Mikhail Petrov Estou diante de Cassano, sentindo o peso das acusações. Seus olhos, cheios de ódio, me perfuram. Cada palavra sua é uma lâmina que corta fundo. Tento manter a compostura, ciente de que preciso de uma saída. Olho para Sophie, visivelmente nervosa, mas resoluta. Sua determinação me dá forças, mesmo sabendo que Cassano revelou a verdade para ela.Cassano não para. Ele me acusa de traição, de manipulação. — Você, um Petrov, atreve-se a se aproximar da minha filha? Vocês sempre foram nossos inimigos! Não há nada que eu deteste mais que a sua família! — Matheo Cassano cospe as palavras, logo em seguida dá-me mais um soco, que possivelmente possa ter quebrado uma costela minha. De tantos socos e cortes que tenho, não sei mais o que dói em mim. O velho Cassano pega na arma e descarrega diante dos meus olhos, pronto para me matar. Sophie, com uma coragem que nunca vi, interrompe seu pai com um grito.— Estou grávida! — Sua voz é clara, cortante, atravessando o ambiente pesado

Mikhial PetrovEstamos no jardim da mansão dos Cassano. A noite se aproxima, e a luz do entardecer pinta tudo com um brilho dourado. O vento sopra suavemente, agitando as folhas das árvores. Sinto a tensão em meus músculos, cada passo pesado enquanto me aproximo de Michael Moretti. Ele está parado ali, com sua postura confiante e um sorriso que me provoca.- Michael - chamo, minha voz carregada de um controle que mal consigo manter - Podemos conversar? - Estou fazendo o possível para não socar a cara do filho da puta. Ele vira-se para mim, o sorriso se alargando. - Claro, Mikhail. Estou sempre disposto a conversar - Sua voz é sedutora, mas cada palavra dele me irrita mais.Dou um passo à frente, meus punhos cerrados. - Sei o que está tentando fazer, e não vou permitir. Fique longe da Sophie! - respiro fundo tentando controlar as minhas emoções. Mantenho os punhos cerrados. Michael inclina a cabeça, uma expressão fingida de surpresa em seu rosto. - Estou apenas oferecendo apoio, M

Sophie CassanoEncontro Aleksander no corredor da mansão, e só de vê-lo, sinto meu estômago revirar. Ele me encara, os olhos cheios de culpa, e o ar entre nós fica pesado. Cada encontro com ele é um lembrete doloroso do que perdi por causa das suas ações.— Isabella não está aqui — digo, tentando manter a voz firme — Ela está no jardim de inverno com minha mãe — Estou a um passo de me afastar quando ele fala novamente, me parando.— Sophie, eu preciso falar com você — ele começa, hesitando — Sei que o que fiz foi errado. Convenci Mikhail a engravidar você para forçar a aliança entre a Bratva e a Camorra. Isso foi uma traição terrível, e sinto muito — Seus olhos, geralmente frios, agora mostram uma vulnerabilidade que me pega de surpresa.Fico paralisada, tentando processar o que ele está dizendo. A dor e a raiva borbulham dentro de mim, lembrando-me de como ele arruinou minha vida.— Você sabe o que fez? — Minha voz treme, mas está cheia de uma força que não sinto — Você me usou, sen

Isabella PetrovEstou de pé na varanda da casa de praia, olhando para o vasto oceano que se estende diante de mim. O sol começa a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, mas minha mente está longe de apreciar a beleza ao meu redor. Estou pensando em Sophie e Mikhail. Eles precisam resolver as coisas entre eles, e a ideia de deixá-los nesta ilha remota parece a melhor solução.Eles não sabem, mas amanhã os trarei para cá, para o que acreditam ser um simples passeio. Mikhail, com sua rigidez e mistérios, e Sophie, sempre tão emocional e vulnerável, precisam de tempo juntos, longe de tudo e todos. Aleksander, meu marido, não sabe do meu plano, mas ele concordaria que isso é necessário. Não posso mais assistir aos dois se esquivando dos problemas e das conversas que precisam ter. A tensão entre eles só cresce, e enquanto estiverem cercados por pessoas, nunca chegarão a lugar algum.Aqui, sem interferências, sem distrações, só restará a eles a companhia um do outro. E talvez, fi

Mikhail Petrov A luz da manhã entra suavemente através da janela, criando um padrão de sombras e brilho no quarto. Acordo devagar, os sentidos ainda embriagados pela calma da noite passada. Sophie está ao meu lado, dormindo tranquilamente. O ambiente está silencioso, salvo pelo ocasional suspiro dela e o leve som dos pássaros lá fora. Sinto uma paz que não experimentei por um longo tempo. A reconciliação que tivemos ontem à noite trouxe uma clareza que eu havia buscado desesperadamente.Ela começa a se mover, despertando. Vejo seus olhos se abrirem lentamente, revelando um olhar sonolento, mas contente. Ela sorri ao me ver, e o sorriso dela faz meu coração se aquecer. A tensão que costumava marcar nossas interações se dissipou, substituída por uma sensação reconfortante de entendimento.— Bom dia, Anjo — ela murmura, a voz ainda suave e cheia de sono.— Bom dia, meu raio de sol— respondo, forçando um sorriso enquanto me alongo. A sensação da noite passada ainda está fresca, e a suavi