AlexandreEra fim de tarde quando ouvi a campainha tocar. Estávamos em casa, e Lara havia acabado de deitar um pouco. Ela andava mais cansada nesses últimos dias, o que era esperado pela gravidez. Levantei do sofá, com o coração já adivinhando quem estava do outro lado da porta. Quando abri, vi meus pais: Alfredo e Beatriz.Ambos estavam com semblantes pesados, cansados, e até abatidos. Meu pai, sempre tão firme, estava com as rugas mais profundas, e minha mãe... ela parecia ter chorado no caminho. Deixei-os entrar imediatamente.— Entrem, por favor. A Lara está descansando.Nos sentamos na sala. O silêncio entre nós durou alguns segundos, aquele tipo de silêncio que carrega o peso do que ainda vai ser dito. Beatriz foi a primeira a falar, com a voz embargada:— Filho... você acha mesmo que o Augusto fez isso com você?Eu respirei fundo. Era uma pergunta que eu sabia que viria. E, sinceramente, não era fácil responder, não por dúvidas, mas por tristeza. Porque a verdade é dolorosa qua
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