Todos os capítulos do Selene ~ a Esposa rejeitada do Rei Corvo: Capítulo 111 - Capítulo 120
121 chapters
Anjo adormecido
Seguindo as ordens de Cedric, antes do entardecer o salão real estava preparado para a coroação de Selene. Havia várias flores Lilium bulbiferum, retiradas da Montanha do Corvo, decorando cada canto do salão e das escadas de acesso, um pedido de Cedric, por se tratarem das preferidas de Selene. Um longo tapete vermelho com flores negras desenhadas se estendia até o trono, o queimado abaixo do trono foi retirado expondo o lustroso chão. Um segundo trono foi colocado à esquerda do pertencente ao rei, sendo enfeitado com o estandarte de Eszter, de fundo vermelho com o Corvo negro em voo sobre três estrelas douradas. Nos extremos, a partir do longo tapete, vários moradores da fortaleza aguardavam nos bancos de madeira colocados para a cerimônia. Fora do palácio havia ainda mais súditos observando as telas de água, ansiosos em ver o que aconteceria no interior do salão real durante toda a coroação de Selene. Nos campos de batalha também seguiam a indicação de deixar as telas aquáticas mo
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O que deixei passar?
A urgência do inesperado e breve pedido de ajuda do elfo Grend fez Cedric mandar Ayala informar-se sobre o que ocorria na montanha, ordenar para Gael juntar os soldados e depois seguir para o quarto com Selene. Precisava trocar as roupas da cerimônia pela armadura e voltar ao campo de batalha, dessa vez no último lugar que imaginava que a luta ocorreria. — Peça um guisado de javali para a rainha — Cedric ordenou para Patry ao entrar nas acomodações reais. Colocou Selene delicadamente sobre a cama e sentou ao lado dela. — Selene, voltarei ao campo de batalha, peço que espere por meu triunfo e prometo que quando voltar com a vitória, entraremos em um longo tempo a sós — pediu fazendo essa proposta com um sorriso sedutor, se inclinando para beija-la com carinho, sentindo o calor e maciez dos lábios amados. Ainda amortecida pelos efeitos da poção do sono, Selene lamentou que a guerra tivesse avançado até a Montanha do Corvo. — Me leve com você... — pediu suavemente, desejando que aten
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Por Eszter!
Com o colar de brilho azulado dado por Mamba cercando seu pescoço, montando em sua hidra, Phélix observava na parte alta do relevo a luta entre seus aliados e os elfos e criaturas da montanha. Ao seu lado, em pé no chão pedregoso, estava o feiticeiro, como sempre com a serpente verde envolta dos ombros.Quase tinha recuado quando o feiticeiro propôs invadirem a Montanha do Corvo. A lenda envolta daquele lugar, sobre pessoas morrendo em questão de horas após entrar nela, lhe causava certo receio. Porém, saber que seu exército estava a ponto de ser derrotado e jamais conseguiria Eszter removeu a cautela, cercando-o de fúria.~— Temos que fazer alguma coisa! — esbravejou indignado. — Esqueça aquela montanha. Tem que dar ainda mais magia para nosso exercito eliminar aquele corvo maldito — ordenou aborrecido.— Sei que na montanha conseguiremos um poder maior — Mamba declarou. — O Corvo se armou com a magia lunar. Nenhuns dos nossos ataques surtem efeito agora. Falei que Selene seria útil
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Única esperança do reino
Mesmo com todo o poder da magia lunar de Selene e os melhores soldados ao seu lado, a situação no campo de batalha não estava a favor de Eszter.Antes partir para a montanha, Cedric ordenou que ninguém podia contar à Selene sobre a situação de guerra. No entanto, um soldado da muralha, em contato com os que foram para a montanha, apressou-se a informar Gael e a Feiticeira Ayala Trever sobre o que ocorria e os conselheiros perceberam que só havia uma forma de obter novamente a vantagem.Ignorando a ordem, por acha-la absurda e inútil, a Feiticeira Ayala Trever marchou para a ala das acomodações reais, direto para o quarto ocupado pelo casal.— Como vai, soberana rainha de Eszter?Torcendo a boca diante do título pomposo e desnecessário ali, Selene pediu:— Pode me chamar só de Selene.— Sou uma mulher de tradições, rainha, gosto de respeitar cada detalhe que é importante ao reino de Eszter — indicou, fazendo Selene assentir, lembrando que sempre a ouvia chamar Cedric de Vossa Majestad
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Não seja ingênua
Assentindo, pois Selene aprendeu nas lições de Grend que o procedimento em curto intervalo poderia causar sua morte, sem se sentir arrependida de concordar com o pedido da Feiticeira Ayala Trever, falou: — O faço por amor, um tão forte que levarei comigo para esse plano. Se o pior ocorrer, esperarei em paz o dia que Cedric se unirá a mim... O importante é que o amei e recebi o amor dele de volta, o que por tanto tempo pensei que era indigna de recebê-lo — declarou com um sorriso suave. — Mas se não ocorrer, se tudo der certo, conseguirei a justiça que prometi a você e aos elfos mortos por Mamba — indicou, mostrando que o cenário podia ser bom ao final. Myra acariciou seu cabelo, com tamanha tristeza no olhar que Selene sentiu em si a dor dela. Com um sorriso triste, indicou com voz fraca, tão baixa que Selene não ouviria se não estivesse próxima dela: — Seu pai dizia me amar e no fim a ambição venceu. O amor é maravilhoso, mas mostrou-se ser meu fim e pode ser o seu também — avisou
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Primeiro indício
Selene sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber que estava diante de Eriz, a troca-formas que a havia sequestrado anteriormente. Seus olhos azuis se estreitaram ao analisar a figura de pele clara, cabelo e olhos esverdeados diante de si.— Onde está Patry? — Selene questionou, tentando manter a calma apesar do receio da resposta.Eriz riu com desprezo.— A dama de companhia não está mais aqui. A matei e tomei seu lugar há meses — anunciou com um sorriso cruel nos lábios.Com o coração apertado de tristeza e raiva, Selene parou de recuar devagar em direção à conexão dos quartos. Patry foi uma amiga e presença reconfortante em meio ao caos que sua vida se tornou, e agora estava morta, vítima da crueldade de Mamba e sua comparsa.— Por que fez isso? Ferir uma inocente? — perguntou, lutando para controlar o tremor na voz.A troca-formas deu de ombros, como se aquilo não fosse importante.— Depois de você escapar do meu ataque e o Corvo te colocar aqui, a única opção foi encont
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Não quero e nem preciso
Usando a magia que a levava diretamente para perto do líder dos elfos da montanha, se materializando em meio a uma intensa luta, Selene procurou por Grend.Por toda parte havia elfos da floresta, soldados, orcs, driders e toda espécie de criaturas místicas lutando. Muitos estavam no chão, mortos ou debatendo-se com sangue e saliva saindo da boca, os corpos ressequidos como se sugados até os ossos.Identificou Grend a poucos passos, de costas para ela e em cima de um cervo, liderando seus guerreiros. A coroa de galhos e folhas brilhava sob a luz do sol atravessando a folhagem das árvores altas, suas mãos se moviam com rapidez, pegando flechas que enchia de magia solar antes de disparar, dizimando fileiras inimigas.Selene avançou pelo campo de batalha, a magia pulsando ao seu redor. Enchendo as mãos de uma grande quantidade de magia, moveu-se em direção a Grend, preparada para afastar qualquer um que a impedisse. Justamente por isso, ao ter o braço agarrado, virou-se pronta para desfer
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Dois corvos
Recuperando-se do choque contra o tronco de uma árvore, amortecido pela barreira lunar e pelo corpo de Cedric, uma onda de angústia dominou Selene ao notar névoa púrpura movimentando-se como um manto sinistro sobre ele. Ele se debatia, gemia e arfava, lutando contra as correntes tentando aprisionar sua mente.— Cedric! — Selene chamou tocando seu rosto.Os olhos de Cedric encontraram os dela por um breve momento, uma faísca de reconhecimento atravessando as sombras. Selene não hesitou, lançou nele a magia lunar, curando-o da tentativa de domínio das sombras.— Selene... — Cedric murmurou com uma mistura de surpresa e alívio.— Treinei muito pra não cair facilmente ao utilizar minha magia — contou com um sorriso motivador. Sorriso que se perdeu no instante seguinte.Moveu o olhar para o entorno e notou que a névoa púrpura das sombras dominava o campo de batalha. Até os elfos e criaturas místicas da Montanha do Corvo se contorciam lutando contra as sombras. Era a única poupada graças ao
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Seu destino está selado
Com a magia lunar pulsante em suas veias, Selene avançou com determinação, os cachos loiro-platinados balançando ao vento durante o voo. Seus olhos azuis brilhavam com a coragem que emanava de seu coração, pronta para enfrentar Mamba, o feiticeiro elfo que havia enfeitiçado seu pai e causado tanto sofrimento.A floresta da Montanha do Corvo era o palco da batalha entre os reinos de Eszter e Magdala, e Selene se preparava para pôr um fim a tudo aquilo. Lutaria pela liberdade dos reinos, por justiça aos antepassados e pela redenção de seu pai.Pronto para se livrar definitivamente da jovem rainha de Eszter, Mamba encarava Selene com ódio, sua magia sombria movendo-se ao seu redor. Notava que o poder dela era igual, talvez até maior, que o de Myra. No entanto, não tinha medo. Venceu Myra e todos do seu clã, elfos de sangue puro, não seria difícil vencer uma mestiça. Tinha de vencê-la. Selene representava tudo o que odiava e queria destruir: pureza, bondade e amor.Ao se aproximar, Selene
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O sangue dos Darkv
Sentindo como sua a dor que consumia Selene após a perda do pai, Cedric a estreitou em seus braços com ternura. Compreendendo que ela se sentia mal por causa do pai, pousou um beijo na testa dela com carinho, fechando as asas negras, obtidas através da conexão de almas com Aodh, em torno deles, aquecendo-a. — Meu amor, sinto muito! O Per... — cortou a fala antes de mencionar o título infame dado ao rei de Magdala. Ficou incerto do que dizer para amenizar a dor dela. Dizer que Phelix merecia o fim que teve de certo não era opção. — Sinto muito — repetiu deslizando os dedos pelos fios loiro-platinados. O pai de Selene tinha sido dominado pela maldade e ganância, não respeitava nada e ninguém. Duvidava que ainda tivesse um coração que se importasse por alguém, mesmo que esse alguém fosse a própria e única filha. A prova foi tê-la dado ao inimigo – ele – e reiniciado a guerra sem se preocupar com a segurança dela. No entanto, nada disso importava para Selene. Ela amava o pai, independent
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