Por que as coisas sempre acabavam assim?Cada vez que ela estava em sua situação mais desesperadora, mais humilhante, ele parecia aparecer, como se ela não fosse capaz de viver sem ele protegendo ela.Walter tirou seu paletó e o jogou sobre Larissa.O perfume amadeirado nele era refinado, sofisticado e caro, mas para Larissa, fazia com que ela se sentisse incapaz de encarar ele.Felizmente, Walter continuou agindo como sempre, se mantendo distante enquanto se dirigia ao Sr. Edson.- Quem é você?! Como ousa arruinar a boa coisa que eu estava fazendo! Está procurando a morte... Ah! - Xingou Sr. Edson, enquanto se levantava do chão.Lucas ergueu o pé, chutando ele enquanto ainda estava no chão, sorrindo de maneira amigável. - Quem você pensa que é? Hein, Edson. - Disse Lucas.Sr. Edson, lutando para levantar a cabeça, viu Lucas, seu rosto, antes raivoso, ficou pálido num instante.- Sr. Lucas... - Chamou ele.Walter se aproximou de Lucas, acendendo um cigarro.Ele usava apenas uma camisa

Walter olhou para Larissa de cima, estendendo a mão para ela. - Levante-se. - Disse ele.Larissa não pegou a mão dele, segurando a beirada da mesa para se apoiar, mas parecia sem forças.Walter segurou diretamente o pulso dela, puxando ela à força. Depois que Larissa ficou de pé, ela empurrou com força ele.- Walter, você é ainda mais vil do que eu pensava! - Comentou Larissa, com a voz rouca.Walter entendeu de imediato, ela pensou que ele tinha ordenado a Lucas para fazer isso. - Não deixe sua imaginação ir longe demais. - Falou Walter, com uma voz profunda,- Os semelhantes se atraem, as pessoas se separam por grupos. No passado, eu era cega, não vi você claramente. Fui tola. - Disse Larissa. Agora ela percebeu tudo, não estava cega mais. Ela continuou. - Você ainda não é vil o suficiente? Faz grandes empresas me boicotarem, deixa pequenas empresas me manipularem. Você já se reconciliou com Bianca e ainda não me deixa em paz. Se não fosse por você pressionando cada passo, eu não t

Sem opções, Larissa teve que ligar para Raul, indicando a localização delas. Raul informou que estava próximo e chegaria em cinco minutos.Logo, o carro de Raul parou diante delas, Viviane se agarrou a ele, chorando. Assim, ela foi levada embora.A condição de Larissa também não era boa. Tremendo, ela mal conseguia se sustentar até chegar em casa, então, decidiu entrar no hotel em frente ao Clube Palácio Oeste.Na recepção, ela fez o check-in. Em um canto, uma câmera mirava ela, clicando uma foto após a outra.Larissa nem se deu ao trabalho de tirar a maquiagem ou se arrumar. Ela simplesmente caiu na cama.Após uma série de desgraças na busca por emprego, a saúde frágil da mãe, idas e vindas em sete dias a nove lugares diferentes, as acusações de Walter, ela estava exausta. O corpo cansado, o coração mais ainda.Queria dormir, mas era incapaz. Seu coração batia de forma pesada, como se pressentisse algo iminente. Se sentia inquieta.Apesar dos esforços para se acalmar, amanhã era o dia

Larissa apertou com força os dedos, as unhas cutucando a palma da mão até doer. - Pai, largue a faca, solte a faca. - Disse Larissa, com calma.Tiago, vendo tantos policiais ao redor, ficou pálido e trêmulo. - Eu, eu não sei o que aconteceu, Larissa, não foi de propósito, eu não sei como isso aconteceu... - Disse Tiago.- De onde veio essa faca? - Perguntou Larissa, engolindo em seco.- A gente... espera no corredor por muito tempo, os médicos não apareceram. Eu pensei em cortar uma maçã para sua mãe, então a enfermeira veio dizer que não haveria cirurgia, para irmos embora, pois o coração havia desaparecido. Eles explicaram de um jeito confuso e eu fiquei tão agitado... - Explicou Tiago.- Solte a faca, solte a pessoa, o resto fica comigo. - Disse Larissa, diminuindo o tom de voz.Tiago assentiu repetidamente.Ele estava muito perdido, sem saber o que fazer, com as mãos trêmulas retirou a faca do pescoço da enfermeira.A enfermeira se afastou de imediato e os policiais se lançaram

Walter voltou ao escritório uma hora depois do término da reunião. Sua secretária, Hanna, entrou imediatamente para informar.- Sr. Walter, o pai da Srta. Bianca já está em cirurgia, ainda em andamento. O hospital vai me manter informada sobre qualquer novidade. – Avisou Hanna.- Vá verificar o que aconteceu com Larissa. – Mandou Walter, franzindo de leve as sobrancelhas.Hanna ficou meio confusa, mas assentiu. - Entendido. – Respondeu ela....Depois de sair da delegacia, Larissa voltou para a Florescer Lagoa.Quando o problema ocorreu, seu cunhado agiu rapidamente, levando Vanda embora para evitar que ela visse a situação caótica. Ele temia que, se ela visse algo chocante, suas emoções se agravassem e prejudicassem sua saúde.- Larissa, como está o papai? – Perguntou sua irmã, ansiosa, quando Larissa entrou em casa.- Foi detido. – Respondeu Larissa.- Ele... Ele vai... Para a prisão? – Perguntou a irmã, afundando em uma cadeira.- Não podemos ter certeza. – Disse Larissa, assentin

Larissa organizou seus sentimentos, pelo WhatsApp, consultou alguns amigos locais na Cidade S sobre recomendações de escritórios de advocacia.Felizmente, sua rede de contatos era sólida e alguns amigos estavam dispostos a ajudar dentro de suas possibilidades.Uma delas recomendou ProLex Advogados. - Milena Valente, uma advogada incrível. Raramente perde casos, seja em questões criminais ou civis. Na semana passada, ela lidou com um caso de tumulto médico e conseguiu a punição mais leve para o réu. – Disse sua amiga, Nilda.- Vou procurar ela amanhã, obrigada. – Agradeceu Larissa.Naquela noite, ela passou na casa onde costumava morar, dormindo em sua antiga cama. Uma foto de sua família, quando ainda eram cinco, estava na cabeceira.Agora, apenas ela e sua mãe permaneciam.Larissa mal dormiu durante à noite. Na manhã seguinte, sua irmã veio para cuidar de Vanda.Antes de sair, Larissa alertou ela para ficar de olho em Vanda, mencionando sua menção sobre suicídio no dia anterior. Ela

- Secretária Larissa? – Disse Yuri, arqueando as sobrancelhas, pensava que Larissa poderia estar enfrentando problemas com Walter e querendo contratar um advogado para processar ele. Na ocasião, ele riu e continuou. – É só uma briga entre marido e mulher, isso passa. Volte para casa, abaixe a cabeça para Walter, não precisa fazer disso um grande problema. Não vale a pena, entende?Larissa não queria ouvir falar de Walter naquele momento. Depois de se despedir de Milena, ela simplesmente foi embora.Milena, sem desviar o olhar, também seguiu em frente.Yuri agarrou a mão de Milena, sorrindo com frieza.- Seu marido está aqui e você nem vai me cumprimentar? – Disse Yuri.Milena hesitou por um momento devido à referência de “marido”.- Ainda tenho trabalho e outra parte esperando para me ver. – Respondeu Milena.- Tudo bem, fique ocupada. A gente conversa depois que você terminar. – Disse Yuri, de maneira descontraída, soltando ela.No entanto, quando Milena terminou de ver o cliente e ac

Ao sair de ProLex Advogados, Yuri entrou no seu carro esportivo e ligou para Walter.- Walter, adivinha quem encontrei no escritório da Milena? – Disse Yuri.- O quê? – Perguntou Walter, surpreso.- Secretária Larissa. Não faço ideia do que ela estava fazendo lá, mas espero que não tenha vindo para te processar porque está impedindo ela de arrumar um emprego. Coelhos irritados podem morder, sabe? – Zombou Yuri. Walter, apoiado na cadeira, uma mão sobre a testa, mantinha os olhos meio fechados. Yuri continuou. – Se ela tiver escolhido outro advogado, sem problemas. Mas se escolheu a Milena, a coisa vai ficar complicada. Walter respondeu com um simples “Oh”. - Mas já que somos amigos, se as coisas ficarem difíceis, eu posso te ajudar. – Disse Yuri, de forma brincalhão. - Quando é o seu casamento? – Perguntou Walter, mudando de assunto.- Minha mãe tem medo de sonhar muito, então marcamos para o início do próximo mês. Eu queria que fosse você o meu padrinho, mas minha mãe disse que, co

Enrico afastou os olhos, se abaixou e pegou as frutas que estavam no chão, as colocando de volta na cesta.Larissa também ajudou a pegar as frutas, reorganizando a cesta. Ela deixou a cesta na porta do quarto e disse à enfermeira que eram para Sabrina.- Se ela vai aceitar ou não, é com ela. Pelo menos, deixei claro que me importo. – Disse Larissa, à enfermeira. Larissa e Enrico saíram juntos da ala hospitalar. Dentro do elevador, Enrico olhou para ela. - Não fique brava. – Acalmou Enrico.- Não estou brava. Se ela me agrediu, é porque meu pai feriu a filha dela. Ela está apenas defendendo sua filha e eu entendo. Se fosse eu que tivesse sido ferida, meus pais também sairiam em minha defesa. – Disse Larissa, sorrindo.Portanto, se colocando no lugar de outra pessoa, ela não podia deixar de se preocupar com seu pai.- Eu sugiro que, por enquanto, você evite ver eles. – Sugeriu Enrico, com calma.- Vou ter que ver. Quero conseguir o perdão deles para que meu pai possa ter uma pena reduz

- Não precisa. - Recusou Larissa.Mas Bianca insistiu em colocar o guarda-chuva em suas mãos. - Pegue. Com esse tempo, pegar um resfriado é fácil. - Insistiu Bianca. Larissa não entendia a intenção de Bianca. Ela disse com sinceridade. - Larissa, não pense que pegar um resfriado é apenas uma doença leve. Às vezes, uma pequena doença pode levar a grandes problemas. Como meu pai, no início achamos que era apenas um resfriado comum, mas acabou se transformando em uma doença grave que quase custou a vida dele. Apenas graças a um transplante cardíaco, senão, eu não teria pais agora. - O que você quer dizer com um “transplante cardíaco”? - Perguntou Larissa, ouvindo palavras sensíveis.- Larissa, você não conhece esse procedimento? Transplante cardíaco é quando um paciente com problemas cardíacos recebe um novo coração saudável. Meu pai fez a cirurgia ontem e é uma operação séria. Se o Sr. Walter não tivesse conseguido trazer o melhor cirurgião, eu não teria ficado tão tranquila. - Falou