O corredor da emergência fervilhava de atividade. Os paramédicos empurravam a maca com urgência, enquanto relatavam o caso. — Trauma craniano severo, possível hemorragia interna. Ombro deslocado. Saturação instável no transporte, estabilizada na chegada — disse o paramédico, ofegante, enquanto corria ao lado da maca. Doutor Marcelo, já de máscara e luvas, esperava na entrada. Ele manteve a postura calma, mas o impacto de ver Gabriel naquele estado o atingiu profundamente. Gabriel era mais que um colega. Era um amigo e um dos melhores neurocirurgiões do hospital. "Quantas vezes ele esteve nesse mesmo corredor, recebendo pacientes graves? Agora é ele quem precisa de nós." — Levem-no para a tomografia imediatamente. Precisamos da dimensão completa do dano antes de qualquer intervenção — disse Marcelo, sua voz carregada de autoridade. Enquanto a equipe movia Gabriel, Marcelo sentiu uma onda de culpa o atingir. Ele lembrava das conversas informais com Gabriel no refeitório, sobre
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