Artur Mendonça:— Papai, você está bem? Te machucaram? — Fernanda bombeia as perguntas enquanto seus olhos me analisam preocupados, dou um beijo em sua testa. Seu rosto pequeno e redondo franzido em preocupação, e seus olhos, verdes como os meus, brilham com ansiedade. Dou um beijo suave em sua testa.— Estou bem, meu anjo — respondo, coloco um sorriso no meu rosto, para enfatizar que estou bem. Funciona, ela relaxa um pouco, mas ainda me observa atentamente, em busca de qualquer sinal de dor.— Amor, venha comer, mandei fazer seu prato preferido — minha esposa, Cristiane, diz com um sorriso caloroso. Ela pega minha mão e me guia para a copa. O cheiro familiar e reconfortante da comida enche o ar, e meu estômago –após ficar praticamente o dia inteiro detido naquela delegacia–, ronca em resposta.Ao entrarmos na copa, noto a mesa cuidadosamente arrumada, com um prato fumegante esperando por mim. Cristiane sempre sabe como fazer as coisas parecerem melhores, mesmo nos dias mais difíceis
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