Não a conhecia para poder julgar. — Algo assim, Blossom. - Martha sorria. Helena sentia a pequena mão da menina em suas costas, afagava, relaxando-a. Tinha aquele quase toque que compartilhava com o pai. — Qual o seu nome, namorada do papai? - A menina se inclinou, dócil, com a expressão curiosa. — Helena. - Helena respondeu, engolindo a dor. — Tenta não ficar chateada com a Scar. - Blossom defendia a irmã. - Ela não gostou que o papai e a mamãe se separaram. Mamãe diz que foi por sua causa, mas eu acho que não. Eles brigavam muito. Eu vi. - A pequena confessava algo inimaginável para Helena. O casamento perfeito de Gregory não era tão maravilhoso assim. - Eles não eram mais amigos. Nenhuma de nós é culpada. Como eu ajudo, Martha? - A pequena se candidatava a servir.
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