Camilly Paiva Eu não sabia dizer se era o frio ou a emoção que fazia minhas mãos tremerem levemente enquanto caminhávamos pelas ruas de Paris. A cidade parecia ainda mais bonita à noite, com as luzes refletindo nas ruas úmidas. Lucas estava ao meu lado, e seu braço envolvia meus ombros de forma protetora, como se soubesse que eu precisava de um pouco mais de segurança naquele momento. Conversávamos sobre coisas triviais, tentando nos adaptar a essa nova fase juntos, mas a cada passo que dávamos, eu sentia um misto de ansiedade e felicidade. Era surreal estar ali, ao lado dele, sem o peso das incertezas que sempre nos acompanharam. Eu finalmente me permitia acreditar que talvez as coisas estivessem, de fato, se ajeitando. De repente, um carro passou por nós, desacelerando de forma abrupta. O som dos pneus cantando no asfalto me fez olhar na direção do veículo, que parou alguns metros à frente. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, uma mulher saiu do carro e co
Lucas Andrade Voltamos para o hotel em silêncio, com Camilly ainda tremendo levemente em meus braços. Meu coração apertava ao vê-la assim. Eu sabia que o encontro com Marcelle a tinha abalado, mas eu faria de tudo para acalmá-la. Quando finalmente cruzamos a porta do nosso quarto, senti que o peso do mundo estava sobre meus ombros. Ela se sentou na beira da cama, os olhos ainda baixos, enquanto eu tirava meu casaco e tentava achar as palavras certas. Marcelle… Sempre venenosa, sempre disposta a ferir quem estivesse no caminho para conseguir o que quer. Eu pensei que, ao nos divorciarmos, ela poderia mudar, seguir em frente. Mas, no fundo, sabia que estava me enganando. Marcelle não mudaria. E o que mais me entristecia era o impacto que suas ações tinham sobre pessoas inocentes, como o Sr. Marcelo e a Sra. Cristina, que não mereciam passar por tudo isso. Me aproximei de Camilly e, em silêncio, me sentei ao lado dela. Ela ainda estava tremendo, e o simples ato de envolvê-la em meus
Camilly Paiva Escutar e tomar conhecimento dos fantasmas que atormentavam o Lucas me fez ver o quanto sou pequena e insignificante diante de tudo que ele carrega. Minhas dores, que sempre pareceram tão imensas, subitamente se tornam mínimas, quase ridículas, ao lado da imensidão de sua culpa, de sua tristeza. Ele carregou esse peso sozinho por tanto tempo, sem nunca compartilhar, sem nunca pedir ajuda. O que eu posso fazer diante disso, além de estar aqui, ao seu lado? Me aproximo devagar, como se qualquer movimento brusco pudesse quebrar o delicado equilíbrio desse momento. Vejo as sombras em seus olhos, o peso de memórias que nunca irão embora, e sinto uma dor profunda, como se fosse minha. Mas também sinto algo mais forte, uma vontade de cuidar, de proteger, de aliviar esse fardo que ele carrega. — Lucas,— murmuro suavemente, enquanto me inclino para abraçá-lo. Ele está sentado na beira da cama, os ombros curvados como se o peso do mundo estivesse sobre eles. Sinto o calor
Lucas AndradeO beijo de Camilly estava acendendo algo dentro de mim, eu precisava de mais! Desço os beijos sobre o pescoço dela, a cada toque meu via seu corpo se arrepiar e saber que seu corpo correspondia aos meus toques me deixava um tanto animado. Me entrego completamente a esse momento, como se cada toque, cada suspiro, cada beijo estivessem curando não apenas minhas feridas, mas também minha alma. Não há mais dúvidas, segredos ou medo, apenas a certeza de que esse instante, estamos onde deveríamos estar.Minhas mãos percorrem seu corpo com urgência e ternura como se eu quisesse memorizar cada centímetro da sua pele.Eu quero explorar mais de seu corpo, quando me vi já estava entre suas pernas. Eu a olho como se estivesse esperando uma confirmação. Então acena a cabeça como se soubesse o que eu queria fazer! Sempre tão receptiva.Com toda delicadeza tiro a parte de baixo de sua roupa deixando apenas sua calcinha, vou depositando beijo pelo interior de sua coxa, fui descendo os
Camilly Paiva O Lucas e eu, estamos cada vez mais próximos depois do momento maravilhoso que ele me proporcionou na cama estamos aqui, cansados, suados e satisfeitos. Esperamos a nossa respiração se acalmar e tomamos um banho juntos, estou me surpreendendo com o Lucas, não parece nem um pouco com aquele Lucas de dois anos atrás. O banho foi demorado, mas cheio de promessas não importava com nada mais, queríamos prolongar cada segundo, sentia os dedos do Lucas deslizarem sob meu corpo com uma delicadeza que fazia meu corpo arrepiar em resposta ao seu toque. Havia algo diferente em seus olhos, uma ternura que nunca tinha visto antes, ou talvez nunca tivesse permitido que ele mostrasse. Quando a água quente começou a esfriar, saímos do chuveiro, e ele me envolveu na toalha macia como se estivesse protegendo algo precioso. Observava cada movimento dele, cada festa cuidadoso. Era como se eu tivesse conhecendo uma nova versão dele, uma versão que estava se entregando por completo, s
**Marcelle** Saí daquela calçada como se o chão estivesse pegando fogo sob meus pés, com o coração batendo tão rápido que parecia que ia explodir. A porta do meu carro estava à minha frente, mas tudo o que eu via eram as imagens de Lucas e Camilly juntos, o jeito como ele a olhava, como se ela fosse a única pessoa no mundo que importava. A forma que ele a defendeu, foi como um punhal sendo enfinhado em meu coração. Por que ele sempre escolhe ela? Por que, depois de tudo o que fiz por ele, ele nunca consegue me amar como eu quero? Essas perguntas rodavam na minha cabeça como um disco quebrado, sem respostas, sem alívio. Abri a porta do carro com um movimento brusco, quase arrancando-a das dobradiças, e me joguei no banco do motorista. As mãos tremiam tanto que eu mal conseguia colocar a chave na ignição. Mas quando consegui, o motor rugiu como um animal preso, e eu pisei no acelerador com toda a força que tinha. Os pneus cantaram na rua molhada, o carro arrancando com uma viol
Lucas Andrade Acordar com Camilly em meus braços é a sensação mais próxima do paraíso que posso imaginar. Ela está ali, tão serena, com o rosto parcialmente escondido pelo travesseiro, os lábios entreabertos em uma expressão de paz que contrasta com o turbilhão de emoções que eu sinto. Como pude passar tanto tempo longe dela, fugindo do que sempre soube ser inevitável? Passo os dedos suavemente pelo seu cabelo, sentindo a textura macia entre os meus dedos. Ela se move levemente, mas não acorda. Sinto o calor do seu corpo junto ao meu e a sensação de completude que me invade é avassaladora. Tudo que passei, tudo que perdi, parece agora tão distante, tão insignificante diante do que tenho aqui, agora. Camilly é o meu lar, o meu porto seguro, o que sempre procurei, mesmo quando não sabia que estava buscando. Sei que ainda temos desafios pela frente. O passado, embora não nos prenda mais, deixou cicatrizes que precisaremos cuidar juntos. E há também Benício, meu filho, nosso fil
Camilly Paiva. Estou no hotel enquanto o Lucas foi até a empresa resolver as pendências para que possamos voltar o quanto antes. Tento me distrair, mas é impossível. Minha mente é um turbilhão de pensamentos, de medos, de incertezas. Fico a me perguntar: como será nossa vida agora? Se estamos finalmente juntos, por que ainda sinto essa inquietação no peito? Talvez seja o peso das cicatrizes do passado, as sombras que insistem em pairar sobre nós. Olho pela janela, vendo a movimentação das ruas de Paris lá embaixo. Esta cidade, que já foi cenário de tantos sonhos, agora parece carregar uma nuvem de ansiedade sobre mim. Lucas e eu passamos por tanto para estar juntos, mas o caminho ainda parece tortuoso, cheio de obstáculos invisíveis. Marcelle é uma dessas barreiras, uma presença que não consigo ignorar, mesmo quando ela não está por perto. O encontro de ontem ainda reverbera em mim. A maneira como Marcelle me olhou, como se eu fosse a culpada por todas as dores dela, me faz que