CaíqueO sol da tarde bate forte no para-brisa do carro, criando reflexos que me cegam por alguns segundos. Eu não deveria estar aqui. Não deveria ter deixado a curiosidade me levar pelas ruas da cidade, mas, de algum jeito, fui guiado por algo que nem sei explicar. Talvez pela necessidade de ver o que mudou. Ou pela saudade de um tempo que já não existe mais. Não sei. O fato é que, agora, estou de volta, e as ruas me parecem diferentes, mas, ao mesmo tempo, iguais. Tudo mudou, mas nada muda. Confuso, eu sei, mas é como se eu estivesse preso em uma estranha sensação de imobilidade, como se o tempo tivesse parado para mim, mas continuado para todos os outros.Passo pela praça principal e vejo o mesmo banco de sempre. O mesmo banco onde costumávamos sentar de vez em quando, onde as risadas pareciam infinitas, mesmo que disfarçadas. Eu poderia jurar que, se olhasse direito, ainda veria o nosso reflexo no vidro da loja que ficava em frente. Mas não vou olhar. Não agora.Olhando ao redor,
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