O queixo dele estremeceu com o choro que o arrebentava por dentro. A vontade de dizer a verdade foi enorme, mas ele não devia. Olhou para cima e respirou fundo, apertando as mãos dela. Beijou a sua testa e a soltou, levantando-se. Sem dizer nem uma palavra, foi embora, mas não antes de parar na porta por alguns instantes e olhá-la mais uma vez. Barbara ainda estava sentada sobre os calcanhares, ombros baixos, mãos sobre as coxas, olhos fechados e face molhada. Então, ele se foi.Ela abriu os olhos ao mesmo tempo que ouviu a porta da sala se fechar em um baque. Ele não estava mais ali. Barbara se aninhou no centro da cama em posição fetal e abraçou um dos travesseiros, chorando copiosamente. Ele estava mentindo. Não era a diferença de classe social, cultural ou a cor da pele deles. Era algo mais, algo maior que ele não queria dividir. Pensou que talvez porque não confiasse nela o suficiente, ou porque a verdade fosse ser demais para ela. No fim, só sabia que Matheus havia desistido sem
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