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Os efeitos de uma conversa sincera
99Vicente François⤝⥈⤞Eu joguei meu corpo lento sobre o sofá, conforme raciocinava sobre suas palavras.Mamãe sempre foi uma mulher decidida e de palavras gentis, mas nunca deixou escapar que seus pensamentos fossem tão intuitivos daquela maneira.Expirei, sentindo os músculos das minhas costas relaxando nas almofadas do sofá espaçoso. Deslizei a mão na calça, puxando o celular que saía com dificuldade, reclamando todo o egoísmo do seu tamanho.A parede branca com decorações desconhecidas e sem nenhum vínculo pessoal, foi tudo o que eu tive naquele momento de olhos perdidos pelo ambiente diante de mim, antes que a outra pessoa atendesse a chamada.—Sebastian.—Sim, senhor?—Suba até a cobertura. Preciso de você.—Sim, senhor.Abaixei a mão sobre a coxa espalhada no assento do sofá, e larguei o celular ao lado da perna. Meu suspiro era desesperadamente dramático e enfático.Eu sabia o que aqueles sentimentos significavam. Eu já os havia sentido antes.Eram sentimentos de sacrifícios
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Uma sogra. Uma mãe.
100Vicente François⤝⥈⤞E como a poeira se espalha no espaço, eu me rendia a situação.O juiz andava de um lado para o outro, apressado.O celular egocentricamente gigante, mal cabia em suas mãos trêmulas.Sua voz a falhar, entregava todo o seu desespero naquele momento.A cada passo que dava para os lados, Sebastian avançava em sua frente, ficando frente a frente com ele.Não tinha para onde fugir, nem mesmo se eles estivesse com seus seguranças dentro do mesmo cômodo.E não era o caso naquele dia.Balançando o pé, despreocupado, ergui a mão na altura dos olhos e analisei os ponteiros do relógio.Trinta e dois minutos.Bufei.Afinal de contas, de quantos minutos mais ele precisava para resolver algo que um homem, com tanto poder, conseguiria em segundos?—O seu tempo acabou. —Me levantei do sofá e o encarei ainda de ombros encolhido, segurando o celular que não parava de vibrar entre as mãos trêmulas.—Por favor, senhor François. Apenas uma última mensagem para confirmar uma possível
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Ma Femme
102Vicente François⤝⥈⤞A lua me caía como um manto negro. Uma bola branca no vazio escuro do céu. Eu me sentia tão vazio e sozinho quanto aquela lua.Recostei nas grades da varanda, sob uma noite enluarada, e suspirei, deslizando as mãos para dentro dos bolsos da calça após um dia cheio.—Me sinto só. Olhando a minha vida, desse ponto de vista, a solidão chega a me parecer normal…Minhas palavras de desabafo no vento, foram interrompidas pelas portas do meu quarto se abrindo, revelando minha mãe.—Meu filho? Não está muito frio aí fora? —Perguntou, fechando as portas novamente.Ela entrou em meu quarto com delicadeza. Um passo depois o outro em pisadas sofisticadas.Suspirei.—Eu só estou procurando paz, mãe. Apenas isso. Meus ombros caíram quando expirei, fechando a porta da varanda e adentrei ao quarto.—Eu sei o que é iss-—Não começa, mãe.Motivado a odiar Lisa Mary, eu recusei qualquer conselho que não fosse maltratá-la.—Eu sei, até o seu pai sabe, embora não possa opinar nes
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Liberdade
103Vicente François⤝⥈⤞Eu via o futuro repetindo o passado. Eu estava disposto a mudar isso, mas meu coração não me atendia. Minhas ideias não correspondiam aos fatos. E isso era frustrante.Eu devia te odiar, Lisa Mary. Eu devia nunca ter aceitado você sob o mesmo teto. No entanto, eu criei situações que me levassem a aceitar você em minha vida novamente, e isso me crucifica. Eu só quero sobreviver a você sem nenhum arranhão… Se isso for possível.Me afastei de Lisa Mary, aos poucos, dando dois passos para trás após pausar aquele beijo acalorado com um selar simples e um suspiro sufocante. —Você vai me enganar outra vez, não é? O seu amor falso acalmou o meu silêncio, mas me deixou suas marcas profundas e violentas, Lisa Mary. Então, por favor, não me faça ver novamente que as coisas belas da vida perdem a beleza e o encanto com o tempo. Por favor.Minhas súplicas em forma de palavras que vagavam naquele momento, comoveram as lágrimas reais de Lisa. Ela passou as mãos pelos cantos
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