BeatrizEu respiro fundo e encosto a testa na janela, observando as folhas balançarem lá fora. A noite está silenciosa, quase como se o mundo inteiro tivesse parado para ouvir o que meu coração tenta dizer. Sinto um aperto no peito, aquela saudade que não se mede, não se explica, só se sente. Rafael não está aqui, e isso dói de um jeito que nunca me acostumo.Ele sempre sai em missões, eu sei. Faz parte da vida dele, da nossa vida. Mas, desde que os pequenos chegaram, ele sempre dava um jeito de voltar à noite. Entrava pela porta como um furacão de amor, trazia aquele cheiro que só ele tem, uma mistura da sua masculinidade, suor e colônia que me deixava em paz. Era como se, ao senti-lo, eu soubesse que tudo estava bem no mundo, pelo menos no nosso pequeno mundo.Agora, a cama parece tão grande, tão fria. Meu corpo anseia pelo calor do dele, pela forma como ele me abraça e me mantém segura, como se nada pudesse nos atingir. Eu sinto falta das noites em que conversávamos até tarde, rindo
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