Pedro acordou de um sonho. Um sonho extremamente ruim. Suas mãos tremiam e ele suava frio. A cama estava molhada — e não apenas de suor. Queria esquecer o pesadelo, mas agora os lençóis o lembravam dele o tempo inteiro. Olhou ao redor, procurando por Saulo – há quanto tempo eles haviam ido deitar? – e, por fim, recuou em sua busca, sabendo que seria zoado pelo amigo pelo resto da vida, se ele soubesse que, dessa vez, Pedro não fizera xixi apenas nas calças.Levantou-se lentamente, ainda na inocência de seus gestos, retirando os lençóis sem fazer barulho. Queria chorar, mas sua mente insistia: qualquer som, por menor que fosse, poderia acordar as outras crianças. E não havia nada pior do que o bullying que duraria, no mínimo, o resto do ano. E as cervejas? Quantas beberam? Foram poucas, não foi?Nunca pensou no termo “sono pesado”, mas sabia que os únicos adultos que ficavam ali durante a madrugada geralmente tinham isso. Não deveria ter bebido. Sua cabeça fervia com a sensação de arre
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