Capítulo 40: Um novo recomeçar?JúliaO vento soprava frio e cortante enquanto caminhava rapidamente em direção ao escritório de Edward Sinclair. Meu coração estava acelerado, um pressentimento ruim pesando sobre meu peito. Tinha passado a noite em claro, pensando no garoto do orfanato. Algo nele me atraía de uma forma que eu não conseguia explicar. Era como se um fio invisível nos ligasse.Entrei no prédio e me dirigi diretamente ao escritório de Edward. Ele estava ocupado, como sempre, mas sabia que eu precisava falar com ele urgentemente.— Júlia, o que aconteceu? — ele perguntou, levantando-se para me cumprimentar.— Preciso de sua ajuda, Edward. Quero adotar um menino daquele orfanato que sempre visito. Seu nome é Thomaz.Ele franziu a testa, pegando uma pasta e começando a fazer anotações.— Vou começar os trâmites imediatamente. Mas, Júlia, sabe que isso pode levar algum tempo, certo?— Eu sei, mas não temos muito tempo. Sinto que algo está para acontecer, algo ruim. Precisamos

Capítulo 42: Alinhando novos destinosHassanA noite estava perfeita. As estrelas cintilavam acima do meu castelo, me sentia triunfante, sabendo que Júlia estava agora sob meu teto. Havia algo inebriante em ter o controle total, não apenas das situações, mas das pessoas que nelas se envolvem. Olhei para ela do outro lado da mesa, sua beleza iluminada pela luz suave das velas. Aquele jantar era apenas o começo.Mateus estava sentado a alguns metros, tentando esconder o desconforto que crescia a cada minuto. Eu podia sentir o nervosismo dele, como um animal encurralado. Era quase patético vê-lo ali, tentando manter a compostura enquanto a tensão entre nós crescia. Ele sempre foi tão previsível.A ironia da situação não me escapava. Mateus, que havia se casado com Helena — a mulher que agora estava em outro continente, fugindo da confusão que ela mesma criou —, estava novamente preso em um ciclo de caos que eu cuidadosamente orquestrei. E o melhor de tudo? A mulher que ele amava, Júlia,

Capítulo 44: Enfrentando a dura realidadeMateusDeveria estar acostumado com os jogos de poder de Hassan, mas ver Júlia no castelo dele foi um golpe baixo, até mesmo para ele. Quando a vi pela primeira vez, andando pelos corredores como se fosse dona do lugar, algo em mim se quebrou. Ela não parecia a mesma mulher que um dia foi minha esposa. Não, ela estava diferente, mais fria, mais distante... e completamente submissa a Hassan. Era como se ele tivesse conseguido dobrá-la de uma maneira que eu nunca fui capaz.— Vejo que você conheceu minha futura esposa — a voz de Hassan soou atrás de mim, carregada de um prazer evidente. — Estamos nos preparando para o casamento. Vai ser daqui a um mês. E, deixe-me te dizer, será muito mais grandioso do que o de vocês dois.Eu me virei para encará-lo, tentando manter a calma, mas cada palavra que saía de sua boca era como uma facada. Hassan estava saboreando cada momento, seu sorriso vitorioso me irritou profundamente. Sua postura parecia inabal

Capítulo 46: Casamento á vistaHelenaA notícia veio como um soco no estômago. Meu pai, Hassan, havia escolhido a sua próxima esposa. Senti a raiva fervendo dentro de mim, queimando com uma intensidade que há muito tempo não sentia.Estava furiosa.— Como ele pôde fazer isso comigo? — murmurei, apertando o celular com força, enquanto lia a confirmação mais uma vez.Tinha tudo sob controle aqui no Marrocos. Vivia como uma princesa, cercada de luxo e mimos, mantendo George à distância, bem cuidado pelas babás que contratei. Ele era apenas uma peça no meu jogo, uma criança que eu precisava manter por perto para as aparências, mas que nunca permitiria que me incomodasse. Minha vida estava perfeita, até essa notícia chegar.— Meu pai... — suspirei com desprezo, olhando pela janela do meu quarto, para o horizonte distante. — Ele sempre acha que sabe o que é melhor.Mas desta vez, ele foi longe demais. Ele sabia o que esse casamento significava para mim. Sabia que, com Júlia se tornando ofic

Capítulo 48: Mãe e filhoJúliaA sala de estar estava quieta, com a luz suave filtrando através das cortinas. George estava lá, imerso em um jogo eletrônico, sua concentração evidente enquanto os dedos ágeis manipulam o controle. Ele parecia tão à vontade, tão completamente absorvido na diversão que me fez parar por um instante.Eu o observei de longe, meu coração apertando com cada segundo que passava. Ele estava tão diferente, com o cabelo meio aloirado e um corte que o fazia parecer um pequeno homenzinho. A cena era ao mesmo tempo encantadora e dolorosa. Queria gritar, chorar, e ao mesmo tempo me sentia paralisada. Ver meu filho assim, tão perto e ainda tão distante, era uma tortura silenciosa.Os sentimentos eram um turbilhão dentro de mim. A dor de saber que ele foi adotado por Helena, a saudade de momentos que jamais vivi com ele, tudo isso se misturava em um coquetel de emoções que eu mal conseguia controlar. Talvez nunca pudesse revelar a verdade a ele, talvez nunca pudesse re