Estelle já não dependia tanto dos medicamentos. Aos poucos, ela conseguia se reconectar com a rotina, participando mais da vida de seus filhos. O sorriso deles, as risadas que ecoavam pela casa, a simplicidade do dia a dia, mas com uma profundidade que ela nunca tinha percebido antes, começavam a trazer-lhe uma paz que parecia perdida. Contudo, à medida que se aproximava dos filhos, algo estava se afastando: seu marido, Paulo. As conversas entre eles tornaram-se breves, frias. O que antes eram gestos de carinho, agora pareciam distantes, mecânicos. Eles começaram a dormir em quartos separados, e embora não fosse um afastamento definitivo, era uma tentativa de recuperar o controle sobre sua vida, de dar a si mesma o espaço que tanto necessitava.Paulo protestou, sentindo-se rejeitado e ferido, mas Estelle não cedeu. Ela precisava de tempo, de respirar sem a pressão constante de uma relação que já não a fazia sentir-se segura. O peso da culpa a acompanhava, mas ela sabia que não poderia
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