Todos os capítulos do UM CORAÇÃO VALENTE : Capítulo 41 - Capítulo 49
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HelenaDepois do meu diálogo com Melin na madrugada anterior acordei me sentindo bem disposta, ainda não sabia se Melin estava certo, entretanto as suas palavras conseguiam aquietar o meu espírito e havia funcionado feito um remédio que alivia dores. Saber que estamos quase chegando em terra firme também fez com que todo meu mal estar passasse, eu sabia que o balanço do barco era o que me fazia mal.Quando vejo James me assusto com seu estado, ele parecia não ter dormido nada, me recordo de que Melin disse que ele havia bebido muito na noite anterior. Estava um trapo. Às vezes eu tinha a impressão de que James estava sofrendo com o nosso distânciamento, seu semblante era triste, confesso que sinto um aperto no peito.— Bom dia, Senhorita Lewis! — Melin me salda com alegria em sua voz ao me chamar de forma tão formal. — Acho que está bem melhor.Ele diz notando que eu observava James de onde eu estava. No mesmo instante me recomponho. Melin sorri.— Por que não conversa com ele?Respir
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HelenaEm casa era mais difícil ter contato algum com os rapazes, eles quase nunca estavam, num momento saiam para treinar, caçar, cavalgar, e até beberem juntos, me encontrar com James era algo quase impossível. Naquele dia Catherine e eu fomos até a cidade encomendar novos vestidos, segundo ela, Eduard estava implorando que ela me ajudasse com isso antes que começassem a falar, pois certamente os criados não poupavam fofocas pelos corredores da casa, rapidamente a conversa chegaria até a cidade. As crianças ficaram sob os cuidados dos servos.Eu não estava bem, talvez meu corpo não estivesse mais acostumado ao calor de Village. Ainda em nossa carruagem sinto muito um mau estar forte e imploro para o cocheiro parar.— Helena, você está bem? — Catherine pergunta preocupada ao ver meu estado.Uma onda de enjoo me invade e desço da carruagem para colocar tudo para fora. Minha cunhada vem ao meu encontro e me ajuda. Quando finalmente eu estou melhor me recomponho.— Ultimamente não tenho
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Helena A noite havia se arrastado, eu passo horas tentando descobrir o que James deseja falar comigo. Sua expressão parecia tão tensa, como se fosse algo muito importante, mas não tivemos tempo para isso, ter uma conversa particular com ele aqui em Village era algo praticamente impossível. Então naquela manhã, desperto decidia a resolver tudo, não poderia continuar carregando este segredo e tamanha angústia. James precisava saber que eu estou carregando um filho dele, e mesmo que me odiasse para sempre, era minha única alternativa no momento. Saio do quarto em direção a sala de refeições que estava vazia, a cada instante a ansiedade e o medo me tomavam como se fossem capazes de explodir tudo dentro de mim, mas eu preciso ser a Helena forte e valente como sempre sou. Me alimento o suficiente para repor minhas energias enquanto repasso em minha mente a melhor forma de revelar a James o meu estado e lhe declarar que ele deverá cumprir com sua obrigação de se casar, tais pensamentos
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HelenaAinda estou seguindo atrás de James, mas ele nem ao menos olha para trás, chego a beira do riacho o alcançando.— James! — grito. Porém ele não me olha.O vejo aproximar de um carvalho e repousar a testa de forma bruta como se desejasse parti-lo com aquele toque.Diminuo o ritmo da minha caminha quando chego perto dele ainda recuperando o fôlego. James não me olha, ele parece se recusar a me encarar. Ele está bastante nervoso, ouço xingar algumas palavras impróprias em fúria.— James...— Cheguei tarde demais, Helena.Mesmo ainda confusa com suas palavras, me aproximo um pouco mais e toco suas costas.— James, não é o que você está pensando...Sinto o peso de sua respiração, seu corpo sobe e desce continuamente num ritmo acelerado.— Ele foi mais esperto, a pediu em casamento. Eu fui um tolo. Talvez devesse ficar com ele, ainda que isso acabe comigo.— Não o entendo... Você está me deixando confusa, James...Finalmente ele vira pra mim, seu rosto rígidos está a centímetros do
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HelenaQuando aproximo de minha casa, vejo todos a postos e bem armados aguardando para nos defender do ataque, são alguns servos, os soldados de James com espadas e escudos e até mesmo os Montierres se colocaram à disposição. Não posso negar que a pequena quantidade em que estamos me preocupa, entretanto preciso acreditar no potencial do nosso treinamento.Passamos por todos e quando desço do cavalo de Magnus vou direto para dentro da minha casa. Na sala principal vejo papai dando algumas ordenanças bastante inquieto para alguns servos que foram treinados para esse tipo de situação, ao me ver é visível o alívio em seu rosto. — Helena, minha filha!Papai se aproxima e me dá um abraço, sinto o quanto ele está tenso, seu corpo rígido aperta o meu, fazia muito tempo que não passávamos por essa situação.Eduard entra nos tirando do transe, ele carrega uma espada e quando me vê, olha surpreso. Edgar vem logo atrás dele.Eduard fala em tom autoritário:— Helena, você não deveria estar aqui
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Helena— Rendam-se, não há mais como fugir!— um deles grita enquanto os outros nos cercam ainda mais, com suas armas.Vejo a aflição nos olhos de papai e meus irmãos, é inevitável não me sentir culpada, no fundo eu sempre soube que Arthur não havia morrido naquela noite, mas não imaginaria que ele viesse até Village.Abaixamos nossas armas em rendição, James é obrigado a me soltar, não há muito o que fazer.— O general Arthur vai gostar muito disso! — um deles fala olhando para mim.James imediatamente se coloca a frente na tentativa de me defender.— A deixe em paz!Pela primeira vez não me sinto irritada por ser defendida, afinal se trata do homem da minha vida tentando cuidar de mim. E logo penso em nosso filho, o mesmo que está dentro de mim. Meu coração se aperta, pois James nem ao menos sabe sobre ele.O soldado chuta James de forma covarde o levando a cair de joelhos, fico em desespero, entretanto Melin me impede de reagir.— Não, Helena! Mesmo brava com meu amigo, sei que ele
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HelenaAs lágrimas descem com violência, sinto meu coração ser esmagado por perder Melin. Ele foi corajoso se colocando à frente da espada de Arthur entregando em prol da minha felicidade, um ato que jamais esquecerei.Nosso reforço invade a casa, são os soldados de Village. Vários deles entram na sala e os sobreviventes de Tronte são minoria, e estão encurralados. O general Adrian, amigo de papai, se aproxima para averiguar a situação. James e Eduard tentam retirar o corpo de Melin para que eu não continue sofrendo. Enxugo meu rosto. Aproveito que estão distraídos e pego minha espada, me ergo, ainda estou em choque, sinto minha cabeça rodopiar, mesmo assim saio andando devagar, apoio nas paredes de pedra tentando me manter de pé. Procuro por Magnus que estava com Arthur em mãos, mas não o vejo, procuro por todas as partes. Me esbarro em um servo que havia lutado bravamente.— Onde está Magnus com o General Arthur?— Ele o levou até a prisão de guerra. James ordenou que o prendessem
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HelenaTento abrir meus olhos, mas tenho muita dificuldade, sinto um cansaço incomum. Não se trata de um cansaço causado por esforço físico, ao contrário, é como se meu corpo estivesse na mesma posição por um longo tempo. Praticamente não sinto nada, e isso é estranho, parece que estou presa dentro de mim. Depois de muito esforço finalmente consigo abrir os olhos, aos poucos percebo onde estou, parece ser o meu quarto, as janelas estão fechadas e as cortinas mantém a escuridão. Acho que é dia pois não vejo lamparinas acesas. Então, aos poucos sinto meus braços porém ainda com leve dormência, entretanto, é nítido que aos poucos vou recuperando os movimentos. Tento mover as pontinhas dos meus dedos dos pés, e obtenho sucesso. Como se uma onda de calor e vida me preenchesse, vejo a figura máscula e viril deitada em cima de mim, sobre minha barriga, começo a sentir todo seu peso. Era James, seu rosto perfeito entre os braços deitados confortavelmente, é inconfundível. Parecia exausto, dor
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HelenaDepois que James avisou minha família que eu havia despertado, foi uma alegria só pela casa toda, ou o restante que tinha sobrado dela. James havia me contado que papai solicitou uma grande quantidade de trabalhadores para reconstruir nossa propriedade. Os Tronteanos haviam destruído quase tudo. Eu havia ficado duas semanas desacordada, Catherine relatou que papai chamou todos os magos e curandeiros da região, no entanto ninguém sabia o que fazer, acreditavam que eu estava como uma "morta viva" foi assim que disseram, pois nunca tinham presenciado algo assim. O padre Gerônimo havia se reunido com todo grupo da igreja e disse a papai que o meu caso se tratava de uma maldição, devido a gravidez fora do matrimônio e que um espírito mau me mantinha respirando, entretanto minha alma já tinha sido levada. Chegaram a cogitar a possibilidade de cortarem minha garganta para terminar de vez com meu estado, e que na ocasião, James acertou o padre com um soco, recebendo uma imensa lista d
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