- Eu não fiz isso. - Julieta o encarou diretamente, com os olhos vermelhos de tanto chorar. - Eu nunca pensei em ter relações sexuais com outra pessoa.- Então, por que você veio?Julieta respirou fundo, se esforçando para parecer menos abalada.- Sr. Francisco, a Srta. Mayara sempre se recusou a cooperar com meu trabalho e não consegui entrar em contato com a agente. Me restou apenas pedir ajuda ao Sr. Bryan.Francisco apertou seu queixo:- Isso é realmente só por causa do trabalho? Ou ele é o próximo patrocinador que você escolheu?Julieta sentiu dor com o aperto, mas não demonstrou.Ela sorriu para Francisco:- Tenho muitas opções de possíveis patrocinadores, teria que ser cega para escolher alguém assim.Os olhos de Francisco se inflamaram de raiva.Ele agarrou seu pulso, quase a ponto de quebrá-lo.Assim, arrastou ela para fora do restaurante e a empurrou para dentro do carro.O carro disparou como uma flecha.Francisco permaneceu em silêncio. Julieta também se manteve quieta.Nem

Mas ela não conseguia se controlar.Francisco foi até a varanda e acendeu um cigarro.Depois de dar uma tragada, pegou o celular e fez uma ligação.- Algum problema, irmão? - Perguntou Rafael do outro lado da linha.- Envie as fotos de Bryan e daquelas jovens estrelas para o primo dele.Rafael hesitou por um instante.Bryan era conhecido por se apoiar nas mulheres.Sua ascensão se devia ao apoio da família de sua esposa.A família Souza, da esposa, sempre operou em uma área cinzenta desde que enriqueceu.O atual chefe da família Souza era o primo de Bryan.A esposa de Bryan foi mimada desde a infância, crescendo sob a proteção de seus irmãos.O casamento com Bryan não foi bem aceito pela família Souza, mas, desejando a felicidade da filha, acabaram por apoiar.Nos primeiros anos, Bryan se manteve discreto, mas à medida que o negócio crescia, começou a revelar sua verdadeira natureza.Bryan se divertia, mas nunca exagerava.Geralmente, se limitava a se envolver discretamente com jovens

Julieta mantinha os cantos dos lábios firmemente cerrados.Não emitia resposta, mas era evidente seu sentimento de injustiça.Porém, essa sua sensação de injustiça não conseguia despertar nem um pingo de simpatia ou compaixão naquele homem.- Bryan já se aproveitou de você antes, você não percebeu ou simplesmente não se importou? - Francisco segurou sua nuca, forçando ela a levantar o rosto.Julieta repetiu sua defesa.- Eu não tinha alternativa, só me restou procurar o Sr. Bryan. Mayara não cooperava, a agente não respondia às ligações. O Sr. Francisco insistia em envolver Mayara, o que mais eu poderia fazer?Francisco a soltou de imediato:- Se o trabalho não pode ser concluído, então é melhor substituir a pessoa!- Sr. Francisco, por favor, compreenda que é Mayara que se recusa a cooperar com meu trabalho!Francisco soltou uma risada fria:- Por que ela cooperaria? Julieta, eu não te avisei para não provocá-la? Reflita sobre sua atitude em relação a ela durante todo esse tempo!Juli

- Posso recusar fazer amor?Francisco fez uma pausa por um momento:- Sra. Julieta, você deveria saber que eu não gastei uma fortuna para trazê-la até aqui para que ficasse ressentida comigo!O coração de Julieta apertou subitamente.Sim, ela foi trazida aqui para satisfazer seus desejos.Como pôde se esquecer disso?Ela não resistiu mais.Inclusive, se mostrou cooperativa.Francisco, de modo punitivo, foi extremamente rigoroso.Como se desejasse consumi-la por inteiro.Julieta só podia cooperar com ele, enquanto tentava cuidadosamente convencê-lo a ser menos brusco.Continuaram a atividade sexual até depois das duas da manhã, quando Francisco finalmente parou.Julieta estava exausta, o suor em seu rosto escorria pela clavícula, causando um leve ardor.Ali, Francisco deixou uma marca de mordida.A marca vermelha que Bryan havia deixado foi completamente sobreposta por essa nova marca.Sob o chuveiro quente, Francisco não demonstrou a menor delicadeza.Seu olhar se fixou na marca de mor

Julieta não pôde negar que tinha reclamado.Na noite anterior, de fato, ela mencionou várias vezes para Francisco que procurou Bryan porque Mayara não cooperava.Ela apenas não esperava que Francisco fosse realmente ameaçar Mayara.Afinal, Mayara era seu primeiro amor, o qual ele jamais havia dito uma palavra dura.Talvez ele tenha agido assim apenas pelo bem do projeto.Mas, ainda assim, o coração de Julieta se agitou.Pequenas alegrias pulavam em seu peito e ela não conseguia contê-las.Refletindo melhor, ela se sentia bastante patética, por se sentir assim com qualquer pequena gentileza dele. Ela se agarrava, se contentando secretamente por longos períodos.Julieta não continuou a conversa com a agente.Ela reuniu seus pensamentos e começou a organizar os detalhes da filmagem, se comunicando com o fotógrafo e a equipe de produção.Quando terminou de coordenar, a maquiagem de Mayara também estava pronta.Mayara parou diante de Julieta, sorrindo levemente:- Francisco organizará uma r

Julieta realmente admirava Mayara por sua habilidade em se adaptar e provocá-la.Ela sabia que, se não aceitasse o convite hoje, provavelmente seria vista como alguém que se opõe a Mayara.Com um esforço para controlar seu desconforto interno, ela sorriu e acenou com a cabeça:- Tudo bem, eu irei.Mayara sorriu de imediato.- Sra. Julieta, você é muito legal.Camila, ao lado, sentiu um arrepio de desagrado.Depois que Mayara partiu, Camila sussurrou para Julieta:- Acho que o Sr. Francisco realmente tem um gosto questionável, como ele pode gostar de alguém assim!Julieta apenas sorriu, ela também não compreendia.Francisco estava cercado por todos os tipos de mulheres. Inocentes, sedutoras, deslumbrantes, altruístas. Ele não precisava de mais nada. Então, por que ele escolheu Mayara?Não era que ela desprezasse Mayara. Além de sua aparência, realmente não havia nada que se destacasse, mas Francisco gostava dela.O que mais alguém poderia fazer?- Talvez ele tenha um gosto peculiar.Cam

Mayara se aproximou de Julieta com duas taças de vinho na mão.Julieta olhou para o vinho nas mãos dela e sabia o que viria a seguir. Sua têmpora começou a doer instantaneamente. Como esperado, no momento seguinte, Mayara estendeu uma das taças para Julieta.- Sra. Julieta, desculpe, meu comportamento pode ter causado atrasos no trabalho e talvez alguns mal-entendidos desnecessários. Estou aqui para me desculpar.Julieta olhou para o vinho à sua frente e levantou os olhos para encontrar o olhar de Mayara.- Não precisa se desculpar, atritos no trabalho são normais, desde que possamos nos comunicar, está tudo bem. Não preciso do vinho, não estou me sentindo muito bem ultimamente.Ela recusou a taça de vinho e continuou caminhando para fora, mas Mayara bloqueou seu caminho diretamente.- A Sra. Julieta realmente não está disposta a me perdoar? Por que não quer beber nem uma taça de vinho comigo?Julieta sorriu:- Srta. Mayara, como já disse, o que temos é apenas um atrito de trabalho.

Mayara mantinha sua expressão compassiva.- Não pretendi dizer mais nada, Sra. Julieta, por favor, não se aborreça.- Srta. Mayara, você se preocupa demais. - Ditas essas palavras, Julieta se virou e deixou a sala reservada.No exato momento em que a porta se fechou, ela observou Francisco passando um lenço para Mayara.Mayara não o aceitou.Ele, resignado, utilizou o lenço para enxugar as lágrimas dela.- Já é adulta, por que ainda chora tanto?- Eu realmente não queria.- É muito feio.Ao dizer que era feio, o sorriso em seu rosto não se esvaiu.Julieta segurava a maçaneta com firmeza, seus nós dos dedos embranqueceram.Justamente na véspera, Francisco lhe disse com extrema seriedade: “Chorar é inútil. Não espere que o choro amoleça meu coração.”.Julieta sempre pensou que o coração desse homem fosse de pedra.Ao longo dos anos, perante ela, ele certamente podia ser considerado um ser com o coração petrificado.Seu coração não se amolecia com suas lágrimas. Tampouco recuava com seus

Julieta pendurou sua bolsa no cabide e trocou os sapatos.- Fui passear no mercado noturno.- Acompanhada de quem?Julieta hesitou, mas optou por não ocultar a verdade.Diante da postura de Francisco, era provável que ele já suspeitasse de algo.- Sozinha. Apenas encontrei o advogado Heitor no caminho de volta e ele me ofereceu uma carona até em casa.Francisco a observou do sofá.- Um encontro por acaso?- Sim, por acaso.- Que coincidência.Ele soltou uma risada sarcástica e bateu no espaço ao seu lado no sofá.- Vem, senta aqui e conta mais sobre essa coincidência.Julieta sentiu a tensão no ar.A irritação de Francisco era palpável.Começou a explicar, com um tom amargo na voz:- Estava esperando um carro na rua quando ele passou e me ofereceu uma carona. Sr. Francisco, não sou tão encantadora a ponto de ter alguém à minha disposição com um simples telefonema.A expressão de Francisco escureceu, como se tinta preta a cobrisse.Ele riu de forma gelada:- Sra. Julieta, seria prudente

Francisco conhecia tão bem o corpo dela.Em pouco tempo, ele a deixava completamente fraca com seus beijos.Ela, instintivamente, abriu os dentes, permitindo uma invasão ainda mais profunda.Na escuridão, seus corpos se uniam como os de todos os amantes do mundo, íntimos e inseparáveis.Francisco parecia mais descontrolado do que na noite anterior.Era tanto uma punição quanto um desabafo, mas sem carinho algum.Ele sempre foi dominante na cama, um homem que gostava de controlar, e aquela noite não foi exceção.Mas, naquela noite, ele a segurava pela cintura, fazendo ela se sentar sobre ele.Com suas mãos grandes acariciando sua cintura por um momento, se sentou e mordeu o lóbulo de sua orelha.Julieta, subconscientemente, o abraçou mais forte.Foi então que o celular dela tocou, de repente.Julieta, com a mente turva pelo desejo, observava enquanto Francisco pegava o telefone e atendia.A voz de Heitor veio do outro lado.- Julieta, você tem um tempo amanhã? Preciso que veja alguns do