SamantaMúsicas. Eu nunca prestei muita atenção nelas. Na verdade, sempre achei que elas eram uma distração para mim. Portanto, só me dava ao luxo de ouvi-las para relaxar e isso quase nunca acontecia. Mas não é isso que estou fazendo agora - digo referindo-me ao momento que eu deveria estar completamente focada no meu trabalho e não na voz de Michele Morrone. Acho que o Ethan é uma péssima influência para mim, porque bem no meio da leitura de um contrato importante para a empresa eu me pego sorrindo ao lembrar-me de nós dois dançando na chuva. Creio que estou ficando maluca fazendo todos os seus caprichos assim. Mas devo admitir que aquilo foi muito gostoso também.— Ei! Ou? — Ergo a cabeça quando a palma da mão da minha amiga surge de repente bem na frente dos papéis e me livro dos fones de ouvidos. — O que você est&aacu

SamantaVoltar para a Morissette LTDA foi a minha salvação. Um dia cheio de trabalho era tudo que precisava para abafar os meus pensamentos e me fechar no meu mundo completamente vazio. Nada de Ethan D’angelo me influenciando, nada do meu pai me cobrando e principalmente, nada do meu passado me atormentando. Perto das oito da noite estaciono o carro na garagem de casa e logo me sinto cansada. Um banho, é disso que eu preciso e em seguida quero cair na cama, apagar e me esquecer desse dia de merda. Espero que o Ethan não me receba com toda a sua animação ou explodirei de vez. Subo os poucos batentes na frente da casa e assim que abro a porta sinto um cheiro maravilhoso que faz o meu estômago roncar. Só então me dou conta de que não comi nada o resto do dia. Itália. Penso satisfeita e faminta, e sigo imediatamente para a cozinha, mas para a minha surpresa é o meu marido quem está atr

Samanta Eu não fazia ideia de que um homem pudesse fazer o que ele faz. Nunca um pequeno tour fora tão divertido e envolvente como esse. Ethan D’angelo fazia questão de me tocar seja com seus dedos habilidosos, ou com a sua boca macia e até mesmo com a ponta do seu nariz. Cada toque parecia único, me fazia arrepiar e ao mesmo tempo relaxar, ansiar por mais. Parece um jogo perigoso, mas naquele momento eu só queria me entregar aos seus encantos, ser envolvida pelos seus caprichos e tornar-me sua outra vez. Devo admitir que Hugo Morissette pensou em exatamente tudo quando escolheu essa casa e dessa vez eu tive a plena convicção de que o meu pai esperava a minha recaída. Cada cômodo fora projetado para me manter cativa nesse lugar. Eu teria tudo que precisasse ao meu alcance caso isso acontecesse. Vários quartos, uma academia completa no terceiro andar, área de lazer com toda sorte de equipamentos para promover muito conforto, uma biblioteca recheada de livros que um dia amei ler, uma sa

Ethan — Senhor D1angelo?— Logan, descobriu quem fez a matéria? — inquiro assim que o meu assessor pessoal atende o telefone. Ser acordado com um telefonema de Hugo Morissette pela manhã, pedindo para abrir a primeira página do jornal do dia tirou o meu chão. Definitivamente eu não esperava ter que acordar na manhã seguinte, após fazer amor com a mulher que hoje eu sei, é o amor da minha vida e sair correndo da cama para dar esclarecimentos para o seu pai. Que droga, eu ansiava ver os seus olhos e aquele doce sorriso matinal. Ouvir a sua voz rouca de rouca me dizendo bom dia e quem saber amá-la outra vez. Encontrar-me com o meu sogro nas primeiras horas do dia e lhe dar uma explicação que eu não tinha foi a parte pior.— Eu não sei que trato você fez com a minha filha, rapaz, mas se a fizer sofrer, eu saberei cobrar por cada lá

 EthanEnquanto acelero direto para casa escuto o som de mensagem chegar no meu celular. Agora não. Digo mentalmente para quem quer que seja e piso fundo no acelerador. Eu tenho um propósito para essa noite. Na verdade, é quase uma armadilha. Samanta não tem o direito de ser amada por mim e se esconder depois disso. Eu escolhi viver a porra de um contrato e ela me deve algo em troca. Se não o seu amor, pelo menos a sua sinceridade. Portanto, não a esperarei em nosso quarto como tenho feito ultimamente. A aguardarei no escritório da casa e no exato momento que ela entrar em casa exigirei uma explicação. Rio. Até consigo ouvir a criatura gritar feito uma louca comigo, se enchendo de razões e achando que tudo isso está certo, mas não está.Você quebrou uma cláusula, Senhor D’angelo. Ela disse. E você está quebrand

SamantaEu pensei que nunca mais passaria por isso outra vez e se antes eu estava medo, ele se triplicou dentro de mim. Ouvir Ethan dizer que me ama e o quanto sou linda me devastou por dentro. Eu sempre soube que isso não era possível. Apenas um homem teve a capacidade de me ver de verdade nesse mundo e o nome dele é Theodor Bogart. Ele e somente ele sabia me tocar, dizer as palavras que me faziam olhar para frente e somente para frente. Era doloroso, angustiante, mas era a minha realidade... ou eu pensei que era.— Somente eu posso te amar, Samanta e sabe disso. Porque homem nenhum nunca terá olhos para você além de mim. — Eu ouvi isso por tantos meses, de modo que cada letra se enraizou profundamente dentro de mim.— Olhe para a sua pele, para a sua cor. Acredita mesmo que alguém amaria uma pessoa como você? — Quantas vezes ele repetiu essas palavras para mim? Eu n

SamantaA coisa é bem simples. Ele disse ao sairmos do hotel, mas de simples não tinha nada. A princípio com havia falado começamos a andar pelas ruas de Paris de mãos dadas, sem pressa, sempre sorrindo. Ele me tocando sempre que podia e de vez em quando deixava alguns beijos no meu rosto. Até aí tudo bem, estava realmente fácil e eu podia suportar. A coisa toda começou a complicar quando eu tive que fazer algumas escolhas. Acredite, eram escolhas bem simples. Sim ou não, aquilo ou aquele, esse ou essa. Contudo, senti uma barreira se levantar a cada decisão. Contudo, o Ethan não estava disposto a facilitar para mim.— E então? — Apenas respiro fundo olhando para o itinerário aberto diante dos meus olhos. — Vamos lá, Samanta, é só escolher um deles!Como explicar para ele que essa minha habilidade foi roubada de mim j&a

SamantaÉ quinta-feira, um dia normal como todos os outros, mas de alguma forma parece diferente para mim. Não sei, o prédio inteiro da Morissette LTDA parece mais iluminado, as pessoas que trabalham aqui estão se movimentando mais leve... eu acho. Elas falam entre si e sorriem. Me pergunto se eles sempre agiram assim e só hoje estou prestando a atenção nesses detalhes. Sacudo a cabeça jogando esses pensamentos toscos para longe. Que coisa!— Bom dia! — digo para o primeiro funcionário que vejo na minha frente. O homem parece um tanto... surpreso, eu acho. — Bom dia, Senhor Stone! — falo, para o Senhor de cabelos grisalhos do setor de estoque. Sua reação também foi um pouco estranha. — Bom dia, Bia! — sibilo agora para a atendente atrás do balcão, mas logo sinto um braço enlaçar o meu e sou praticamente arrastada para o cor

SamantaA ansiedade é fogo. Penso quando salto para fora do carro, e caminho apressada para a lateral da catedral. São passos tão rápidos e precisos que nem sei como não tropecei nos meus próprios pés. Contudo, assim que chego aos fundos da igreja paro completamente paralisada com a visão do homem extremamente elegante, com seu porte másculo e viril, vestido com um terno escuro e pela primeira vez me permito viajar pelos seus detalhes másculos. Os cabelos negros e curtos, os ombros e as costas largos, e o resto eu posso desenhar nitidamente em minha mente, já que o tecido não me permite ver. Mas é quando ele se vira para mim que sou arrebata. Meu marido está segurando uma rosa vermelha e estava inalando o seu perfume, até perceber a minha presença e sorri para mim. Ah, esse sorriso faz coisas comigo que não consigo explicar, mas uma delas me incomoda

Ethan— Pronto, Senhores, é sempre um prazer fazer negócios com vocês! — digo me levantando para apertar as mãos dos clientes satisfeitos e assim que eles se afastam começo a arrumar alguns documentos na maleta para enfim ir para casa, estar nos braços da minha linda garota. Contudo, para a minha surpresa Rose se senta na cadeira de frente para minha e esbanja um sorriso.— Oi, Ethan! EU estava passando...— Engraçado, você está sempre passando, não é? — A interrompo um tanto seco, mas ela parece não se importar com isso.— Eu te disse, trabalho aqui perto, querido. — A sua mão toca na minha em cima da mesa, porém, um pequeno e reluzente objeto chama a sua atenção. Afasto a minha mão da sua e a encaro firme, esperando que a aliança tenha surtido algum efeito.— Eu tenho que ir, R