O corpo de Magnus começou a esquentar, um calor intenso subindo pela pele como se queimasse de dentro para fora. Observar Lucian dormindo ao seu lado despertava uma urgência que ele lutava para manter sob controle. A visão do alfa vulnerável, descansando despreocupadamente, só alimentava o fogo que já crescia em seu peito. Seus feromônios estavam começando a escapar, mais fortes a cada respiração, cobrindo Lucian como um véu invisível.Magnus não conseguia manter as mãos longe dele. O toque suave de seus dedos sobre a pele de Lucian, a maciez de seus cabelos dourados espalhados pelo travesseiro... Tudo em Lucian clamava por ele, ou pelo menos era assim que Magnus se sentia. Seu instinto primal rugia, exigindo que ele reivindicasse o alfa por completo, sem deixar espaço para dúvidas. Era um desejo tão visceral que o fazia se perder momentaneamente."Paciência", ele se lembrou. "Ainda não." Havia um plano maior em mente.Com cuidado, Magnus ajustou Lucian em seus braços, levantando-se c

Geralmente, os seus ciclos de calor eram intensos e demorados por Magnus ser um ômega dominante. A volúpia que queima o seu corpo parecendo um inferno sem fim, apenas o fazia querer perseguir algum alfa para saciar cada gota de desejo que ele carregava naquele período. Mas agora Magnus tinha um alfa para chamar de seu, e ele seria o seu alvo por todos os dias que estavam por vir.A droga fazia um efeito estrondoso em Magnus.Naquela vez que acabou drogado por Lucian, os efeitos foram intensos, porém não o suficiente para deixá-lo naquele estado tão… desastroso. Talvez ter bebido metade daquele frasco tenha sido um delicioso exagero.Os olhos carmesins do ômega seguiam Lucian em cada movimento. Ele estava absurdamente focado no alfa. Lucian emitia feromônios, fracos em níveis desprezíveis como sempre acontecia, mas que para o ômega tinham um efeito intenso. O seu corpo se arrepiava e Magnus inclinava-se para sentir mais daquele cheiro amadeirado, farejando o ar e sentindo sua pele se a

Eugene, em pé diante do espelho do seu quarto, observava sua própria imagem com um misto de nervosismo e excitação. Era uma noite importante — a noite que ele havia esperado por tanto tempo. A noite em que finalmente seria reconhecido como adulto perante toda a sociedade. Mas, além disso, havia uma expectativa silenciosa que fervilhava dentro dele, algo muito mais pessoal e intenso.Ele pensava em Cadec.Com um suspiro profundo, ele ajeitou o broche que prendia a sua capa de cetim azul, presente do próprio Cadec. O toque das safiras e do ouro frio fazia o coração de Eugene bater mais rápido. Ele o havia convidado para ser o seu acompanhante — um movimento arriscado, mas que, no fundo, ele sabia ser necessário. Aquela noite não seria apenas sobre a sua maioridade, mas também sobre a afirmação de seus sentimentos.— Milorde, a Sua Alteza acaba de chegar — A voz de Carsen o chamou da porta, interrompendo os seus pensamentos.— Estou pronto.Quando a porta do seu quarto se abriu, Cadec en

A festa de um nobre sempre era motivo de felicidade para os convidados, pois era a chance perfeita para formar laços ou encontrar um parceiro ideal para casar. Tais intenções transformavam a festa em um verdadeiro campo de batalha escondido sob máscaras e bom decoro.Eugene era a estrela da noite, e todos entendiam o porquê. Além de ser um Grimwood e irmão mais novo do Grão-duque, havia algo nele que transcendia sua posição social. A elegância de seus movimentos, a suavidade do sorriso, o charme natural e sua beleza única. Seus cabelos pretos e ondulados caíam perfeitamente, os olhos rosados emanavam uma ternura que cativava a todos. E, acima de tudo, o seu feromônio doce que, mesmo sem perceber, envolvia os alfas ao seu redor.Ah, o doce Eugene Grimwood era o verdadeiro alvo de todos os alfas naquela temporada.O salão brilhava com luzes de cristal, e o som suave da orquestra permeava o ambiente. Eugene sentia os olhares sobre si enquanto circulava entre os convidados, cumprimentando

Encarando o salão adornado, Lucian deixou a taça de vinho sobre a mesa sem sentir vontade alguma de beber álcool. Estava fugindo dos seus problemas, e isso era fato. Primeiro permitiu-se embebedar no corpo do seu esposo, saciando a sua volúpia e deixando-o satisfeito. Agora, era a festa de Eugene que servia de desculpa para não se lembrar da revelação dos governantes do Império.O falatório que o cercava, os sorrisos esnobes e a música o deixava tonto. Ainda assim, ele não conseguia deixar de estar do lado do seu esposo.Erguendo os olhos azulados para o homem de terno escuro e cabelo penteado para trás, Lucian observou a silhueta de Magnus conversando com alguns nobres. Pouco lhe interessava o assunto em questão, mas ele se via atraído pelo ômega, incapaz de deixar de seguir os seus passos.Talvez estivesse tão desesperado, ao ponto de usar Magnus como a sua âncora para não enlouquecer.— Você deveria ir tomar um ar, meu irmão.Ouvindo a voz doce de Raven, Lucian desviou o olhar para

— Provavelmente porque foi Eugene quem o encontrou — Mentiu Lucian, mantendo-se o mais calmo o possível — Ele deve ter ficado surpreso e liberado o seu cheiro inconscientemente.Foi pura sorta que o curativo de Cadec estava escondendo a mordida, assim como cobriu com a gola da camisa social. Enquanto o príncipe usasse a sua máscara de inocente como fachada, arranjaria tempo o suficiente para Eugene e Cadec se decidirem sobre como contar a novidade ao Grão-duque. De resto, ele não poderia fazer mais nada.Magnus estreitou os olhos sem comentar nada a respeito. Os olhos carmesins brilharam para o seu esposo, e os dedos enluvados apertaram o seu ombro roubando a sua atenção. Lucian o encarou de volta, questionando-se o que o seu esposo queria ali.— Se ele desmaiou de exaustão, imagino que vá dormir por um bom tempo.— Acredito que sim, querido. — Lucian concordou ao se levantar da cama e segurar o pulso do ômega — Deveríamos voltar para a festa?— Não, já estou cansado de ouvir aquelas

Uma mordida conecta duas pessoas pelo resto de suas vidas. Nenhuma outra pessoa seria tão bonita e especial se comparada com o seu parceiro. O mundo só faria sentido se a pessoa com quem tem vínculo estiver ao seu lado. A sua ausência é um grande vazio, tornando o termo "viver" algo impossível.Tratando-se de um vínculo tão profundo, era esperado que os sentimentos que as duas pessoas envolvidas tivessem fosse também aprofundado. Poderia até mesmo odiar tal pessoa, mas seria impossível viver sem ela. E se a amava, então se tornaria obcecado para mantê-la ao seu lado.Quando Cadec abriu os olhos e viu o jovem Eugene ao seu lado, dormindo enquanto segurava a sua mão, o príncipe percebeu que estava preso a um rapaz que tinha toda uma vida pela frente. Sentimentos conflitantes ainda atormentavam os seus pensamentos, o deixando hesitante. Só que era tarde demais para isso.Eugene era bem mais novo, um Grimwood, um ômega e um ótimo parceiro. Politicamente falando, o seu relacionamento com E

O Cassino "Conselho de Behemoth" estava funcionando como antes. Os nobres ficaram receosos de voltar a frequentar as mesas de apostas depois da morte do Conde Moutuni, porém o luxo e o prazer que Ferdinand Brighton proporcionava aos seus clientes tornava qualquer outro cassino um lixo incapaz de saciar os vícios dos nobres. Por isso, não demorou muito para que voltassem a frequentar as mesas de apostas e as luxuosas festas.A reinauguração do cassino foi realizada em grande estilo, com um leilão da própria Baronesa das Jóias. Pela primeira vez ela faria um leilão fora do submundo, o que atraiu ainda mais gente. Com a promessa de leiloar jóias feitas por um novo joalheiro, cuja popularidade tem se alastrado nos últimos meses, os nobres ficaram curiosos para verem as peças.Tudo corria de acordo com os planos do Grão-duque Grimwood, mostrando aos mais poderosos o quanto poderiam lucrar se estivessem ao seu lado. A Baronesa das Jóias tem exclusividade na venda das jóias de Lucian, e Ferd

Demorou cerca de uma semana para que finalmente se encontrassem. Naquela madrugada, uma tempestade assolava o Império Roveaven, com ventos fortes balançando furiosamente as folhas das árvores, uma chuva gélida e grotesca que omitia qualquer conversa secreta dos ouvidos alheios.Um clima perfeito para aquele grupo de pessoas.Quando ouviu falar que ele era um "pirata", Magnus já conseguia imaginar um adulto brincando feito criança usando uma fantasia estereotipada. Já tinha se preparado mentalmente para uma visão ridícula e irrisória. Contudo, quando o Capitão Rayland tirou o seu sobretudo e revelou-se um homem forte de vestes caras em moldes comuns e confortáveis… ficou difícil esconder o seu interesse.O Capitão Rayland era um homem de pele bronzeada e cabelos compridos, sendo nítido que é um estrangeiro. Os olhos castanhos claros brilhavam com charme e astúcia, e o sorriso indolente em seu rosto deixava claro que ele estava confortável mesmo perante o Grão-duque. Claramente uma pesso

Os corredores silenciosos pareciam um filme de terror que Lucian viu em sua outra vida. A sensação fantasmagórica já não o assustava mais, já que estava acostumado com isso desde que voltou a ser o Oitavo Príncipe. Só era uma novidade ele se esgueirar pelos corredores para não ser visto por nenhuma escolta, tal como se fosse um ladrão.Ainda assim, Lucian conseguiu alcançar a torre norte onde a Segunda Princesa estava sendo mantida presa.A decisão do Imperador Rehael de prender Dáhlia na torre foi considerada excessiva. Segundo os rumores que circulavam na alta sociedade, o Imperador teria tomado tal decisão depois de Dáhlia tentar fugir com o seu suposto noivo. Muitos nobres, apoiadores de Raven e Dáhlia, estavam desgostosos com tal decisão, criticando a posição do Imperador ao ponto de questionar o seu amor paternal.Porém, nenhum deles tinha a audácia de realmente enfrentar Rehael e pedir a revogação da restrição da princesa.Enquanto subia as escadas de espiral, Lucian era cuidad