Todos os capítulos do Um amor além do preconceito - Ceo: Capítulo 181 - Capítulo 190
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Epilogo e sinopse do próximo livro
EpílogoA vida seguiu.Sem pressa, sem roteiro fixo, mas com uma beleza que só o tempo sabe revelar.Os dias foram passando, e a casa que antes era cenário de descobertas virou um verdadeiro lar, com cheiro de café pela manhã, brinquedo espalhado pela sala, risadas infantis ecoando pelos cômodos e uma paz silenciosa que só existe quando o coração encontra abrigo.Camila e Guilherme continuaram firmes. O amor deles não virou rotina, virou base. Cresceu junto com os filhos, amadureceu com os desafios, e se fortaleceu nos pequenos gestos: no beijo antes de sair, no olhar de longe durante uma reunião, no silêncio confortável de quem não precisa dizer nada pra se entender.Gustavo agora corre pela casa com passos firmes e risadas que preenchem cada canto. É curioso, esperto e cheio de energia. Onde ele passa, deixa bagunça… e amor. Já Gabi, com seu jeitinho mandona e coração enorme, virou irmã mais velha de verdade, daquelas que briga, protege, ensina e ama com tudo que tem. Os dois são in
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1- Gabi
Gabriela narrandoTem gente que diz que aos vinte anos a vida tá só começando. Que é tempo de festa, de experimentar, de errar e aprender. Mas a verdade é que a minha vida sempre andou um pouco mais rápido que o normal. Enquanto as minhas amigas ainda tavam decidindo o que fazer da vida, eu já administrava uma empresa. Enquanto outras curtiam baladas e namoros sem compromisso, eu tava planejando um casamento.E não era qualquer casamento. Era o meu casamento. Com o homem que eu acreditava ser o amor da minha vida.Eu faço Administração, tô no terceiro ano da faculdade. Mas na prática, já atuo como empresária desde os dezoito, quando meu pai como forma de me dar responsabilidade e independência, comprou uma concessionária de carros e colocou no meu nome.Foi tipo um presente… mas também um voto de confiança. A empresa, que era pequena, virou meu projeto de vida. Eu cuidei dela como se fosse um filho: reformei, troquei a equipe, implantei sistema novo, mudei a comunicação visual e fui
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2- Decepção
Gabriela narrando :— Explicar o quê?! — minha voz saiu alta, trêmula, doída. — Que tu tá transando com o meu noivo? Que tu destruiu uma amizade de dez anos por… isso?Henrique veio até mim, ainda tentando se vestir, com o rosto branco de pavor.— Eu ia te contar, eu juro, mas foi acontecendo, a gente foi se aproximou, tu tava muito ocupada com a empresa, com os preparativos, e eu me senti… esquecido…— Então tu me traiu. Porque te sentiu esquecido?Eu ri. Um riso nervoso, amargo, sufocado. Me senti ridícula. Senti meu mundo inteiro desabar ali, de pé, na frente da cena mais nojenta da minha vida.Olhei pros dois. Me deu vontade de gritar, de quebrar tudo, de cair no chão.Mas eu só respirei fundo.— O casamento tá cancelado — falei firme, olhando direto nos olhos dele. — E tu… — virei pra Luísa — tu morreu pra mim.O silêncio dentro do loft era pesado, quase sufocante. Eu já tinha dito tudo o que precisava. Mas meu corpo… meu corpo gritava por mais. Pela raiva, pela dor, pela decepçã
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3- Choro
Gabriela narrando :Ainda tava ali, encolhida no colo da minha mãe, quando ouvi o som da porta da frente se abrindo. Me encolhi mais, querendo sumir. O barulho das chaves, os passos, e a voz do meu pai chamando do corredor:— Amor, cheguei… trouxe o Rodrigo comigo, a gente tava resolvendo uns.Ele parou na porta da sala.E eu juro que nunca vou esquecer o silêncio que veio depois. Nem o peso do olhar dele quando me viu ali, chorando, com o rosto afundado no colo da minha mãe.Senti meu rosto queimar de vergonha. Levantei os olhos devagar, ainda com as lágrimas escorrendo. E lá estavam os dois: meu pai com a expressão carregada, e Rodrigo, parado atrás, visivelmente sem entender nada, mas com o olhar preocupado. Ele me olhou daquele jeito calmo dele, meio contido… mas dava pra ver que algo nele também doeu por me ver daquele jeito.— O que aconteceu aqui? — meu pai perguntou, já caminhando até mim, abaixando no tapete ao meu lado. — Gabi, tu tá machucada? Alguém fez alguma coisa conti
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4- Rodrigo
Rodrigo narrando :Conheci o Guilherme há mais de oito anos, numa reunião entre empresários do setor automotivo. Na época, ele tava começando a expandir a empresa de peças, e eu tava saindo de uma sociedade falida, com vontade de recomeçar do zero. A conversa foi rápida, direta, e antes mesmo de assinar contrato, a gente já tinha se entendido.De lá pra cá, virei mais que funcionário. Virei braço direito. Cuido da parte administrativa, mas na prática… faço de tudo. Resolvo pepino, fecho contrato, acompanho fornecedor, supervisiono equipe, organizo evento. Se tiver que ir na rua buscar peça ou acompanhar cliente em visita, eu vou. Sou o cara da confiança dele. E isso tem um peso enorme pra mim.Tenho 40 anos. Já vivi coisa demais pra ficar encantado fácil. Já fui casado, por dois anos. Até que um belo dia cheguei mais cedo em casa e encontrei minha ex com outro na cama. Depois disso, nunca mais levei relacionamento a sério. Mulher, pra mim, é uma noite. Duas no máximo. Sem apego, sem d
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5- Outro dia
Gabriela narrando :Acordar hoje foi como levantar depois de um furacão.Abri os olhos devagar, e por um segundo, achei que tinha sido um pesadelo. Que tudo aquilo, o apartamento, a traição, o tapa, o choro no colo da minha mãe, era coisa da minha cabeça.Mas aí eu olhei pro criado-mudo.E vi a aliança… jogada ali, fria, sozinha.A lembrança de que não era um sonho.Era real.Cruelmente real.Respirei fundo, tentando conter a onda de tristeza que ameaçava subir de novo. Meu rosto ainda tava inchado, os olhos pesados, a cabeça doendo como se eu tivesse chorado uma vida inteira, e talvez eu tenha mesmo.Me virei na cama e olhei pro teto por uns segundos.Eu tava cansada.Da dor.Da vergonha.De tudo.Mas eu sabia que precisava me levantar. O mundo não ia parar porque meu coração tava em pedaços. E a empresa também era minha. Eu não ia deixar que a traição de dois canalhas me desmontasse por completo.Levantei devagar, fui até o banheiro e encarei o espelho. Cabelos bagunçados.Olheiras
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6- Almoço
Gabriela narrando (continuação)Assim que a porta se fechou, deixei a caneta cair na mesa e afundei o rosto nas mãos.O Rodrigo tinha esse efeito em mim. Um silêncio que falava muito. Um olhar que cutucava fundo. Ele não forçava nada, não fazia rodeio… mas quando me olhava daquele jeito, parecia que enxergava tudo o que eu tentava esconder.E isso me desequilibrava.Porque desde que entrei na empresa, há dois anos, ele sempre esteve ali. Sério, firme, competente. Era o tipo de homem que impunha respeito só de estar presente. E por mais que eu nunca tenha dito em voz alta… eu já tinha reparado nele.Claro que tinha.Rodrigo era lindo. Alto, corpo forte, barba sempre por fazer, aquele jeito de quem viveu muito, mas fala pouco. Ele era o tipo de homem que entrava em uma sala e ninguém ousava interromper. E eu? Eu era só a filha do chefe. A novinha metida a empresária, tentando provar que merecia o cargo que me deram.Durante muito tempo, me convenci de que o que eu sentia era pura admira
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7- A não
Gabriela narrando (continuação)O trajeto até o restaurante foi tranquilo, mas por dentro… eu tava uma bagunça.Rodrigo não forçou conversa. Só comentou rapidamente sobre o trânsito e sobre alguns números da empresa que ele ia me mostrar mais tarde. E eu agradecia por isso. Porque meu cérebro ainda tava tentando processar tudo, a traição, a dor, o vazio… e agora, esse homem ao meu lado, me tirando da minha própria cabeça sem fazer esforço.Chegamos num restaurante discreto, daqueles mais afastados do centro, que quase ninguém conhece. Fachada rústica, varanda de madeira, cercado por plantas. O tipo de lugar que meu pai adorava vir pra fechar negócio, e que, claro, Rodrigo também conhecia.Ele estacionou com calma, desligou o carro e saiu primeiro. Deu a volta e abriu a porta pra mim.Sim. Ele fez isso.— Obrigada — falei meio sem graça, descendo do carro.— Sempre — ele respondeu, sem nem me encarar direito. Mas o jeito como falou… ficou ecoando na minha cabeça.Entramos e fomos diret
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8- Gabi
Gabriela narrando :Continuei comendo em silêncio, focando no prato, mastigando como se a comida pudesse abafar o gosto amargo que Henrique e Luísa deixaram só de aparecer. Cada garfada era uma luta pra não explodir.Rodrigo não disse nada. Só comia também, devagar, me respeitando no silêncio. Sem cobranças. Sem perguntas.E eu agradeci mentalmente por isso.Terminei meu prato com dificuldade, limpando a boca com o guardanapo, tentando engolir a humilhação junto com a comida.Rodrigo pediu a conta, discreto como sempre, e a garçonete logo trouxe a maquininha. Tudo parecia controlado. Tudo parecia que ia acabar sem mais dramas.Mas claro que não ia ser assim.Antes da gente levantar, eu vi pelo canto do olho a sombra se aproximando da nossa mesa.E quando olhei direito, lá estava ele.Henrique.De braços cruzados, um sorriso de escárnio nos lábios, como se ainda tivesse direito de aparecer na minha frente depois de tudo que fez.— Achei que você ia demorar mais pra arrumar alguém, Gabi
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9- Rodrigo
Rodrigo narrandoQuando ouvi a voz dela me chamando, parei no mesmo segundo.Me virei devagar, já imaginando que ela ia pedir mais alguma coisa sobre o trabalho.Mas o que veio… não tinha nada a ver com contrato.— Obrigada. Por hoje… por tudo. De verdade — ela disse, parada na porta da sala dela, com os olhos brilhando, a voz cheia de sentimento.Por alguns segundos, eu só consegui encarar.Aquela menina que eu vi crescer.Que eu acompanhei virando mulher, dona de si.Que agora, mesmo machucada, mesmo ferida, ainda tinha uma força no olhar que me fazia querer proteger ela do mundo inteiro.E, ao mesmo tempo…Me fazia desejar ela de um jeito que eu odiava sentir.Respirei fundo, tentando manter o controle.Afastei qualquer pensamento que não fosse respeito, amizade, proteção.— Não precisa agradecer, Gabi — falei, com a voz mais firme do que eu realmente sentia. — Cuidar de ti… não é favor. É o mínimo.E era mesmo.Não tinha nada que eu quisesse mais do que isso.Estar do lado dela.Ga
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