Assim que ouviu aquelas palavras, o sorriso nos lábios de Liz congelou. Ela franziu a testa, olhando para Alana com incredulidade, sem saber como reagir por um momento.— Alana, você voltou hoje só para provocar? Sua irmã só quer o seu bem! No passado, você insistiu em correr atrás do Diego, passou três anos nisso, perdeu até a própria dignidade ao lado dele… e no fim, não voltou para casa com o rabo entre as pernas?Nelson permaneceu ao lado de Liz, protegendo-a com um braço enquanto suas palavras afiadas cutucavam diretamente as feridas de Alana.O burburinho não demorou a atrair a atenção de várias pessoas. Logo, um pequeno grupo começou a se formar ao redor, e os cochichos logo se espalharam:— Não é essa a segunda filha da família Alves? Dizem que, por amor, ela até abriu mão da própria família.— E não foi tudo em vão? O cara nunca gostou dela. No final, ele a dispensou sem a menor cerimônia.— Mas, espera… não foi ela que se casou recentemente? Alguém sabe quem é o marido dela?

— Não tem problema, eu sei que você está ocupado. O importante é que veio.Alana sorriu suavemente e respondeu, demonstrando compreensão.O clima ao redor mudou instantaneamente. O jeito íntimo com que Juan e Alana interagiam despertou olhares invejosos entre os convidados. Até mesmo Laura lançou um olhar de aprovação para o homem ao seu lado.Liz, no entanto, não conseguia disfarçar sua expressão azeda. Seu olhar foi direto para o carro estacionado do lado de fora."Ele acabou de sair daquele carro... Se não me engano, esse modelo foi lançado recentemente. Só existem dez unidades no país, e o preço é exorbitante. Lembro que Nelson tentou comprar um, mas esgotou assim que foi colocado à venda.Como um homem como esse teria acesso a um carro desses? Pelo que parece, ele não passa de alguém que vive às custas da Alana… Será que minha irmã gastou uma fortuna alugando esse carro só para manter as aparências?"Com esse pensamento, Liz suspirou teatralmente, moldando sua expressão para parec

O sorriso no rosto de Laura foi se desfazendo aos poucos. Seu olhar alternou entre o vaso de jade que Nelson havia acabado de lhe dar e o presente de Juan. Sua expressão se tornou ainda mais séria.O motivo era simples: o presente de Juan era exatamente igual ao de Nelson!— O que está acontecendo aqui? Os dois deram o mesmo presente? Um item antigo como esse já é raro o suficiente… Como pode haver dois idênticos?— Eu já ouvi falar desse vaso! Pelo que sei, só existe um exemplar. Ele foi arrematado por um comprador misterioso em um leilão por uma fortuna!— Então isso significa que um dos dois presentes é falso?O burburinho foi se espalhando rapidamente.Liz demorou um instante para reagir, mas logo franziu a testa e, insatisfeita, falou:— Cunhado, não importa se o carro e os outros presentes que trouxe hoje são alugados ou emprestados. Mas, pelo menos no aniversário da mamãe, você deveria ter tido o mínimo de consideração e trazido algo verdadeiro. Presentear com uma falsificação n

Mestre Borges assentiu levemente ao ouvir a resposta. Com calma, vestiu as luvas e passou os dedos pelo vaso de jade, sentindo sua textura e analisando os detalhes com atenção. Após um longo momento, ergueu os olhos para Nelson e perguntou:— Posso saber quanto pagou por ele?Nelson ergueu o queixo com orgulho e fez um gesto com a mão, indicando o valor:— O que importa é que minha mãe gostou. Não meço esforços quando se trata dela!Imediatamente, algumas pessoas soltaram um murmúrio de admiração:— O Sr. Nelson realmente não economiza. Não é à toa que a família Dias tem tanto prestígio!— Que generosidade!Os elogios inflaram ainda mais seu ego. Satisfeito, Nelson sorriu e voltou-se para Mestre Borges:— E então, Mestre Borges? Não há dúvidas sobre a autenticidade do meu presente, certo?O especialista alisou a barba, estreitou os olhos e, em seguida, balançou a cabeça em um gesto de lamento:— Que desperdício... Gastar tanto dinheiro para acabar com uma falsificação.O sorriso de Nel

Depois que a verdade veio à tona, Laura perdeu completamente o ânimo, e a festa terminou de forma amarga.Juan e Alana voltaram para casa de carro.Assim que cruzaram a porta de entrada, o olhar de Juan se tornou intenso e possessivo. Seus olhos negros pareciam querer devorá-la por inteiro:— Hoje você está deslumbrante.Sua voz grave e carregada de magnetismo soou como um sussurro vindo do fundo da alma.Alana sentiu o rosto esquentar sob aquele olhar penetrante. Tentou empurrá-lo pelo peito, tentando criar distância:— Me solta, estou exausta. Quero dormir.Mas Juan não parecia disposto a atender ao pedido dela. Sem hesitar, passou um braço por trás das pernas de Alana e a ergueu no ar, caminhando com passos largos e decididos em direção ao quarto.Seu olhar estava carregado de desejo quando declarou:— Tarde demais para isso.Alana soltou um pequeno grito de surpresa e, instintivamente, agarrou-se ao pescoço dele:— O que você está fazendo? Me coloca no chão agora!Juan ignorou comp

Sem se importar com a reação de Juan, Alana virou-se de costas para ele. Fechou os olhos com força, tentando acalmar a inquietação dentro de si.Ainda assim, não conseguiu evitar que seus ouvidos se mantivessem atentos a qualquer movimento atrás dela.As luzes se apagaram, restando apenas a suave iluminação amarelada de uma lâmpada de parede. Antes de se deitar, Juan puxou o cobertor com cuidado e cobriu Alana, como se quisesse garantir que ela estivesse confortável.Ele intuía que ela estava chateada, provavelmente ainda remoendo os acontecimentos desagradáveis da festa.Juan percebera com clareza a parcialidade de Laura em relação a Liz. O mais estranho era que Liz sequer era filha biológica dela. Se fosse apenas um caso de leve preferência, talvez pudesse ser ignorado, mas a forma como Laura tratava Alana…"Que tipo de mãe ignoraria a própria filha para dar mais atenção a uma adotiva?"Juan decidiu que precisava investigar o motivo pelo qual Laura adotara Liz anos atrás. Esperava es

Alana ergueu os olhos discretamente e notou um homem do lado de fora da loja. Ele usava um boné e uma máscara, e estava fixamente olhando para ela e Karina.A sensação de déjà vu a incomodou. Aquele homem... parecia com Diego.Observando melhor, teve certeza. Era Diego, sem dúvida.A expressão da Alana se fechou em um instante.Diego não tinha sido preso há pouco tempo? E agora, recém-saído, já vinha atrás dela de novo? No entanto, pelo jeito, ele não ousaria fazer nada assim, tão abertamente.Alana decidiu ignorá-lo.— Tá vendo aquele vestido na vitrine da loja da frente? É da nova coleção da Hermès. Acho que combina com você. — Disse AlanaKarina era completamente apaixonada pela Hermes. Quando ouviu falar que tinha uma nova coleção, imediatamente puxou Alana para conferir, esquecendo completamente que tinham ido comprar uma gravata para Juan.Alana havia feito de propósito. Ela queria desviar a atenção de Karina, porque não queria comprar a gravata para Juan. Se levasse o presente,

A maneira como Alana resolvia problemas era simples e direta: esmagava boatos com fatos.Sem perder tempo, procurou a administração do shopping e conseguiu as imagens das câmeras de segurança do momento exato do incidente. Em seguida, publicou tudo online.No vídeo, era evidente que ela e o homem apenas haviam esbarrado sem querer. Ele, num reflexo automático, segurou seu braço por um breve instante. Nenhuma troca de palavras, nenhum gesto íntimo. Apenas um encontro casual entre dois desconhecidos.A narrativa da internet mudou imediatamente. Os perfis de fofoca, que antes espalhavam as falsas acusações, se tornaram alvo de uma enxurrada de críticas. Tiveram que se retratar, pedir desculpas e, no fim, alguns até excluíram suas contas.Mas para Alana, aquilo não era o suficiente. Ela queria descobrir quem estava por trás de tudo.— Olha, é aquele cara ali, agindo todo suspeito. — Karina apontou para um canto discreto do vídeo, onde um homem de chapéu bucket e máscara observava à distânc

Alana desviou o olhar, sem saber direito como encarar Juan e respondeu:— Com toda essa confusão, duvido que essa pessoa tenha coragem de aparecer de novo.— Mas… e se aparecer? — Juan suspirou internamente. Não adiantava insistir naquele assunto. — Tudo bem. Vamos para casa.Ele já havia colocado alguém para investigar o responsável pelas fotos. Até que obtivesse uma resposta, não ficaria tranquilo deixando Alana sozinha por aí.Ela apenas murmurou um “hm” baixo e seguiu ao lado dele, silenciosa.Juan franziu as sobrancelhas. Desde a noite passada, Alana estava agindo de maneira estranha, como se estivesse tentando evitá-lo.Discretamente, estendeu a mão na direção dela, mas acabou segurando apenas o ar. No exato momento, Alana colocou as mãos no bolso do casaco.Coincidência? Ou fez de propósito?Alana fingiu não perceber e olhou para os carros estacionados à beira da calçada:— Onde está seu carro?— Aqui.Juan conteve a estranha sensação no peito e, com um gesto cortês, abriu a por

Juan trouxe uma tigela de caldo de peixe espesso e fumegante. O aroma quente e reconfortante preencheu o quarto, despertando instantaneamente o apetite de Alana.Sem hesitar, ela pegou a tigela e provou a primeira colherada. O sabor era incrível.A textura cremosa do caldo combinava perfeitamente com a suavidade do peixe, e os grãos de arroz estavam cozidos no ponto certo, desmanchando na boca.Conforme o calor do alimento se espalhava pelo estômago, seu corpo inteiro parecia relaxar.Em poucos minutos, a tigela estava praticamente vazia.Ao levantar os olhos, percebeu que Juan ainda estava ali, sentado ao lado da cama, observando-a. Suas bochechas esquentaram.— Você já comeu? Vai lá jantar também, eu posso me virar sozinha. — Disse Alana.Juan pegou a tigela vazia das mãos dela:— Quer mais?Alana hesitou por um momento, meio sem graça, mas acabou assentindo com a cabeça.Juan sorriu de leve, levantando-se para buscar mais. Quando voltou, trouxe não apenas outra porção de caldo, mas