KYRA ..Sabe aquelas momentos que a gente não sabe se é sonho ou realidade? Foi exatamente assim que me senti, quando o Dilan tirou a venda dos meus olhos.Eu não estava acreditando que aquela era a minha casa, a mesma de dias atrás que estava precisando urgentemente de uma reforma.O Dilan havia feito tudo.Eu não consegui segurar as lágrimas que insistiam em cair, eu fiquei tão emocionada, que não consegui mensurar em palavras. Quando abri a porta, as lágrimas continuaram a tomar conta de mim, como se tudo fosse bom demais para ser verdade. Além dele ter reformado a minha casa, ele também comprou quase toda a mobília. Ele ficou preocupado, achando que tinha feito besteira, mas esse era de longe o melhor presente que eu ganhei na vida.Eu nem acreditei que passei o dia vendo preço de coisas que o Dilan já havia comprado pra mim.Caminhei pela casa, com o meu coração transbordando de tanta alegria, sem acreditar.Quando eu abri os quartos, ele se desculpou por ter trocado os mó

DILAN..Eu estava preocupado com a Kyra.— Vamos Kyra, vou te levar pra minha casa, amanhã a gente ver o que faz.Kyra: Não, a casa já está pronta, eu quero ficar aqui.— A casa ainda está sem água, e eu não vou deixá-la aqui, não hoje que você está tão abalada.Kyra: Tudo bem, mas me leva para a pousada, eu preciso ficar sozinha Dilan, preciso pensar nessa bagunça toda que se transformou a minha vida.— Certo, mas amanhã bem cedo, eu vou te ver, entendeu?Ela balançou a cabeça concordando. Peguei as louças sujas, e coloquei na pia, no dia seguinte eu iria pedir o fornecimento de água e limparia tudo pra levar pra Jucy.Fechei tudo, peguei a Kyra nos braços e a levei até a caminhonete, como ela estava sem a sandália, não queria que ela machucasse os pés, já bastava o coração. Fomos em silêncio até a pousada, e eu desci da caminhonete pra ajudá-la a descer, mas ela disse que entraria sozinha. Kyra: Me desculpe por eu ter estragado a nossa noite, eu amei tudo Dilan, mas eu não...

KYRA ..Quando o Dilan me deixou na pousada, tudo o que eu queria era ficar sozinha.Eu precisava de respostas que ninguém além da minha mãe poderia me dar, tudo bem que o meu pai também tinha essas respostas, mas eu não iria procurá-lo, não depois de descobrir que ele esteve vivo o tempo todo e não me procurou, nem mesmo quando a minha mãe morreu. Entrei no meu quarto, deitei na cama, e fui consumida por uma tristeza profunda.Além de voltar a ter um pai, provavelmente eu também tinha uma irmã. — Não pode ser só coincidência, agora eu sei que é muito provável que ela seja mesmo.Eu estava voltando a desabar quando o meu celular tocou. Era a minha vó, o que era estranho uma ligação tarde da noite.Tentei manter a voz equilibrada, — Oi vó?" Não é a mãe Kyra, sou eu"— Tio? O que houve?— Ela passou mau hoje mais cedo, depois de saber pelo defensor que as chances dela de ficar com a casa são quase nulas, estou ligando agora, porque ela está muito mau, e achei melhor avisar você.

DILAN..Eram 06:30 da manhã quando o meu celular tocou. — O que será que a Dandara quer a essa hora? Falei enquanto via o nome dela na tela.— Oi Danda? Aconteceu alguma coisa? Dandara: Aconteceu sim Dilan e preciso que você venha aqui.Sentei na cama assustado e logo pensei na Kyra.— Tem haver com a Kyra?Dandara: Tem e ela...Nem deixei ela terminar de falar, desliguei a ligação, coloquei uma roupa, peguei o lenço, as chaves do carro e fui pra pousada.— Cadê ela? Perrguntei assim que entrei.Dandara: Senta aqui Dilan, falou apontando pra cadeira. Quando ela mandou eu sentar, eu já senti que o assunto era sério, saí correndo até o quarto da Kyra, bati na porta várias vezes e ninguém abriu, voltei para a recepção, e perguntei novamente onde ela estava. Dandara: Ela foi embora Dilan, ela saiu sem ser vista, deixou as chaves aqui com um bilhete mandado eu ir no quarto dela, e lá eu encontrei o dinheiro dos dias que ela passou aqui, duas cartas, uma pra mim e outra pra você e ta

KYRA ..Cheguei em Belo Horizonte às 08:30, depois peguei um ônibus para ir para o interior de minas, eu não queria ligar para o meu tio, para mandar alguém me pegar, eu não queria precisar dele para nada.Levei mais 4:00hrs até chegar ao meu destino. Da Rodoviária para a casa da minha vó eram 20 minutos, então peguei um táxi e fui.Quando cheguei, fui recebida por um dos meus primos que me ajudou com as malas.— Você tem notícias da vó, Derik?Derik: Não, mas o pai está lá desde ontem.— É, ele me ligou, e eu vou só tomar banho e vou até o hospital. Entrei na casa, e como eu passei poucos dias fora, estava tudo do mesmo jeito, e o meu quarto continuava intacto.Tomei um banho bem rápido, me arrumei, peguei meus documentos, o meu celular, fui na cozinha e peguei uma fruta, e me mandei para o hospital. Assim que cheguei lá, encontrei o meu tio na sala de espera, com um copo de café na mão.Paulo: Kyra? Que bom que você veio.Ele parecia desesperado. E eu nunca o vi assim.— O médi

Fiquei pensando na Cris, ela tinha uma bondade no coração e atitudes muito parecidas com as minhas.Eu ainda não tinha confirmado se ela era mesmo minha irmã, mas talvez se fosse, não seria tão ruim, tirando o fato dela ser apaixonada pelo Dilan.Voltei pro quarto, e a minha vó continuava dormindo, o médico foi no quarto, verificou os batimentos cardíacos dela, mediu a pressão, e disse que estava tudo bem. Fiquei olhando para ela, e pensando na história que ela me disse sobre a minha mãe e o meu pai, será se ela estava me contando a verdade? Ou será que ela também mentiu? Tinha tanta história para passar a limpo, eu já não sabia o que era real ou não.De qualquer forma, eu teria que esperar até a minha vó se recuperar pra eu perguntar. Encostei a minha cabeça na maca, e dormi novamente, acordei com o meu tio me ligando e dizendo que já havia chegado no hospital, e que eu tinha que sair para ele entrar.Olhei o horário e ainda eram 16:30.Eu achei estranho, já que só havíamos marcado

Eu senti todo o meu corpo estremecer, e minha pela arrepiar.— Eu não sei se acredito Lúcia, mas quando eu estava no quarto que era dela, eu senti como se ela estivesse presente sabe? Eu fiquei com tanto medo, que sai logo do quarto.Sei lá, se ela estivesse mesmo me guiando, ela falaria comigo, existem tantas perguntas que eu preciso fazer, tantas dúvidas sabe?Lúcia: Eu entendo, eu queria que a minha mãe falasse comigo também.Mas depois que ele teve esse sonho, ele mudou da água pro vinho, até foi atrás de emprego.— Jura? Minha mãe colocou ele nos trilhos do túmulo? Falei rindo e ela acompanhou. Lúcia: Eu nem conheci ela e já adoro ela.Falou rindo.— Minha mãe era a melhor mãe do mundo, mas eu estou um pouco chateada com ela.Lúcia: Quer me contar sobre isso?— Ainda não, mas eu conto quando eu estiver pronta.Lúcia: Tudo bem, agora eu vou trabalhar, mais tarde conversamos mais. Ela saiu me dando um abraço.Eu fiquei sozinha, pensando nesse sonho, pensando se realmente era poss

DILAN . . Depois de tentar falar com a Kyra e não conseguir, decidi focar nas coisas da empresa, eu vi a Dandara, e com tudo isso que estava acontecendo, acabei nem perguntando pra ela como ficou a loja. Peguei a minha caminhonete e voltei para a pousada. Quando entrei só encontrei a Cris. Fiquei na dúvida se deveria ou não parar na recepção pra conversar com ela, mas antes que eu abrisse a boca ela falou comigo. Cris: E aí? Conseguiu o número dela? — Consegui, graças a você, obrigado. Cris: Por nada, se tiver vindo ver a Dandara, ela foi fazer uns últimos ajustes na sua loja. — Foi exatamente pra isso que vim aqui, eu vou atrás dela então. Dei as costas pra ela e fiquei pensando que ela estava diferente, parecia ter aceitado a nossa situação, ela devia ter visto que não tinha a mínima possibilidade de ficarmos juntos. Assim que cheguei na loja, eu fiquei sem palavras. O local estava espetacular. A frente da loja estava pintado com um azul bebê, e parte da parede estav

Kyra ..Fui para o hospital com os olhos vermelhos de tanto chorar, eu tinha acabado de adquirir mais um problema pra resolver, e como sempre não sabia como.Liguei para o meu tio avisando que eu já tinha chegado pra fazer a troca, mas ele falou que a minha vó iria fazer uns exames pra saber se estava tudo bem com ela, e poderem liberá-la. Eu não sabia se era seguro liberá-la tão rápido, já que o prazo era de três dias, mas eu não era médica pra dar palpite sobre isso.Fiquei aguardando na sala de espera quando o meu tio apareceu e notou os meus olhos vermelhos. Paulo: O que aquele moleque safado fez com você? Perguntou irritado. Eu sabia que eu não teria como fugir disso, então achei melhor abrir logo o jogo.— Cadê a vó? Paulo: Ela ainda está fazendo exames e vai demorar um pouco, mas responda a minha pergunta, o que ele fez para você ficar assim?— Podemos ir pra outro lugar pra eu conversar melhor com você?Ele me olhou desconfiado, mas concordou. Fomos pra área externa do

Ele ficou andando de um lado pro outro, irritado, mas eu sabia que ele tinha razão, minha mãe jamais permitiria isso, mas porque eu estava nessa situação? De que forma eu iria conseguir resolver isso, se não fosse casando com ele?Paulo: Escuta Kyra, nós vamos aguardar a audiência, que acontecerá daqui a alguns dias, só depois tomaremos essa decisão. — Tio, ele me deu três dias pra decidir, você não consegue ver que não haverá audiência? Ele irá dar um jeito de fazer minha vó perder essa casa.Se você conseguisse ver a maldade dele no olhar, entenderia que ele não está brincando. Paulo: A mamãe jamais vai aceitar isso Kyra, isso é uma loucura absurda. — Você não precisa contar pra ela.Paulo: E como você pretende esconder um casamento dela? Ela já conhece ele, ela não é boba Kyra.Vamos fazer o seguinte, nós esperamos esses três dias passar, pra ver o que ele vai fazer, ele pode estar apenas blefando.— Tudo bem tio, mas se as coisas se complicarem, eu vou aceitar o pedido dele.Fi