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Todos os capítulos do Nas Garras do Don: Capítulo 61 - Capítulo 70
88 chapters
Bons Sonhos, Gattina
O som dos meus passos ecoa pelos corredores do hospital enquanto eu procuro desesperadamente por um lugar seguro. Os minutos se arrastam, e minha respiração é interrompida pela ansiedade.Ao encontrar um armário entreaberto, sem hesitar, entro e fecho a porta, encontrando um refúgio temporário. A cólica que sinto parece ser apenas um grão no turbilhão de emoções que me aflige.O ar parece pesado, e respirar torna-se quase impossível não apenas devido ao espaço claustrofóbico, mas também pelos flashes da cena macabra que persistem, criando um loop incessante em minha mente.Há pouco mais de um ano, aquele homem entrou na minha vida, apresentando-me ao inferno. Quem poderia imaginar que o encontrar novamente, quando tudo já estava esquecido, me levaria a reviver o pesadelo mais uma vez?Os minutos se esticam, dando a impressão de já terem passado dias, e o som abafado do tumulto lá fora é uma cruel trilha sonora para minha agonia. No escuro do armário, me vejo rezando baixinho, pedindo
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Você Precisa Ser Forte
“Por Giovanna Villani”A luz fraca que me rodeia revela um ambiente desconhecido, e a dor latejante em minha cabeça compete com a confusão que domina meus sentidos. A primeira coisa que percebo é a ausência de movimento, o silêncio que se estende ao meu redor, e uma sensação de frieza que penetra meus ossos.Ao me mexer, noto que estou deitada em uma cama desconfortável, com lençóis encardidos. Observo a sala mal iluminada, com paredes descascadas e uma única porta de metal, sem janelas para o mundo exterior.Ao sentir a cólica novamente, instintivamente, me ergo e inclino o corpo para frente. O alívio surge ao perceber a ausência de uma nova mancha de sangue entre as minhas pernas, mesmo em meio à situação desesperadora.“Piccolo, juro que sairemos daqui.” Murmuro, explorando o ambiente ao redor. “Você precisa ser forte, por favor! Em breve, estaremos com seu papà.”Sinto minha voz embargar e um nó se formar em minha garganta. Não faço ideia de como escapar daqui, nem se Matteo está
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Que Prazer Inesperado
Abro os olhos lentamente, ainda sentindo o toque asqueroso de Luigi sobre minha pele. A repugnância permanece pelo que parece uma eternidade, mas um alívio momentâneo toma conta de mim ao perceber que ele foi interrompido.Com um novo ruído metálico vindo da porta, a mão indecente que me agarrava é repentinamente retirada e ele se afasta. Um sorriso falso brota em seu rosto, como se estivesse aqui inocentemente.Levanto meu rosto enquanto enxugo as lágrimas e vejo um senhor de cabelos grisalhos e semblante severo, trajando um terno escuro que exala respeito. Seus olhos frios analisam a cena e a atmosfera muda instantaneamente.— Don Gattuso, que prazer inesperado vê-lo aqui. — Luigi diz, colocando as mãos nos bolsos da calça para disfarçar sua ereção nojenta.— Sabe que nós, da Cuore Nero, somos acolhedores e, como um bom anfitrião, vim dar as Boas-vindas à nossa hóspede. — O homem afirma, se aproximando de mim. Ele segura a minha mão para beijá-la, espetando minha pele com sua barba.
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Você Não Merece Viver
“Por Fabrízio Villani”Após uma semana desde o atentado ao hospital, Matteo demonstrou, enfim, algum sinal de melhora em seu quadro médico. No início da tarde, após ter resolvido todas as pendências, visto que todas as obrigações lícitas e ilícitas sobraram para mim, chego ao hospital.Enquanto aguardo a preparação para a transferência de Matteo para o quarto, pego um café e me sento na sala de espera. Não demora para que Luca surja, com uma péssima fisionomia.— Precisamos tirar Don Matteo daqui. — Ele murmura, olhando ao redor enquanto se senta ao meu lado antes de voltar a falar. — Os informantes dentro da Cuore Nero deixaram claro que Luigi tem algo planejado para a transferência de Matteo, Fabrízio.— Eu duvido muito que alguém tente fazer algo aqui dentro, Luca. Esse hospital pertence à La Tempesta; todos aqui são nossos associados.— Sabemos que mesmo nas melhores famílias sempre há alguém disposto a se vender facilmente, consigliere. — o soldado afirma, num tom autoritário. —
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Você Não Tem Muito Tempo
Num movimento rápido, levanto-me da cama, ignorando a fraqueza que me consome. Ao deparar com a faca tremula na mão de Isabella, meus instintos de sobrevivência prevalecem sobre a dor e a tristeza. A necessidade de agir torna-se evidente. Ignoro seu olhar assustado e rancoroso, encarando-a para ocultar meu medo. — Mais um passo e eu corto a sua garganta, Giovanna! — ela vocifera, sua voz trêmula. — Isabella, eu não sei por que você está assim, mas, por favor, abaixe essa faca! — Não me diga o que fazer! — a Ragazza grita. Fazendo um esforço enorme para conter as lágrimas, Isabella inclina a cabeça para trás e respira profundamente, proporcionando-me a oportunidade perfeita para agir. Contudo, em vez da reação negativa que eu antecipava, enquanto seguro seu pulso, forçando-a a soltar a faca, ela usa o outro braço para cobrir os olhos. — Por que você tinha que aparecer em nossas vidas? — ela questiona, com a voz embargada. Ao baixar a cabeça, fixando seu olhar no meu, vejo lágrimas
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A Esperança de Um Futuro
Longas horas depois, a barca atraca em um pequeno cais de Nápoles, fazendo com que meu coração acelere novamente. O sol do meio-dia ilumina o cais, lançando sombras nítidas sobre as embarcações. Empunho a faca, preparando-me para um possível flagrante, e observo o ambiente ao meu redor.Ouço o murmúrio de três homens que planejam a retirada da carga sem chamar a atenção ao redor. Sem a opção de sair por onde entrei, vislumbro uma pequena embarcação atracada próxima de onde estou e decido sair antes que eles comecem a se aproximar.— Seu pai, certamente, me daria uns tapas na bunda por isso, bambino. — murmuro, com um sorriso tímido, após pular no barco ao lado e quase cair no mar.Aguardando por poucos minutos, finalmente, os homens começam a se ocupar com as cargas. Aproveito o momento e saio rapidamente do barco, misturando-me entre os transeuntes próximos.Passada a tensão, sem a possibilidade de permanecer em um local público e ser encontrada por Luigi, observo um pequeno hotel a
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A Promessa Feita
Sentada em um dos bancos no Central Park, a brisa fresca da primavera acaricia meu rosto, enquanto reflito sobre tudo o que aconteceu desde que cheguei aqui. Quase sete meses se passaram desde que tomei a decisão de deixar a Itália e recomeçar em Nova York, traçando um novo caminho longe do caos que Luigi trouxe para minha vida. No início, mesmo convicta de que isso era o melhor a ser feito, quando me vi sozinha em um ambiente desconhecido, a realidade me atingiu como uma bomba. Precisei ser forte para trilhar esse novo rumo, tentando manter a promessa feita a Matteo.Ao decorrer da minha gestação, não tive um minuto sequer em que não imaginasse como seria viver isso com Matteo ao meu lado. O primeiro movimento, primeiro desejo estranho, a descoberta do sexo... Todos os momentos foram um misto de felicidade e saudade. Contudo, me orgulho de ter chegado até aqui.E assim, entre dias leves e dias pesados, onde é impossível conter as lágrimas, aguardo ansiosamente pelo momento que se ap
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Alarme Falso?
Aléssio pega o celular e sai apressadamente, enquanto permaneço imóvel, segurando o pingente do meu cordão entre os dedos - uma prática que adotei sempre que necessito manter a calma. Sinto como se, de alguma forma, isso me conectasse a Matteo.Lorenzo parece perceber minha inquietação e começa a se movimentar intensamente, levando-me a dar alguns passos até a janela para me distrair. Minha mãe, notando meu desconforto, se aproxima, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.— Figlia, confie em Aléssio. — Ela pede, acariciando meu braço. — Ele prometeu te proteger e está cumprindo isso com dedicação. Você não imagina o quão difícil foi convencê-lo a me trazer até aqui, e olha que sou sua mãe.— Eu sei, mamma. Mas é que… Só de pensar na ideia de ser descoberta aqui, depois desses meses de paz e tranquilidade, sinto arrepios.— Eu te entendo perfeitamente, mas tente não se preocupar desnecessariamente. Não vai acontecer nada com você nem com o Lorenzo. — Ela afirma, segurando minha m
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A Hora Chegou
No início da madrugada, enquanto organizo os últimos detalhes para me preparar para ir ao hospital, sinto a ansiedade crescer dentro de mim. Por várias vezes, tentei imaginar como seria quando esse momento chegasse, o dia em que conheceria o amor da minha vida.No entanto, agora que ele chegou, o medo, a apreensão e a insegurança que eu sentia antes rapidamente se dissiparam. Sei que, de onde quer que esteja, Matteo está junto a nós.— Como você consegue ficar tão calma? — Aléssio indaga ao aparecer no meu quarto e me encontrar organizando os itens de higiene na minha necessaire. — Não tem medo de Lorenzo nascer enquanto está aí, separando algodões?— Eu não estou tão calma quanto aparento, Aléssio, você que está muito nervoso. Mas, para a sua tranquilidade, estou sendo monitorada pela médica. — Afirmo, balançando o celular em direção a ele.— Em quanto tempo o Lorenzo nasce? — Eu não sei, nunca tive filhos. — respondo ao me levantar, dando de ombros. — Só sei que pode ser daqui a al
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Realidade Ou Sonho?
Por alguns minutos, permaneço parada enquanto tento me acostumar à claridade do quarto. Meu olhar se torna nítido, trazendo a familiaridade da figura. Balanço a cabeça negativamente, procurando um resquício de consciência para conseguir entender se é realidade ou um sonho.Cautelosamente, me levanto e me aproximo de Lorenzo, sentindo meu coração bater na garganta. No entanto, meus passos são interrompidos quando, mesmo de costas, ele percebe que acordei.— Você demorou para acordar, principessa. — A voz rouca e inesquecível sai num sussurro, deixando clara a preocupação de não assustar.— M.Matteo? — questiono, passando a mão no rosto. — Eu continuo dormindo.Apesar da confusão em minha mente, cada traço familiar em seu rosto e a presença reconfortante de Lorenzo em seus braços me fazem torcer com todas as forças que eu demore para acordar.— Eu não me importo que seja um sonho… — sussurro, sentindo a emoção do momento me envolver. — Mesmo que seja apenas uma falsa sensação de estar a
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