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Capítulo 59
PENÉLOPE VERONESIA brisa da primavera acariciava meu rosto, trazendo consigo o aroma sutil das flores de cerejeira que preenchiam o ar ao nosso redor. As árvores ao longo das ruas estavam em plena floração, criando um cenário quase surreal, como se cada pétala caindo ao chão fosse uma pequena promessa de renovação, uma chance de recomeçar. O Japão, com sua quietude e beleza, parecia o lugar perfeito para se perder, para esquecer o passado, ou pelo menos, para aprender a viver com ele.Marcus e eu estávamos sentados em uma mesa de madeira em uma praça pública. O lugar era simples, mas havia algo de encantador na forma como o sol de fim de tarde lançava um brilho dourado sobre tudo. Em nossas mãos, bolos tradicionais japoneses, pequenos e delicados, cada mordida um lembrete de que a vida ainda podia ser doce, apesar de tudo.— É difícil acreditar que já se passou tanto tempo, não é? — Marcus comentou, quebrando o silêncio confortável que compartilhávamos.Eu assenti, observando as péta
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Epílogo
PENÉLOPE VERONESIO inverno finalmente havia chegado, trazendo com ele um frio cortante que parecia se infiltrar na minha alma.As ruas do pequeno vilarejo japonês estavam cobertas por uma fina camada de neve, e o vento assobiava nas frestas das janelas, como um presságio silencioso do que estava por vir. Eu sabia que ele viria. Sempre soube. Desde aquela conversa no hospital, desde o momento em que ele me deixou ir, sabia que esse dia chegaria.Estava sentada à mesa da pequena sala que dividia com Marcus, os dedos envolvendo uma xícara de chá quente que não conseguia aquecer o frio que sentia por dentro. Cada batida do relógio na parede ecoava em minha mente, aumentando a ansiedade que se acumulava em meu peito. Não tentei me enganar, não tentei imaginar que talvez Ezra não viesse. Não era o tipo de homem que fazia promessas vazias. Se ele disse que voltaria, então voltaria.O som de passos pesados na neve quebrou o silêncio da noite, e minha respiração ficou presa na garganta.Aquele
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