A chama da lareira dança, um espetáculo hipnótico que não consegue disfarçar a frieza que me envolve. O uísque, forte e amargo, queima minha garganta, mas não consegue aquecer a angústia que me consome. Emma. O nome dela, sussurrado em meus pensamentos, provoca um tremor que se espalha pelo meu corpo. Ela é a luz, a pureza, tudo aquilo que eu não sou, ou pelo menos, tudo aquilo que eu tento desesperadamente não ser. E o medo, esse monstro silencioso, me devora.O medo não é de punição, não é de justiça. É o medo da rejeição. O medo de que Emma descubra a minha pior face, aquela que habita nas sombras, a face que eu escondi por tanto tempo, enterrada sob camadas de autocontrole e afeição. A face do Alfa Supremo, sim, mas também a face do homem que se afogou na violência, que se tornou um instrumento de sua própria vingança.Eu me lembro daquela noite, com uma clareza cruel. A traição, a dor, a fúria que explodiu em meu peito como um vulcão. A perseguição implacável, a caçada sem
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