Invadi o loft de um jeito nada típico de Chloe Jessey, só não saí saltitando porque sei lá, aí já era demais.Deixei meu celular em cima da mesinha ao lado da porta e assim que bati a madeira pesada, um tanto forte para atrair a atenção de Scott, vi o homem girar a cabeça para me olhar por cima do ombro.Seu semblante era de surpresa, não por me ver, mas porque tinha o celular na orelha e provavelmente estava recebendo a notícia de que tudo havia acabado.Sua postura de dono da porra toda dentro daquele terno caríssimo falhou por um instante, ele suavizou as feições másculas e após desligar o telefone, sorriu para mim com um brilho encantador nos olhos.— Acabou? — murmurou quase sem acreditar.É, parecia um sonho. Agora sim era possível ver o quanto aquilo pesava nos ombros dele também.— Kiara disse que sim. Ela falou que estou livre e que posso fazer absolutamente tudo o que eu quiser, e sabe o que eu quero?O homem balançou a cabeça para cima e para baixo, confirmando e praticamen

Trinquei o maxilar e dessa vez mordi o lábio inferior porque precisava segurar minhas lágrimas, entretanto, não tive muito êxito.Aquelas poucas palavras me disseram tudo. Absolutamente tudo que eu não me preparei para ouvir.Ele não ia comigo. Scott não queria o mesmo que eu, e poderia dizer que essa era a primeira vez, mas seria mentira, certo? Desde o início talvez ele não quisesse realmente o mesmo que eu.Destruída de um jeito que nunca havia me encontrado, quase desabando em sua frente por não ter forças suficientes, eu só pensei que me humilhar não era uma opção.Eu jamais iria implorar para que ele mudasse de ideia. Havia situações e situações, um dia fiz o possível e o impossível para tê-lo para mim, contudo, não faria isso novamente, nunca mais.— Ótimo, então que assim seja — sussurrei com quase nenhuma voz.As primeiras lágrimas caíram e tirei minhas mãos das suas para poder limpar o rosto. Me rebaixar era tolice, e deixar que ele visse aquilo era pior ainda.— Assim sej

O homem em minha frente estava impassível, assim como a mulher.Eu não estava muito diferente deles. Quando cheguei na Hayans procurando por Mia, precisei ir até a sala onde ela estava trabalhando e ao chegar lá, peguei ela e Andrew aos beijos. Os poucos dias que passei fora foram suficientes para trazer muitas mudanças.Dizer que fiquei preocupada seria uma grande mentira.Sabe quando a gente olha para um casal apaixonado e acaba sentindo inveja porque o sentimento é tão puro e recíproco que qualquer pessoa consegue enxergar?Foi exatamente isso que aconteceu. Eu vi Mia radiante e Andrew não se encontrava diferente.Aproveitei que os dois estavam juntos ali e de uma vez por todas, poupando palavras, anunciei que iria embora por um tempo e que nenhum dos dois me veriam na Revista novamente.Um baque para Mia, sim ou com certeza?Andrew questionou os motivos que me fizeram tomar essa decisão, tentando entender a situação toda, mas eu apenas fui curta na resposta. Ficaria um tempo l

— O que os seus pais acham disso? O que o Corey falou sobre a sua partida? O Jason não pode ser conivente com essa merda! Não é possível que ninguém está contestando.— Não há nada para ser feito, a não ser respeitar minha decisão! Nenhum deles têm o direito de me impedir, assim como você também não tem. Eu te amo muito, muito mesmo, mas me amo também, sabia? Não estou confortável aqui e preciso ir. É ridículo que qualquer um fique chateado só porque estou indo atrás da minha própria felicidade, sem pensar em Corey, sem pensar nos meus pais, e sem pensar em todos os outros que me cercam… Sempre fiz todo o possível para deixá-los felizes, agora é hora de buscar coisas que me agradam, sendo elas boas para vocês ou não!Mia suspirou pesado e dessa vez sim se deu por vencida.Sabia que ela queria dizer mais e mais coisas mas no fim acabou não falando nada. Ela só caminhou até mim e me puxou para um abraço caloroso. Podia ser uma mocinha pequenina e magra, mas seus braços me apertaram com

Algumas dores são mais suportáveis que outras.Me lembro da minha primeira e única tatuagem. Scott me buscou um dia na universidade e disse que eu poderia escolher nosso destino da noite. Não sei o que me levou a querer aquilo, talvez a conversa das garotas sobre "quebrar as regras" tatuando o corpo, mas eu decidi que iríamos até um estúdio para que eu fizesse algo que tivesse algum significado importante.O tatuador primeiro quis saber o que eu desejava tatuar, e foi bem automático, na minha cabeça aquilo apareceu como se tivesse flechas luminosas apontando para o símbolo.Perguntei para Scott se ele também queria fazer e ele afirmou que sim, com toda a certeza do mundo, sim, como se fosse um adolescente bobo quebrando realmente as regras dos pais.Não que houvesse uma super regra sobre tatuagens na Família, mas no ritual de matrimônio o casal tatuava o animal que representava seu parceiro. Mamãe tinha um pequeno lobo na região das costelas, e papai tinha um corvo pouco acima do p

— Certo, talvez eu só não quero que você vá porque eu nem vou poder te cuidar, mas ainda assim, acho que pode ir no final de semana. Por que não encaixota suas coisas? Separe seus pertences, leve o que mais gosta, e então vá tranquila.— Não. A Mia vai dar um jeito nas minhas roupas e em todo o restante. Ela faz o que quiser com esse lugar, e você também, é de vocês, cuidem e usem como bem quiserem. Minha decisão está tomada, estou há horas falando a mesma coisa. Vou embora de Nova Iorque!Jason suspirou, olhou para o teto, olhou para o chão, olhou para todo o canto e então voltou a me encarar.— Corvinho teimoso! — resmungou fazendo bico.Era uma situação complicada e sabia que ele seria o último a dar o braço a torcer, mas deu.Quando achei que teria que arrumar o restante das minhas coisas sozinha, ele me ajudou com as malas, separou minhas roupas preferidas, dobrou casacos quentinhos e me instruiu a usar cachecol caso a cidade escolhida fosse gelada.Tudo isso com uma cara de bund

Sabe aqueles momentos nos filmes de romance quando um dos protagonistas está prestes a pegar o voo que o levará para outro país e aí seu par romântico aparece correndo no meio da multidão e impede a partida, ou vai junto?Então, isso não aconteceu comigo.Eu até cheguei a olhar para vários lados, vez ou outra. Busquei por uma silhueta conhecida e desejei que esse clichê se repetisse comigo, mas não aconteceu mesmo.Jason insistiu para ficar comigo no aeroporto, contudo, se eu permitisse algo assim, corria o sério risco de desistir de tudo. Por mais que eu quisesse partir, meu peito doía, afinal, não tinha como ignorar os fatos. Estava deixando toda a minha família para trás.É claro que ficaria chateada com Marisa após ela me mostrar a gravação que Coral fez. Lógico que fiquei magoada por terem mentido para mim, e isso não tinha previsão de mudar tão cedo, a mágoa ia permanecer por mais um tempo. Sendo assim, seria melhor me afastar para raciocinar também, e após colocar a cabeça

→ Alguns anos antes.Todos estavam reunidos na maldita mesa enorme, na maior sala de jantar da mansão, sorrindo e falando alto demais para o meu gosto. Era só um simples jantar, bom, era para ser só um simples jantar, mas Kiara apareceu e então deixou de ser só uma coisa simples.Marisa falava com ela sobre alguma premiação que não me interessava nem um pouco enquanto Paul conversava com Corey e com Buck sobre futebol americano.Ambos os grupinhos pareciam disputar para ver quem falava mais alto e dominava o assunto, enquanto eu e Scott permanecemos sentados frente a frente, apenas olhando um para a cara do outro, tentando esconder que a saudade estava acabando com nós dois.Foram malditos oito dias longe. Ele precisou viajar para resolver coisas da Hayans com o papai e só voltaram naquela manhã. Eu faltei me descabelar sem ele em casa.Era idiota e até mesmo estranho, mas eu meio que estava viciada no homem, e ficar sem ele era terrível.Scott me ligou umas três vezes, e nessas tr

Scott sorriu atrevido e não demorou, agarrou minha nuca e me girou com rapidez, fazendo minhas mãos baterem na madeira fria da escrivaninha enquanto ele se colocava atrás de mim.De um instante para o outro minha calça foi abaixada junto à calcinha. Arfei ao sentir o ar quente tocando minha pele bem no meio das minhas pernas. Scott passou a língua desde a boceta até o outro orifício e sugou com vontade, enfiando a cara no meio das bandas grandes.Joguei a cabeça para trás e assim que ele se levantou e abriu o zíper da calça, me segurou pela garganta levando os lábios até meu ouvido enquanto posicionou seu pau na entrada.— Não faz ideia de como meu pau sentiu falta de te foder nesses dias longe. Só de ouvir sua voz pelo telefone ele já deu sinal.Ri, fechando os olhos na espera de que ele não enrolasse mais, e quando mordiscou o lóbulo da orelha, senti a outra mão me segurando firme pela cintura para que meu corpo não se afastasse.O homem me invadiu de uma só vez e eu não contive u

→ Três anos depois.Senti minhas pernas serem agarradas por braços pequeninos e com muito cuidado, depositei a bandeja com xícaras vazias no balcão da cafeteria.Olhei para baixo para me certificar de quem era aquele corpo minúsculo mesmo que já soubesse quem é que estava me agarrando. Sophie elevou os olhinhos escuros e sorriu, me soltando para estender os bracinhos a fim de que eu a capturasse.— Tovinho — sibilou o apelido, me fazendo rir toda derretida.A pequena mocinha de dois anos e meio não podia ouvir nada que já queria repetir. Desde a primeira vez que Jason me chamou de "Corvinho" em sua frente, ela já abriu a boca para tentar repetir.Eu a corrigia, ao mesmo tempo que tentava fazer ela parar de me chamar assim, mas não tinha jeito, Sophie só sabia se referir a mim daquela forma.— O que está fazendo aqui a essa hora da manhã, senhorita Gray?Me Inclinei, pegando a pequena no colo e afagando os cachos volumosos que emolduravam seu rosto. Era linda, e me lembrava muito Gr