Laura Martins:O olhar intenso e raivoso de Cristiane pausa sobre mim, durante todo o caminho até a minha casa, ela não me dirigiu a palavra e nem me olhou, mas assim que atravessamos o umbral da porta e a fechei, seus olhos miram-me com tanta fúria que quase consigo sentir perfurarem a minha pele.Ana, de pé ao lado do sofá, está de braços cruzados, seus olhos apesar de neutros não me ajudam a sentir menos a tensão palpável dentro da minha sala, e mesmo eu estando em um ambiente familiar, não me sinto mais confortável, pelo contrário, as paredes parecem fechar-se ao meu redor, fazendo esse espaço parecer ainda menor e mais sufocante.— Não querem se sentar, não? — Ofereço, tentando manter a minha voz calma.Vejo Cristiane respira fundo, mas não se move. Seus olhos permanecem fixos em mim, acusadores e cheios de raiva e dor. Me sinto deslocada dentro da minha própria casa. Isso é ridículo! Não fiz nada de errado para receber esse tipo de olhar vindo dela.— O que a senhora quer comigo?
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