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Quarenta e um.
Kristin observou o filho dormindo em seu quarto. Ainda não havia conseguido a guarda dos filhos. Isso já estava a enlouquecendo. O juiz adiava a audiência toda vez que podia, sempre dizia precisar averiguar mais o caso, principalmente agora que tanto Ryan, quanto Kristin haviam mudado de advogados. Os dois primeiros não eram de uma confiança e ambos estavam repassando informações para a imprensa, o que tornava o caso ainda mais lento. Mesmo contra a vontade de Kristin, Ícaro assumiu o caso pedindo a guarda definitiva das crianças e, mais uma vez, tudo estava indo lento de mais. Achavam que o juiz poderia ter alguma ligação com Ryan, pois não fazia sentindo um simples caso de guarda demorar tanto. Mas não descobriram nada que ligasse os dois. Era muito estranho isso estar indo tão longe como está.Ela olhou para a janela do quarto do filho, vendo a chuva cair forte e densa.
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Quarenta e dois.
Sempre que o dia começava ensolarado no final de semana, Kristin e Austin planejavam uma atividade em conjunto com as crianças, sempre algo pata estimular a coordenação motora e intelectual. Eles tiravam os dias ensolarados para passar mais tempo com eles. A atividade de hoje seria fazer um bolo de chocolate, muito recheado e para ficar ainda mais interessante, seria uma competição entre meninos contra meninas. Para ficar melhor ainda, teriam que procurar os ingredientes pela casa, que foi escondido por Kelly, a mesma como professora pedagógica achou que seria uma ótima ideal fazer essa dinâmica. Então, enquanto Austin surfava e Kristin havia sido expulsa de casa com duas crianças por ela mesma, ela se encarregou de esconder tudo, deixando várias dicas espalhadas pela casa.Após um banho, eles voltaram para casa e foram à procura dos ingredientes. Foi uma corrida pela casa e, enqu
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Quarenta e três.
O final de semana sempre era um evento, quando as crianças estavam era algo familiar, mas quando elas estavam na casa do pai, para Kristin e Austin, era algo diferente. Ele costumava tentar ficar em cada com ela, porém sempre acabava saindo com os amigos, porque ela praticamente o expulsava de casa. Já para ela, era algo mais solitário, ela sempre falava que ia chamar seu irmão ou Ícaro e Kelly para passar um tempo com ela, mas isso raramente acontecia. Na sua cabeça chamar eles quando estão construindo suas vidas, seria um incômodo. Austin descobriu isso em um dia em que voltou para casa mais cedo, em um horário em que os amigos da namorada deveriam estar com ela. Mas, ao invés de encontrar pessoas bêbadas jogadas no chão da sala assistindo a um filme ou jogando algum jogo, encontrou a sua namorada bêbada cantando no jogo de karaokê. Ela estava tão bêbada q
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Quarenta e quatro.
Ícaro foi para a casa de Kristin já Austin recebeu uma ligação e disse que chegaria mais tarde, o rapaz ficou meio desconfiado e antes que o outro pudesse ir, disse: “Austin, se você fizer a Kristin sofre de alguma forma, eu juro que quebro a sua cara na porrada. Não magoe ela como ele fez, não der brecha para ela comparar você a ele, você não vai gostar disso”. Ele não deixou que o outro falasse e entrou no carro deixando Austin no estacionamento do shopping, o homem olhou para o celular e entrou em seu carro. Ele tinha plena noção de que o que Ícaro havia falado era porque ele era muito amigo da sua namorada, mas não se preocupou, afinal não estava fazendo nada de errado. Era uma ligação da sua irmã. Ela queria falar com ele sobre algo que ele não se interessava, e precisava ser pessoalmente. Só que preferia analisar a situa&cc
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Quarenta e cinco.
Ícaro estava pensando em duas coisas, logo mais Austin pediria Kristin em casamento. Se encontraram no shopping para isso, inicialmente. Ele viu o anel dourado com uma grande pedra de diamante em cima de alguns quilates, mas não foi apenas isso que havia comprado. Viu também ele com uma caixa um pouco maior e, antes de fechar, percebeu que se tratava de um colar com uma mulher e duas crianças. Ele sorriu feliz pela amiga. Não é como se ele estivesse todo amiguinho do homem, mas o odiava menos. Austin, pela primeira vez, estava mais participativo, interagiu com Kelly e Ícaro por muito tempo, Kristin tinha um sorriso bobo no rosto. Após os dois partirem, Austin fez uma pequena surpresa para a namorada, onde havia uma pelúcia de raposa. Ela lembrou da raposa que sua filha tem e um colar que tinha ela e seus filhos. Sorriu abraçando o namorado, o encheu de beijos em forma de agradecimento. Os dois dormiram abraçados naquela noite, estava mais frio que o normal e, por isso, o aquecedor est
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Quarenta e seis.
Nesse capítulo, há cenas eróticas. Se você for menor de idade ou não gostar desse tipo de conteúdo, não o leia.Ela não estava disposta a lhe dar uma segunda chance, ou achava não está, mas queria ouvir o que ele iria dizer. Então apenas se sentou no sofá esperando que ele falasse, ouviu ele suspirar quando passou para se sentar. Ele se sentou ao lado dela, tentou segurar as mãos da ruiva, mas ela as afastou, ele a olhou surpreso.— Quando percebi que poderíamos ficar juntos, deixei todos que poderiam atrapalhar a nossa relação, as amizades que eu tinha com ex-namoradas, as amizades com mulheres. Deixei tudo de lado, porque eu só queria você na minha vida. — Ela o olhou como se disse que não havia pedido aquilo. — Sei que não pediu isso, como eu não pedi para se afastar de seus amigo
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Quarenta e sete.
Nesse capítulo, há cenas eróticas. Se você for menor de idade ou não gostar desse tipo de conteúdo, não o leia. Ela se encontrava na cozinha, preparando o café da manhã, quando o viu entrando no local. Ele vestia roupas sociais e até usava gravata, o que era um milagre. Ela não o questionou por ele não ter a respondido há pouco tempo, apenas colocou o prato dele pronto no balcão. Eles tinham essa rotina, que muitas vezes Kristin achava cansativa. Não esperou que ele dissesse nada, apenas saiu da cozinha para tomar um banho. Era óbvio que naquela casa havia mais de um quarto e mais de um banheiro, mas queria ver a sua expressão logo que ele saísse do banheiro, queria tentar decifrar o que se passava na cabeça dele. Austin segurou seu pulso a fazendo virar para si. Ele tinha um sorriso doce nos lábios. Ela compreendia todos os pedidos silenciosos do namorado, por isso se inclinou para selar seus lábios em um beijo casto. Ele sorriu de uma maneira diferente ao se afastarem. Kristin perce
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Quarenta e oito.
O dia havia amanhecido chuvoso, tinha suas vantagens ter a divisão do quarto e da varada totalmente em vidro, que a permitia ver que o mar que tanto tem medo estava do mesmo jeito que a sua mente estava no momento, era um temporal. Além disso, conseguia ouvir com clareza a água pesada batendo contra o teto alto da sua casa, persistentemente. A noite a chuva ainda caía e, só saiu da frente da varanda em determinado momento não durou muito por que lá estava ela novamente. Uma tempestade estava se formando e, com isso, vinham sons irritantes que sempre a assustavam.Os trovões eram tão estridentes que faziam o seu corpo todo arrepiar e ter espasmos involuntários, mas ela não deixava de olhar o mar turbulento não muito longe de sua casa. Ele estava quase imperceptível pela escuridão, mas as luzes artificias a faziam que ela ainda o visse em toda sua fúria e glória. Os p
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Quarenta e nove.
Ele era aquele tipo de homem que prefere a embalagem ao conteúdo, a beleza externa do que a interna. Até ele conhecê-la, não, ele não mudou seus pensamentos sobre a parte de fora ser apenas bela. Ela era, além disso, era inteligente, diferente de todas as outras que já pensou em se relacionar, ela era bonita de sua forma, ela era sorridente. Era a luz no fim do túnel, na verdade, ela foi sua luz em meio aos momentos que se drogava, mas nunca, nunca teve um sentimento real, aquilo tudo era tão vago, escasso de sentimentos. Não a amava de verdade e nem sabe dizer se chegou amá-la de verdade um dia.Ele vencido, pensava enquanto a olhava dormindo ao seu lado. Ele estava apoiado no cotovelo, a olhando de cima. Deixou que sua mão percorresse até pelo corpo despido, das coxas, tocando entre as pernas alheias, ouvindo um gemido fraco. Acelerou os movimentos, vendo a mulher contorcer as pernas, antes que ela acordasse de fato. Afastou os dedos da cavidade dela e subiu sua mão pela barriga, se
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Cinquenta.
Seu namorado não a tratava da mesma maneira, não era sempre. Ela não ouvia mais os incessáveis “eu te amo” nem as inúmeras declarações de amor, pelo menos não ao vivo. Austin gostava de manter a aparência, para quem os apoiava nessa relação, ele era o homem perfeito. Até para Kristin, ele era. Para ela, eles só estavam passando por um momento difícil, nada mais do que isso, apenas um momento que passaria logo. Ela não enxergava nada além do que ele permitia, nada além do que o namorado perfeito que só está cansado do trabalho, ela não enxergar por baixo de todas as camadas que foram impecavelmente empilhadas, não enxergava além da personalidade criada especificamente para ela que, aos poucos, vinha se deteriorando tão sutilmente que Kristin não enxergava, apenas não via o quão manipulador ele poderia ser. Os olhos verdes acinzentados fixos no mar agora escuro, as ondas indo e vindo, o chacoalhar da água ao se chocar com as pedras distantes, o vento forte bagunçando os cabelos avermelh
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