Camilly Paiva Escutar e tomar conhecimento dos fantasmas que atormentavam o Lucas me fez ver o quanto sou pequena e insignificante diante de tudo que ele carrega. Minhas dores, que sempre pareceram tão imensas, subitamente se tornam mínimas, quase ridículas, ao lado da imensidão de sua culpa, de sua tristeza. Ele carregou esse peso sozinho por tanto tempo, sem nunca compartilhar, sem nunca pedir ajuda. O que eu posso fazer diante disso, além de estar aqui, ao seu lado? Me aproximo devagar, como se qualquer movimento brusco pudesse quebrar o delicado equilíbrio desse momento. Vejo as sombras em seus olhos, o peso de memórias que nunca irão embora, e sinto uma dor profunda, como se fosse minha. Mas também sinto algo mais forte, uma vontade de cuidar, de proteger, de aliviar esse fardo que ele carrega. — Lucas,— murmuro suavemente, enquanto me inclino para abraçá-lo. Ele está sentado na beira da cama, os ombros curvados como se o peso do mundo estivesse sobre eles. Sinto o calor
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