ClaireOs dias se arrastavam, um após o outro, como uma rotina sem fim. Levantar, preparar o café da manhã para Gabriel, levá-lo à escola e, depois, passar horas no hospital com Lucas. Cada dia era uma batalha silenciosa contra a sensação de perda. Eu sabia que ele estava ali, vivo, mas o homem que ele era — o homem que eu amava — parecia inalcançável.Naquela manhã, Gabriel estava animado. Ele parecia perceber, de alguma forma, que Lucas começava a fazer pequenos progressos, mesmo que não tivesse plena consciência disso.— Mamãe, o papai vai lembrar hoje. Eu sei que vai! — ele disse, segurando minha mão enquanto caminhávamos para o carro.Eu queria acreditar nas palavras do meu filho. Queria agarrar aquela esperança infantil que ele carregava com tanta naturalidade. Mas a realidade era muito mais dura. Lucas estava lutando, sim, mas sua memória era um quebra-cabeça cujas peças estavam misturadas e perdidas.Quando chegamos ao hospital, encontramos Lucas sentado à beira da cama, olhan
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