O caminho de volta para casa foi silencioso, no rádio tocava uma musica infantil e Theo estava brincando com um de seus bonecos em sua cadeirinha, enquanto Sarah dirigia e Claire olhava pela janela. A tristeza de seu filho naquele dia ainda fazia seu coração doer, e memso que o menino estivesse melhor agora, ela sabia que Theo não esqueceria aquilo. Quando chegaram ao apartamento, Claire levou Theo no colo até o banheiro e encheu a banheira com água quente colocando patinhos de borracha na água e fazendo bastante espuma, como o garotinho gostava. Quando ele já estava na água, com os cabelos negros molhados, Theo pegou um dos patinhos, brincando enquanto olhava para a espuma. “Sabe, mama”, começou, apertando o patinho na água. “Aquele moço chique… Ele podia ser meu papai… Thewo gostou dele.”Aquelas palavras, simples e diretas, atingiram Claire com uma força avassaladora. Ela congelou por um instante, sentindo o peso da culpa invadir seu peito. Sem saber o que dizer, apenas olhou pa

Alguns dias se passaram desde que os acontecimentos anteriores abalaram a rotina de Claire. Agora, havia retornado ao seu trabalho no escritório de arquitetura, retomando as atividades com a mesma determinação que sempre a caracterizou. Diferente de antes, quando precisava frequentar a empresa de Alexander, agora a rotina é mais tranquila – ela atua na sua própria firma, sem a constante presença do “homem chique”.No escritório, o ambiente era de uma correria moderada. Claire caminhava pelos corredores, atendendo ligações e supervisionando projetos, quando Logan, se aproximou de sua mesa com um sorriso. Ele sempre foi um homem galante com ela, muito gentil e, bem, era bonito o bastante para atrair olhares e com uma personalidade que a fazia rir. "Ei, Claire,tem um minuto?" perguntou, já com o tom descontraído que usava com frequência, mas com um olhar mais intenso direcionado a loira.Claire olhou para ele, ajeitou alguns papéis e respondeu: " Claro, algum problema?”O rapaz se incl

A noite parecia ter prometido reconciliação, mas para Alexander, o que se desenrolou foi um verdadeiro pesadelo. Sua mãe, Cora, havia organizado um jantar em família para se desculpar com ele – uma desculpa que, para seu desgosto, se revelou uma farsa completa. Ao chegar ao , Alexander esperava ver todos os seus parentes reunidos; no entanto, a única pessoa que apareceu foi Becky."O que está acontecendo aqui?" bradou, assim que adentrou a sala de estar, os olhos faiscando de indignação. "Alex, sua mãe me disse que você queria um jantar comigo para me compensar pelo que aconteceu naquele dia… Achei muito fofo de sua parte e…” "Te compensar? Não acredito nisso! Eu não tenho nada para falar com você, entenda isso de uma vez, Becky!” "Alexander, eu… eu só vim porque a mamãe insistiu, ela disse que você queria muito e…”Mas Alexander não quis ouvir explicações. Estava furioso por ter sido manipulado por Cora, que parecia achar graça em ultrapassar todos os limites.“Não precisa ser tã

O restaurante estava repleto de um burburinho suave, luzes tênues refletindo nas taças e nas mesas elegantemente dispostas. Contudo, naquele canto sofisticado, a atmosfera se tingia de tensão. Alexander Blake, ainda irritado com a última discussão, caminhava de forma decidida em direção à saída. A maioria dos clientes encaravam o homem imponente e fofocavam, afinal, a discussão chamou atenção de todos.Becky, sentada à mesa, tinha uma expressão irritada, afinal, mais uma vez, foi abandonada pelo homem com quem almejava se casar. Poderia dizer que não aguentava mais, porém, com certeza aguentava estava pronta para suportar qualquer coisa para conseguir aquele casamento.A mulher permaneceu ali, paralisada por alguns segundos, encarando o vazio deixado por Alexander. Seus lábios se apertaram e, num impulso de fúria, segurou o celular com força, desbloqueando a tela. Com dedos trêmulos, abriu o aplicativo de mensagens e selecionou a foto que havia tirado da mulher misteriosa com quem Al

Claire não imaginou que estaria tão cansada. Sequer lembrava da reunião que estava marcada com a Blake enterprises naquele dia, mas, infelizmente, não havia como mandar outra pessoa em seu lugar. Arrumou-se elegantemente e profissional, planejando acabar aquela reunião o mais rápido possível, assim, não precisaria ficar olhando para Alexander por mais tempo do que o preciso e principalmente, o rosto dele não a lembraria de todos os problemas que andava tendo atualmente. Quando chegou a empresa, seguiu para os elevadores e, depois, entrou na sala de reuniões da empresa com o semblante tenso e os pensamentos a mil. O ambiente, com suas paredes de vidro e mesas retas, sempre fora sinônimo de profissionalismo, mas hoje, cada cadeira e cada olhar pareciam pesar toneladas. Poucos dias se passaram desde os últimos acontecimentos conturbados, mas a sensação de incerteza persistia. Ela sabia que Alexander estaria ali – e, de alguma forma, o destino insistia em cruzar os caminhos dos dois.Lo

Pensar demais era algo que sempre fazia Claire Dawson perder muito tempo, exatamente como estava acontecendo naquele momento. Ela estava jogada sobre sua cama, olhando para o teto, os cabelos loiros esparramados sobre o travesseiro enquanto pensava nas palavras de Alex naquela reunião.“De uma chance a nós”, a voz dele ecoava em sua mente de uma forma que a fazia lembrar de todos aqueles anos, de como tentou ficar fora do radar dele por todo aquele tempo. Agora o destino a colocou nos caminhos do homem de quem ela tentava desesperadamente fugir. Theo estava em seu quarto, brincando com seus brinquedos e Sarah estava na pequena cozinha, preparando o jantar com toda preguiça que uma mulher abarrotada de trabalho poderia ter. Estava exausta e cogitava realmente pedir algo em qualquer restaurante, comer e dormir em cinco minutos, mas antes mesmo que ela pegasse o celular, a campainha tocou. “Quem viria aqui uma hora dessas?”, murmurou, caminhando lentamente em direção a entrada do apar

Sem deixar o embaraço transparecer, Alexander, ainda com um leve sorriso constrangido nos lábios, abriu os braços e recebeu o garoto num abraço apertado. “Hey, mocinho, como vai? Trouxe um presentinho pra você”, disse, enquanto estendia a mão para oferecer uma pequena caixa embalada com um papel de presente com estampa de carrinhos. Theo, com o sorriso largo, agarrou a caixa com entusiasmo. Seus dedos curiosos e delicados começaram a rasgar o papel ansiosamente, adorava receber presentes, e vindo do “moço chique” era melhor ainda para o garotinho. Theo deu um gritinho e um risinho enquanto rasgava o papel, comemorando ao ver um boneco de super-herói. "Brigada, tio! Eu disse pra mama que você é muito melhor do que o outro cara! " declarou o garoto em voz alta, sem qualquer hesitação ou timidez, como se quisesse que o mundo inteiro soubesse o quanto Alexander era melhor que qualquer outro moço. “Outro cara?” Alex perguntou, unindo as sobrancelhas, percebendo que o garotinho havia s

Alexander chegou em casa com o semblante carregado e os pensamentos a mil. Assim que fechou a porta da grande mansão, deixou escapar um suspiro profundo, quase como se cada batida do seu coração ecoasse um "e se" que ele não conseguia calar. Enquanto pendurava o casaco no gancho da entrada, se pegou pensando alto, imaginando como seria sua vida se as coisas fossem diferentes."Por que ela não ligou naquele dia? Se eu soubesse... se Claire tivesse me dado uma chance…” murmurou, quase inaudível, mas cada palavra parecia carregar o peso de uma vida inteira.Ele caminhou lentamente até a sala, onde se acomodou na poltrona de couro preto, o olhar perdido. Cada objeto do ambiente, cada lembrança que os anos haviam impregnado naquele espaço, lhe lembrava de momentos que poderiam ter sido diferentes. E, entre esses pensamentos, uma pergunta insistente ecoava:"Será que estou me apaixonando por ela? Será que estive apaixonado por ela todo esse tempo?"Os pensamentos de Alexander se entrelaçava

O dia passou lento demais para Alexander, que contava os minutos para a noite chegar. Mal havia dormido na noite anterior, pensando em tudo o que havia acontecido nas últimas horas, a noite na casa de Claire, Theo, o jantar que teriam naquele dia, tudo tornava sua cabeça um turbilhão. Desmarcou todas as reuniões do dia, reservou uma mesa num ótimo e discreto restaurante, organizou cada coisinha do encontro. Comprou um novo buque, passou horas pensando no que diria, em como a convenceria de que poderiam tentar algo, mesmo que não fosse nada sério de início. Desistiu de fingir que não sentia nada ou de resistir aquilo, naquele dia, sua principal missão era convencer Claire de que eles podiam ter algo. Enquanto Alex pensava em como convencer a mulher que amava, mesmo que nunca tivesse dito isto a ela, Claire tentava se manter calma, apesar de querer muito aquele encontro, também sentia vontade de se esconder nas montanhas para fugir de Alex por medo, medo que ele descobrisse a verdade

No dia seguinte, assim que o dia amanheceu, Cora Blake já tinha um destino certo. Daquela vez, ela não se misturou aos pais, na verdade propositalmente, esperou dentro do carro até que todas as crianças já estivessem na escola e o movimento de pais se fosse, deixando o lugar calmo e pacifico. Quando finalmente saiu do carro, respirou fundo e caminhou com passos decididos em direção à entrada principal. Seus saltos ecoavam suavemente pelo piso de mármore, enquanto sua mente fervilhava com intenções e planos. Hoje, não estava ali apenas por curiosidade, seu propósito era claro: conseguir encontrar o garotinho filho de Claire. Já tinha um plano de como fazer isso sem levantar suspeitas, havia arquitetado tudo durante o dia anterior. Enviou um aviso a escola avisando que faria uma visita pois queria investir em instituições da cidade, uma mentira deslavada que lhe abriria as portas naquele lugar.Ao adentrar o prédio, Cora dirigiu-se à recepção. Seus olhos, frios e determinados, encontr