Parte 36 - BiancaA biblioteca era deslumbrante, mas intimidante. As estantes de madeira escura subiam até o teto, repletas de livros encadernados em couro e dourado, e o grande tapete no centro parecia amortecer os sons das passadas. Uma enorme janela deixava a luz entrar, mas mesmo assim, a atmosfera estava carregada, densa. Assim que entrei, senti o peso de todos os olhares se voltando para mim.Meu pai estava de pé próximo à lareira, imponente como se fosse um rei em seu trono. E talvez ele pensasse ser um mesmo.Sua expressão era de puro desdém, e sua postura parecia anunciar uma confusão iminente. Minha mãe, afundada em uma poltrona próxima, parecia um espectro do que já foi. Da última vez que eu a vi, ela já não estava muito bem e agora parecia menor, mais frágil. E Vitória, a mãe de Adriano, estava ali como uma observadora distante, seus olhos avaliando cada movimento, como se estivesse analisando uma transação comercial.Adriano entrou logo atrás de mim, mantendo-se perto,
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