Todos os capítulos do Lorenzo - Entre o amor e a vingança: Capítulo 41 - Capítulo 50
52 chapters
41
Lorenzo,A luz fraca do amanhecer começava a invadir as janelas do meu quarto quando me levantei. Havia uma sensação amarga no fundo da minha garganta, como se o gosto da vingança estivesse misturado com o arrependimento. Mas isso não importava agora. Hoje, Nico pagaria por tudo.Desci as escadas da mansão em silêncio. Meus homens já estavam preparados. Sabiam o que fazer, sabiam que eu não ficaria em paz até que Nico Benedetti estivesse morto.O carro me esperava na entrada, e o motorista abriu a porta assim que me aproximei. O sol já começava a despontar no horizonte, mas nada daquilo me trazia alívio. Eu estava indo para o galpão, onde Nico estava acorrentado desde a noite anterior. Meus homens haviam capturado ele sem muito esforço. O velho já não era o que costumava ser, estava fragilizado, e ainda assim, causou tanta destruição. Agora, amarrado e indefeso, ele enfrentaria o que merecia.O carro deslizou pelas ruas vazias até o galpão abandonado, um lugar que eu já conhecia bem.
Ler mais
42
Lorenzo,Meus sapatos afundavam nas poças de sangue e suor que haviam se acumulado ao longo da tortura de Nico. Eu deveria sentir alívio, deveria sentir algo próximo à paz, mas tudo o que me restava era um vazio silencioso que fazia cada respiração parecer um esforço inútil.A vingança, a tão esperada vingança, havia finalmente sido realizada. Nico Benedetti estava morto, e suas últimas palavras ainda ecoavam na minha mente, perturbando qualquer noção de triunfo que eu esperava alcançar. Ele riu até o fim, como se soubesse que, de algum jeito, já havia vencido.Eu entrei no carro, com Vittorio ao meu lado, seu rosto contorcido em uma expressão que misturava preocupação e hesitação. Ele sabia que havia algo errado. Eu sabia que havia algo errado. E, no entanto, não tínhamos mais nenhum alvo para apontar nossos dedos.— Está feito? — perguntou Vittorio, em um tom cauteloso.Eu não respondi imediatamente. Olhei para as minhas mãos, ainda manchadas com o sangue, o mesmo sangue que, por ta
Ler mais
43
Camille,Os dias que se seguiram foram uma neblina pesada e interminável de dor e cansaço. Eu nunca pensei que poderia me sentir tão fraca, tão vazia, mas a verdade é que depois de tudo o que vivi, eu não era mais a mesma pessoa. Não sabia se algum dia voltaria a ser.O tempo parecia escorrer lentamente, como areia entre meus dedos, enquanto eu ficava deitada na cama, cercada por lençóis macios e pela tranquilidade que Viktor havia me proporcionado. Ainda assim, mesmo com todo o cuidado, toda a proteção que ele me oferecia, havia algo que não conseguia ignorar: a sensação de que uma parte de mim havia sido destruída para sempre.Os médicos e enfermeiras vinham me ver regularmente, verificando minhas feridas e garantindo que eu estivesse me recuperando fisicamente. O problema era que o que eu mais precisava curar não estava visível, e nenhum deles poderia fazer isso. A cada vez que eu fechava os olhos, revivia aqueles momentos no porão de Lorenzo. As correntes, os gritos, a tortura… as
Ler mais
44
Camille,A noite caiu pesada, carregada com o som distante dos trovões. O vento batia com força nas janelas, e a chuva caía incessante lá fora, criando uma melodia sombria que preenchia o quarto silencioso. Eu me sentia exausta. Cada músculo do meu corpo parecia implorar por descanso, mas minha mente estava em constante movimento, presa nos horrores do passado. Lorenzo... seu rosto ainda surgia em meus sonhos, como uma sombra que não conseguia dissipar.Me deitei, puxando os lençóis até o pescoço, tentando encontrar algum conforto no calor do quarto, mas era como se a escuridão ao meu redor estivesse se infiltrando dentro de mim. Fechei os olhos, esperando que o sono viesse me buscar rapidamente, mas em vez disso, fui arrastada para um pesadelo que parecia mais real do que qualquer coisa.Eu estava de volta ao porão. As correntes, o frio, o som dos gritos ecoando nas paredes. Lorenzo estava lá, como sempre, me encarando com aquele olhar cruel, enquanto suas palavras cortavam como faca
Ler mais
45
Camille,O silêncio da noite nos envolvia como um manto espesso, apenas interrompido pelo som da chuva insistente batendo contra as janelas. O calor da banheira já tinha se dissipado, mas a intensidade entre mim e Viktor permanecia, pulsante. Sentada em seu colo, sentia seu peito subir e descer lentamente enquanto ele me segurava com firmeza, como se nunca quisesse me soltar.Naquela noite, algo estava diferente. A energia que vibrava entre nós era nova, uma faísca que transcendia o desejo habitual. Mesmo após todas as noites juntos, ele cuidando de mim, nada se comparava ao que sentíamos naquele momento. Era como se finalmente tivéssemos nos libertado das amarras invisíveis, nos entregando um ao outro sem reservas.Viktor sempre esteve ao meu lado, me protegendo, respeitando meus limites. Ele nunca forçou nada, mas seu desejo por mim era claro. E agora, algo dentro de mim se soltou. Não era apenas desejo; era uma necessidade ardente de me conectar a ele de uma forma inexplicável.Meu
Ler mais
46
Camille,Viktor e eu estávamos deitados na cama, envoltos em um lençol macio, o calor suave do corpo dele me aquecia enquanto seus dedos deslizavam delicadamente pelos meus cabelos. A sensação era reconfortante, algo que me fazia sentir segura, protegida de todo o caos que já havíamos enfrentado. O silêncio entre nós não era desconfortável, mas repleto de compreensão e carinho. No entanto, havia algo que ainda pairava no ar. Algo sobre Viktor que eu ainda não sabia completamente.Me aninhei mais perto dele, a cabeça descansando em seu peito, e senti seus músculos relaxarem sob o meu toque. As cicatrizes em sua pele sempre me intrigaram, não apenas porque marcavam sua aparência, mas porque, de alguma forma, contavam a história de quem ele era. Cicatrizes de batalhas que ele travou, tanto físicas quanto emocionais. E, finalmente, eu estava pronta para conhecer essa história.— Viktor... — murmurei, acariciando suavemente seu peito, meus dedos traçando as linhas das cicatrizes que cobria
Ler mais
47
]Um mês depois..... Camille,O vestido branco brilhava sob a luz suave do espelho. Eu estava ali, parada, sentindo uma mistura de nervosismo e felicidade tomar conta de mim. A senhora que me ajudava a organizar o vestido, uma mulher de rosto amável e mãos habilidosas, sorria enquanto ajustava o tecido rendado que caía perfeitamente sobre meu corpo. Sim, hoje é o meu casamento com Viktor. A cada dia que se passava, estávamos mais envolvidos um com o outro, e foi então que ele me pediu em casamento.— Está linda, meu bem — ela disse com ternura, ajeitando o véu delicadamente sobre meus ombros. — Viktor vai perder o fôlego quando te ver.Sorri para ela através do espelho, as palavras enchendo meu coração de alegria. Eu estava a poucos minutos de me casar com o homem que amava, o homem que havia mudado minha vida de tantas maneiras. E, ainda por cima, estava grávida dele. Era uma surpresa que eu mal podia esperar para contar. A emoção de saber que em breve Viktor se tornaria pai me fazia
Ler mais
48
Viktor,A igreja estava decorada de forma impecável, cada detalhe refletia a atenção que Camille e eu colocamos no planejamento desse dia. As flores, as luzes suaves das velas, o murmúrio tranquilo dos convidados aguardando, tudo estava perfeitamente no lugar. Tudo, exceto a presença dela.Eu estava no altar, meu coração acelerado. Não era nervosismo, não era dúvida. Era preocupação. Algo não estava certo. Camille nunca se atrasaria tanto, e cada minuto que passava aumentava o aperto no meu peito.Ao meu lado, meu consigliere, Matteo, mantinha uma expressão calma, mas eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele também estava começando a se inquietar. O relógio marcava o tempo, e quanto mais os minutos avançavam, mais o silêncio ao meu redor parecia pesado.— Ela está atrasada demais — comentei em voz baixa, tentando manter a calma, mas Matteo percebeu a tensão em meu tom.— Casamentos, Viktor… sempre há atrasos — respondeu ele, com um leve sorriso. — Pode ser que algo inesperado
Ler mais
49
Lorenzo,Eu soube do casamento por um dos meus seguranças. As palavras dele ecoavam na minha cabeça como uma maldita sentença de morte. Camille estava se casando. Com Viktor.— Vittorio não te disse nada? — perguntei ao segurança, minha voz fria e controlada, mas por dentro, uma tempestade de emoções começava a me consumir. Camille é minha, e eu venho lutando para mudar por ela.— Não, senhor. Ele saiu cedo, disse que precisava resolver uma situação pessoal — respondeu o segurança, visivelmente nervoso.— Resolver uma situação pessoal? — eu repeti, sentindo o sangue ferver. Vittorio, o único que sabia de tudo, o único que conhecia cada detalhe dos meus planos, havia sumido no momento em que eu mais precisava dele. Mas eu não tinha tempo para pensar nisso. Não agora.Camille não podia se casar. Ela era minha. Sempre foi. E agora, ela estava prestes a se unir a outro homem, e não a qualquer homem, mas Viktor, meu inimigo. Já fiquei quieto por tempo demais, eu não posso mais ficar aqui d
Ler mais
50
Camille,Lorenzo me puxou com força pelo braço, quase me arrancando do corredor estreito do iate. Eu lutei tentando me soltar, mas ele era forte demais. Seus dedos apertavam meu pulso com tanta força que mal conseguia sentir a mão. Ele me empurrou com brutalidade para dentro de um quarto escuro e me jogou na cama.— Esse vestido não combina com você, amor — ele disse, sua voz carregada de sarcasmo e desdém, enquanto se inclinava sobre mim, seus olhos brilhando com um misto de desejo doentio e raiva, prendendo meus braços na altura da cabeça, e naquele momento eu temia pela vida do meu bebê.Seus dedos encontraram o tecido delicado do meu vestido, e com um movimento bruto, ele me soltou e rasgou meu vestido ao meio. O som do tecido se rasgando ecoou pelo quarto, assim como o grito sufocado que escapou da minha garganta. Tentei afastá-lo, minhas mãos empurrando seu peito, mas ele me segurou pelos pulsos novamente, pressionando meu corpo contra a cama. Sua respiração era pesada, quente,
Ler mais