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Théo percebeu que a mulher não estava de bom humor, contudo, ele também não estava. Entretanto, sabia que as coisas só poderiam piorar dali para frente.— Tudo bem, entendi o que aconteceu, Maia, não precisa dizer mais nada, não se preocupe, irei dar um jeito nisso. Ela o olhou de soslaio, mas sem deixar que ele notasse. — Vou ligar e pedir o jantar no quarto. Acalmaremos os ânimos hoje, amanhã será outro dia e veremos o que acontecerá.Ela voltou a mexer no celular, o ignorando.Alguns minutos após, o jantar chegou no quarto. Ela sentou-se perto da varanda do quarto, onde havia uma pequena mesinha com duas cadeiras e começou a comer. Logo, Théo se sentou à mesa. Os dois comiam em silêncio, ignorando a presença do outro.Passado algumas horas, ouviu uma batida na porta. Como Théo estava no banho, Maia atendeu. Era Stefani.— Boa noite, Maia… — A saudou, mas estava olhando para dentro do quarto, na esperança de ver Théo. — Senti falta de vocês no jantar, vim saber se aconteceu alguma
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Maia se assustou com a voz de Théo, que veio para cima de André, com toda a raiva do mundo. — O que acha que está fazendo, seu desgraçado? — Deu um primeiro soco na mandíbula dele, que se afastou imediatamente de Maia.Mas, ao invés de retribuir, André colocou a mão no lugar onde recebeu o soco e começou a sorrir, sarcástico.— Tanta hora para aparecer, e você aparece logo agora? — André disse, sem tirar o sorriso dos lábios. — Por que nos atrapalhou, num momento como esse?— Seu canalha! — Théo foi de novo para cima do homem, dando-lhe outro soco. — Acha mesmo que ainda estamos no colegial? — Rosnou. — Você é mesmo um imbecil. Por que quer sempre viver à minha sombra, sua vida é tão ordinária assim?— Você acha que pode tudo porque é rico, mas não é assim, você não pode controlar os sentimentos das pessoas. — André respondeu.— Você é mesmo um maldito, com uma vida miserável, mesmo se conseguisse ser alguém no mundo, não consegue viver a própria vida. — Deu mais alguns socos, até que
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Enquanto uma mão passeava pela cintura, a outra puxava o cabelo de Maia, levemente, não deixando que ela se afastasse nem por um milimetro para respirar. Aquilo estava melhor do que a primeira vez que ousou beijá-la e não queria que acabasse nunca.Já Maia sentia-se encurralada numa armadilha, e por mais que aquilo estivesse bom, pois não poderia negar que estava gostando, sabia que era perigoso. Não havia motivos para Théo beijá-la, a não ser para massagear seu próprio ego e isso ela não o deixaria fazer de modo algum. Com o resto de força e lucidez que carregava em seu consciente, empurrou Théo para longe.Ele fez uma cara estranha, como se tivesse sido obrigado a acordar de um sonho maravilhoso.— O que você pensa que está fazendo? — Perguntou nervosa.Ele a olhou com um olhar furioso. Odiou ter sido afastado daquilo de que estava gostando muito.— Estou te beijando, não vê? — Falou ainda imóvel, pois não estava preparado para sair do transe.— Você ficou louco? Acha que pode me t
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Quando acordou pela manhã, Maia percebeu que Théo não estava mais na cama. Ela ouviu o barulho do chuveiro e presumiu que ele estava no banho. Não demorou muito, ele saiu de lá, do mesmo jeito que tinha costume de fazer, coma a toalha enrolada na cintura, deixando seus músculos à mostra. Por mais que quisesse disfarçar, sempre acabava admirando mais do que devia.— Bom dia, Maia. — A voz dele era suave e não parecia estar de mau-humor.O que estranhou, já que na noite passada os dois tiveram uma grande discussão.— Bom dia. — O olhou desconfiada.Enquanto o observava, viu que havia ferimentos em suas mãos, o que deveria ser consequência da surra que deu em André.— Quando estiver pronta, vamos tomar café. — Tudo bem, mas acho que é melhor você cobrir esses ferimentos no punho, antes de sairmos. As pessoas podem perguntar o que aconteceu.— Não se preocupe com isso. — Ignorou.Após se arrumar, os dois foram para o restaurante e se encontraram com Bill e Stefani, que os convidaram para
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Enquanto algumas mulheres estavam extasiadas com o milagre da coloração pessoal, Maia procurava uma desculpa para sair dali e ir se encontrar com Théo, para falar do que ouviu.Por mais que as mulheres dissessem que os comentários seriam discretos, a maioria ali já sabia o que aconteceu e ficavam supondo, quem seria a esposa infiel e o marido agressor. Sua maior preocupação era que alguém descobrisse que se tratava dela e que o nome de Théo virasse motivo de chacotas entre todos. Mesmo que, no fundo, queria que ele passasse por um perrengue, para aprender a parar de fazer as coisas por impulso, entretanto, ela sabia que, se sua identidade fosse revelada, ele a culparia por mais uma coisa, mesmo sabendo ser inocente na história.Maia tinha medo da reação dele e das ameaças que poderia receber, caso se sentisse humilhado pelos comentários e olhares de outras pessoas.— Para uma pessoa que estava conversando tanto pela manhã, você ficou muito silenciosa, Maia. — Stefani se aproximou, dize
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Quem visse aquela cena, não poderia decifrar o que estava acontecendo. Stefani estava ajoelhada diante dos pés de Maia, enquanto Théo parecia uma fera raivosa, que atacaria a qualquer momento, se ela não fizesse o que ele acabou de exigir.— Peça desculpas a ela imediatamente, Stefani, ou você irá sofrer graves consequências.— Não é para tanto, eu não fiz nada de mal. — Falava como voz melosa, como se fosse a vítima da história.— Escuta aqui. — A segurou pelos cabelos. — Eu não vou falar duas vezes, ou você faz o que acabei de mandar, ou virará comida de tubarão.A mulher engoliu seco, já que, pelo rosto e pela voz de Théo, ele não estava blefando.— Tudo bem. — Grunhiu. — Sinto muito… Maia. — Sua voz saiu baixa.— Fala mais alto, ou ela não vai escutar. — Théo ameaçou, puxando mais o seu cabelo.— Sinto muito, sinto muito mesmo, eu não quis dizer aquelas coisas. — Sua voz implorava para aquilo acabar logo.— Tudo bem. — Soltou o cabelo dela. — Maia, tire o resto do dia para descansa
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Maia sabia que esse estranho sentimento não podia ser levado adiante, já que Théo não era homem para ela, seja por suas atitudes, ou por sua classe social. O que ele estava se referindo era que devia protegê-la, porque era a sua obrigação, enquanto as duas estavam em sua casa. Pelo menos era isso que ela obrigava a sua mente a acreditar.— Tudo bem. — Se afastou dele. — Se você garante que ela estará segura, eu fico mais tranquila. Espero que você tenha razão, quando seu avô descobrir que acabou se casando com uma mãe solteira, ele irá querer que você desista disso e ele desistirá de te forçar a se casar com outra mulher.— E assim, vamos nos separar e cada um irá seguir a sua vida. — Ele completou.Entretanto, em sua voz, pareceu pesar uma pequena dose de melancolia, como se aquela frase o deixasse triste.— Por que saiu da conferência mais cedo? — Ela perguntou, vendo que havia ficado um silêncio no quarto.— Saí para ir ver como você estava. Imaginei se estaria com algum problema,
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Ao acordar pela manhã, antes mesmo de abrir os olhos, Maia sentiu o cheiro intenso do perfume de Théo e pensou estar abraçando o seu travesseiro.— Por que você tem que ser tão cheiroso assim? — Perguntava, abraçando ainda mais.— Não me culpe por algo que não tenho controle. — Théo respondeu ofegante. Foi aí que ela se lembrou da noite passada. De imediato, pulou da cama, o que acabou assustando ele.— Maia, isso lá são modos, de me acordar pela manhã? — Perguntou ainda sonolento.— Eu não queria te acordar. — Falou, sentindo muita vergonha. Não acreditava que os dois haviam dormido juntos, abraçados e muito menos no que acabou de dizer.— Por que pulou tão bruscamente da cama? Por acaso estamos atrasados? — Não, não é isso. — Não sabia como se comportar.— Então vem e deita aqui de novo. Está muito frio para sair da cama assim. — Estendeu o braço, convidando-a a subir na cama novamente e se deitar ao seu lado.— Não vou mais me deitar. — Saiu de perto da cama, andando em direção ao
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Não era fácil viver sendo a esposa de Théo Campos, já que sempre ouvia que não estava à sua altura. Sempre era comparada e, onde quer que fosse, havia alguém que quisesse roubar o seu lugar. O mais correto mesmo seria, depois de tudo, sumir daquele lugar, da vista de todas as pessoas, nem que por conta disso, deixasse algumas pessoas com quem acabou criando laços. Foi pensando assim que Maia deitou em sua cama improvisada no chão, para passar a última noite no navio.— Maia, ainda com essa ideia de dormir no chão? Essa é a nossa última noite aqui, deite-se na cama e vamos descansar. — Théo insistia, vendo os lençóis que ela jogava no chão.— Não se preocupe comigo, está tudo bem. — Respondeu curtamente.Não queria conversar muito, não iria mais cometer os erros que cometeu antes. Os dois deviam manter distância um do outro, para assim, não confundirem as coisas.— Não vou me aproximar de você, não precisa se preocupar com isso, deite-se aqui e fique confortável.— Eu já estou confortáv
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Quando chegaram à mansão de Théo, depois de algumas horas de viagem, receberam a notícia de que Joaquim e a família Trajano haviam saído para o clube de golfe e só voltariam à noite.— Que ótima notícia, significa que poderei descansar em paz um pouco. — Théo falava aliviado.— Irei aproveitar e verei a minha filha. — Maia disse, alegre.— Como assim? Você nem descansou um pouco. — A questionou.— Estou com tanta saudade de minha filha, que não conseguiria pregar os olhos, imaginando que a gente está tão perto e mesmo assim ainda não a vi. — Seus olhos brilhavam.Era diferente ver Maia daquele jeito, ela parecia tão ansiosa, como se a vida dela dependesse daquilo. Talvez dependesse, já que para as mães, os filhos são a razão da existência delas.— Tudo bem, irei pedir que te levem lá.— Serei eternamente grata. — Sorriu, com um sorriso bonito e encantador, dando uma piscada de olho.Théo não conhecia a filha de sua esposa, e nem imaginava como a garotinha era, mas ficou feliz em saber
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