Jaqueline, de repente, não sabia o que dizer."Nádia, essa mudança de atitude é muito significativa. Por que ela foi tão gentil com Ângela antes? Será que foi apenas para atacá-la duramente neste momento ou havia ironia em suas palavras? Eu não consigo entender."Ângela, incapaz de conter seu temperamento, se apressou em responder:— Tia, eu também vi o acordo de divórcio, e Roberto foi extremamente generoso. Poucos homens seriam tão magnânimos, considerando que eles foram casados por apenas um ano e Jaqueline parece não ter contribuído muito para a família Santana.— O que a Srta. Ângela considera uma contribuição? — Perguntou Nádia, franzindo a testa, aparentemente descontente. — Desde quando a divisão de bens em um casamento deve ser baseada em contribuição? Você encara o casamento como um emprego, onde se é remunerado pelo que se faz? Está tratando a Jaqueline como uma empregada?Ângela ficou atordoada e rapidamente respondeu:— Tia, não foi isso que eu quis dizer.— Eu sei que a S

— Se não fosse por você, Roberto e Jaqueline já estariam casados há muito tempo, não seria a sua vez. — Nádia retrucou diretamente. — Há quantos anos Jaqueline e Roberto se conhecem? E você, há quantos anos os conhece? Se realmente precisarmos estabelecer uma precedência, como pode afirmar que Roberto gostou de você primeiro?— Mãe. — Jaqueline segurou o braço dela. — Pare de falar, ela não está bem de saúde. Se a fizer desmaiar, Roberto ficará descontente.De fato, Nádia falava pensando nela, se a relação entre mãe e filho se rompesse por causa de Ângela, não valeria a pena.Roberto e Ângela estavam claramente apaixonados. A questão de quem Roberto amou primeiro já não importava. O que realmente importava era quem ele amava naquele momento, por quem estava disposto a se divorciar.Ângela ficou tão irritada que sentiu a cabeça girar. Ela segurou o peito e respirou fundo: — Se Roberto gostasse dela, por que ele estaria comigo? Tia, ele é seu próprio filho, a família Santana não pensa n

Quando Jaqueline chegou à porta, ela estava visivelmente preocupada:— Mãe, ela só tem um pulmão e o coração não está bom. Se algo acontecer, Roberto...— Deixe que ela enfrente as consequências. — Disse Nádia em voz alta. — Se Roberto ficar bravo, que venha falar comigo. Se ele te culpar, você simplesmente se divorcia dele. Não é o fim do mundo.— Mãe, o que está acontecendo? Você está bem? — Jaqueline estava preocupada, percebendo que Nádia estava excepcionalmente exaltada.Ela nunca imaginou que Nádia pudesse perder o controle dessa forma.— Está tudo bem. — Nádia se acalmou. — Volte para casa e descanse, você precisa cuidar da sua gravidez. Não acredito que Ângela seja tão frágil. Conheço muitas mulheres que dramatizam sobre querer morrer, e na maioria das vezes, estão apenas buscando atenção. Esse tipo de mulher sobrevive à base da compaixão alheia, apenas para se exibir.— Mãe, por que você nos chamou para jantar hoje? Foi apenas para repreender Ângela?— Eu queria ver que tipo d

Roberto franziu a testa:— Meus pais sempre serão seus pais, e a família Santana, sempre será sua casa. Se divorciar não significa que devamos nos tratar como estranhos. É preciso entender isso.Jaqueline sorriu amargamente, ela compreendia muitas coisas.Entrando no closet, Jaqueline começou a pegar algumas roupas. Roberto perguntou:— O que você está fazendo?Ela respondeu:— Vou arrumar minhas coisas e transferir para o quarto ao lado. Dormiremos em quartos separados até o divórcio. Caso contrário, sempre que eu entrar aqui, será constrangedor.Jaqueline colocou as roupas na cama, pronta para dobrá-las. Roberto se aproximou:— Ainda não estamos divorciados. Por que essa pressa? Já dormimos juntos antes, que diferença faz dormir juntos mais algumas vezes?Ele realmente detestava a distância que ela estava criando.— Ângela ficaria chateada. — Jaqueline levantou a cabeça e disse. — Se ela descobrir que ainda estamos dormindo juntos, certamente ficará magoada. Ela não está bem de saúd

Jaqueline dobrou as roupas que segurava e as colocou no colo:— Não é necessário, você pode lidar com isso sozinho, eu não quero.Ela precisava esclarecer as coisas, não queria mais deixar os limites ambíguos.Roberto recuou, franzindo a testa:— Você não quer esta pulseira porque acha que foi Ângela quem me pediu para comprá-la, mas eu garanto que fui eu quem decidiu. Ângela não sabia inicialmente, ela apenas viu a pulseira por acaso e comentou que seria perfeita para você. Não a comprei por causa do que ela disse.Jaqueline hesitou por um momento, se lembrando do que Ângela havia dito antes, que era completamente o oposto do que Roberto disse. Ela achou aquilo engraçado, como algumas palavras de Ângela a haviam influenciado, talvez porque estivesse realmente decepcionada com Roberto.— O presente que você comprou para mim, ela também viu. Parece que vocês têm uma relação muito próxima, ela vê tudo o que é seu.Roberto pareceu irritado:— Jaque, estou tentando ter uma conversa séria c

”Não pense demais”. Essa frase impactou profundamente Jaqueline. Claramente, o significado das palavras dele era exatamente esse, insinuando de maneira direta, porém velada. Contudo, ao serem pronunciadas por ele, parecia que era ela quem estava exagerando nos pensamentos."Será que estou realmente pensando demais?"— Roberto, sou eu que estou exagerando, ou é você que está sendo excessivo? Você sempre confia cegamente em Ângela, e tudo o que eu falo se torna mentira, enquanto Ângela é sempre vista como bondosa e pura! Não entendo, o que ela realmente fez com você?— Jaqueline, não fale mal dela. Ela não fez nada comigo. Mas e você, por que está agindo de forma tão irracional? Você mesmo disse que não está feliz comigo, que está cansada de mim, então o que minha relação com Ângela tem a ver com você? Como isso te beneficia machucar ela?Quando ela expressou estar cansada dele e do casamento, ele não refletiu sobre os sentimentos dela, tampouco entendeu por que somente ela se sentia pre

Ângela foi salva a tempo após uma tentativa de suicídio por cortes nos pulsos. Desde então, ela tinha permanecido deitada na cama, em silêncio, chorando e se sentindo profundamente injustiçada, apesar das tentativas de Roberto de dialogar com ela. Eventualmente, ela desabafa:— Roberto, por favor, me deixe em paz. Viva sua vida com Jaqueline. Não devemos nos ver mais.— Ângela, vou perguntar a você uma última vez: o que aconteceu? Se você não me contar agora, ficarei realmente zangado.Ângela sempre acabava revelando a verdade quando percebia que ele estava seriamente irritado, pois tendia a guardar as mágoas para si mesma. Entre soluços, ela revelou:— Os Santanas nunca me aceitarão. Hoje ao meio-dia...— O que aconteceu ao meio-dia? Fale logo.— Roberto, ao meio-dia sua mãe, eu e Jaqueline almoçamos juntas.— O quê? — Roberto fica surpreso, pois pensava que apenas Jaqueline e sua mãe estariam juntas. Ninguém havia lhe contado sobre Ângela.— Quando recebi o convite de sua mãe para

— Você não acha que deveria pedir desculpas depois do que fez? É melhor vir ao hospital, caso contrário... — Roberto não tinha terminado de falar quando Jaqueline desligou o telefone.Ela simplesmente não conseguia manter uma conversa normal com aquele homem, que parecia verdadeiramente enlouquecido, completamente irracional. Sempre que se tratava de Ângela, ele perdia a razão, incapaz de pensar claramente."Por que Ângela claramente estava atuando, e ainda assim Roberto sentia tanta pena dela? Será que ele é tão ingênuo assim?"No fundo, era porque Roberto se importava demais com ela. Quando um homem se preocupava tanto com uma mulher, se tornava parcial, e tudo girava em torno dela, independentemente de ela estar certa ou errada, a prioridade era protegê-la.Naquela situação, ele não se importava com o que era certo ou errado, ele simplesmente protegia com todo o coração a mulher que amava. Era como alguns pais que mimavam seus filhos excessivamente, mesmo quando os filhos erravam,

O coração de Jaqueline parecia ter sido violentamente partido ao meio. "Ele ficou cego? Sim, já se passaram dez anos e ele nem sabe como sou." Eles se conheciam há uma década, e ainda assim isso não foi suficiente para superar uma mentira de Ângela. Ângela disse e ele acreditou em tudo, sem ouvir sua explicação. Durante aqueles dez anos, não foi apenas Roberto que estava cego, ela também estava!— Venha comigo ao hospital e peça desculpas para Ângela! — Roberto pegou um casaco do cabide e o enfiou nos braços dela, puxando ela para fora da casa. — Eu não vou pedir desculpas a ela, mesmo que você me leve, não vai adiantar!Roberto não respondeu, apenas conduziu Jaqueline até o carro.Quando chegaram ao hospital, Roberto segurava firmemente o pulso dela, advertindo ela friamente:— Quando você ver Ângela, não ouse dizer nada que a irrite. — Eu não vou dizer nada. Você quer que eu peça desculpas a ela? Isso nunca vai acontecer! — Você tem que pedir desculpas a ela! — Roberto ac

Ângela tentou suicídio daquela vez, uma tática baixa, mas eficaz, que certamente abalou profundamente Roberto. Ela mostrou ser uma pessoa implacável ao se infligir tanto mal. Roberto segurava firmemente o pulso dela, tentando arrastá-la para a enfermaria, mas Jaqueline permanecia imóvel no mesmo lugar. — Por que você está parada aí? Entre! — Roberto, ou você me mata, ou eu definitivamente não vou pedir desculpas a ela. Desista dessa ideia! — Te matar? — Roberto estava furioso. — Você sabe muito bem que eu nunca faria isso. Você está realmente tentando me confrontar até o fim? — Exatamente, estou curiosa para ver até onde você iria por Ângela! — Roberto, é você? Você está aí fora? — Ângela parecia ter ouvido sua voz! Roberto estava prestes a apertar o braço de Jaqueline até deixá-lo vermelho. — Entre. — Eu não vou. Mesmo que você me arraste para dentro e quebre meus dentes, eu não vou pedir desculpas a ela. Cuidado para não acabar a matando.Ela era incrivelmente tei