Todos os capítulos do Caminho Traçado - Uma babá na fazenda : Capítulo 81 - Capítulo 90
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Dois meses depois… — Cara, você precisa entender que sou advogado e não fazendeiro. Saulo estava em minha sala do escritório, daquele jeito de sempre, seu sarcasmo e humor nunca mudaram, independente de como as coisas estavam. — Não reclama, pois sei que você está gostando. — Eu gosto, não vou negar, mas você me colocou para assumir o seu lugar, tem ideia da responsabilidade? — Foi por isso que te escolhi, confio em você e não se preocupa, logo voltará a sua vida normal e monótona. — O provoquei. — Ei! Minha vida de monótona não tem nada em. — Fingiu-se ofendido. — Se você está falando. — Oliver, você já está trancado nesse escritório praticamente há dois meses, cara, você ainda não conseguiu provas suficientes para tirar o Noah da Liana? — Estou juntando tudo, preciso do máximo possível, não quero correr o risco dela recorrer ao tribunal. Quando eu pegar a guarda total do Noah, quero que seja definitiva, então a mandarei embora e darei ordens a toda segurança para que ela nã
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— Vem comigo, com esse barrigão aí, você não aguenta mais abaixar não. — Ai, Rafa, obrigada! Estava caminhando com Rafaela até o centro. — Olha, Aurora, se eu fosse você, eu pegaria um atestado. Você está com seis meses de gestação, mas parece que já está para ganhar. — Bem, é por causa desses dois garotinhos aqui dentro. Descobri esperar dois menininhos. — Você já devia ter escolhido os nomes, Aurora. — Eu sei, mas vou esperar mais um pouquinho. — Escuta, o Tácio já contratou uma pessoa para a limpeza, você ficará apenas responsável pela copa. — Ele e suas gentilezas, olha Rafa, acho que já passou da hora de você falar dos seus sentimentos para ele. — Insistia. — Como vou falar agora? Ainda mais ele gostando de você. — Rafaela! — A repreendi — Eu já te falei que entre nós dois, não há possibilidade nenhuma de algo acontecer, mesmo se você não gostasse dele. Eu já tenho uma pessoa no meu coração e é por ela que lutarei. — Lutar como? Você nem conversou ainda sobre sua gravi
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— Oliver se acalma, o que vai fazer? Eu andava de um lado para o outro no escritório, enquanto Saulo ficava na porta, com medo de que eu saísse e arrebentasse a cara de Liana. — Quero que você pegue o Noah e a Denise e saia daqui imediatamente! — Disse nervoso. — Eu não vou deixar você sozinho. — Eu não vou fazer nada com ela, não se preocupa. — Mesmo assim, mandarei Joaquim levar a morena e o Noah para bem longe, pega logo toda essa gravação e vamos até à delegacia agora. — Ela matou meu pai, Saulo! — Engolia um nó na garganta enquanto falava isso. — Meu pai foi assassinado! — Fala baixo, cara, não adianta fazer nada contra ela agora, eu juro que estou tão nervoso quanto você e minha vontade é esganá-la, mas, você disse mais cedo, que pensa no Noah, imagina ele crescer sem a presença do pai, por ele estar atrás das grades. — Eu se, eu sei! — Tentava raciocinar sem deixar minhas emoções me dominarem. — Chama a Denise e o Joaquim aqui agora! Sentei-me na mesa e comecei fazer o
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“Um acidente aconteceu agora a pouco, na estrada que liga a uma das fazendas mais importantes do país. A notícia que se tem é que houve uma vítima fatal, que já foi identificada. Liana Passos, de 26 anos, estava dirigindo uma Ferrari em alta velocidade, quando perdeu o controle do veículo, que acabou caindo da ponte. Liana teve o corpo carbonizado, morrendo na hora, um carro que passava no local registrou tudo. Nas imagens, pode-se ver a Ferrari em alta velocidade. Liana era solteira, mas deixou um filho menor de 1 ano, mais notícias em breve” Na televisão, que ficava na recepção do saguão do consultório, passava as últimas notícias do trágico acidente que acabava de acontecer. — Bom dia, Rafa! — Falo, entrando no saguão, havia acabado de fazer uma ultrassonografia, o que me fez chegar atrasada. — Bom dia, Aurora. — Por que o volume da televisão está tão alto? — Ah, é porque estava ouvindo uma notícia. — O que aconteceu de tão importante para chamar sua atenção? — Foi um acident
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Eu estava parado no acostamento da ponte, enquanto a equipe de bombeiros tentava descer para tirar o resto que sobrou do corpo de Liana. Saulo estava mais adiante no celular, acho que ele conversava com Denise para voltar para casa. Enquanto observava a cena e os destroços do carro de Liana, me lembrei de quando o comprei para lhe dar de presente. Ela amava carros de luxo e disse que seu sonho sempre foi ter um desses, então, no dia do seu aniversário, lhe fiz uma surpresa. Ela ficou radiante no dia, e eu, como estava perdidamente apaixonado, me hipnotizava com aquele sorriso. Sempre a tratei como uma criança mimada, dando tudo o que queria e fazendo seus gostos. Fui muito errado, mas na época só pensava nela e em sua felicidade. Me senti mal por meu pai, ele não merecia o que aconteceu. Tantas vezes tentou me alertar sobre ela, mas eu estava cego. Ninguém naquela época poderia mudar minha mente, nem mesmo quando a peguei no flagra. A cena perturbou minha mente por tanto tempo, p
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Peguei o celular da mão da Denise imediatamente, tentei ligá-lo, mas parecia está descarregado. — Me tragam um carregador agora! — Gritei. Estava nervoso. O que Liana havia feito com a Aurora? Denise trouxe um carregador, então coloquei o celular na tomada, mas o telefone demorou para ligar. — Mas que merda! — Meu estresse já havia voltado. — Calma Oliver. — Saulo falava. — Como ter calma, Saulo? O celular dela estava com a Liana, o que ela fez com a Aurora? — Perguntei preocupado. — Vamos perguntar para a Bia. — Ela está inconsciente, esqueceu? — Que droga, é verdade! Vamos à polícia denunciar o desaparecimento de Aurora então. — Saulo tentava achar uma solução. Minha cabeça começou a doer de um jeito desesperador, após checar o celular, vi que as últimas conversas que tive por mensagem com a Aurora, foram, na verdade, respondidas por Liana. — E se Liana matou a Aurora? Denise falou e logo uma pontada forte veio em minha cabeça, comecei a ver a casa rodar e senti meu corpo
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— Estou indo para a capital. — Disse, enquanto arrumava minhas coisas. — O quê? Uma hora dessas? — Saulo me repreendia. — Não posso mais perder tempo, Saulo, Aurora pode estar passando por necessidades. — Minha preocupação era toda para ela naquele momento. — Eu sei, cara, mas descansa hoje, esse dia já foi muito cheio, fica com seu filho um pouco. — Você quer que eu fique com o Noah, para você ficar com a Denise, não é mesmo? Um sorrisinho de canto brotou em seus lábios. A cara de Saulo não negava que eu havia pegado-o no flagra. — Também, não vou negar. — Riu — A morena está como um cão de guarda por muito tempo, hoje a noite eu iria comemorar nossa liberdade. — Tudo bem… Além disso, o que eu poderia fazer hoje, não é mesmo? O Noah também precisa de mim, já faz um tempo que não temos um tempinho só para nós. — Pois é, descanse. Amanhã bem cedo irei com você para a capital, iremos buscar a Aurora, nem que tenhamos que revirar todo o país, aliás, e se ela foi para fora
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Eu não sei o que anda acontecendo comigo, se essa maré de azar e sorte é algum sinal divino, mas… Toda vez que penso que minha vida vai se resolver, acontece algo, eu não suporto tanta informação simultaneamente. Após voltar para a fazenda e arrumar nossas malas, pegamos o avião para o sul do país. Atrás desse especialista. Saulo e Denise vieram juntos. Denise como babá e Saulo como amigo. Mesmo dando as férias para Denise, eles insistiram em adiá-la até que a suspeita sobre Noah chegasse ao fim. Gratidão era pouco sobre o que tinha por ele. Meu melhor amigo e irmão do coração, não havia palavras para descrever o que sentia. Já fazia quase um ano que ele estava comigo na fazenda, sem um dia sequer de descanso. Faz um tempo que ele quer levar Denise para conhecer a família, mas toda vez tem adiado por minha causa. Eu seria eternamente grato por tudo que ele me fez. Sentado na poltrona do avião, com meu filho no colo, sentia que a vida me afastava mais da possibilidade de encontrar a
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— Oliver Caetano, não é mesmo?—Um homem se aproximou, estendendo a mão em forma de cumprimento. — Sou o doutor Tácio Duarte, minha secretária disse que o senhor já havia chegado, então vim o mais rápido que pude. — Oh, sim! Muito prazer em conhecê-lo, me perdoe por chegar mais cedo, é porque estou um pouco ansioso. — Sei como se sente Oliver, se quiser, já podemos ir para a minha sala. — Ah, claro, vamos sim! Enquanto acompanhava o médico, ele perguntou. — Você iria entrar na copa? Queria beber alguma coisa? — Beberia algo para passar o tempo. — Ah, não se preocupe, irei pedir que tragam algo. — Passamos pela recepção e o médico falou com a secretária. — Rafaela, por favor, traga um café para mim e para o senhor Oliver. — Prefiro água, obrigado! — E sua acompanhante vai querer algo para beber? Se referiu à Denise. — Não, obrigada, estou bem. — Denise respondeu. Entramos na sala do doutor Tácio, que era um homem muito educado e jovem, devia ter quase a mesma idade que eu. El
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Já faz um tempinho que sentia uma dorzinha na ponta da barriga, mas não queria falar com ninguém, me sentia inchada, e parecia que a qualquer momento eu iria explodir. Havia chegado ao sétimo mês de gestação e pedia que essas crianças ficassem por mais tempo dentro da minha barriga, para que nascessem saudáveis e não precisassem de nenhuma intervenção. Hoje, trabalhei mais cedo, meu horário de entrada agora era às sete e meia, mas cheguei às sete, arrumei a copa e fiquei sentada. A dorzinha ficava indo e vindo e torcia para isso não ser uma contração, pois ainda não estava preparada. Na verdade, nem sei se ficaria uma hora, eu morria de medo do parto e me senti frustrada em saber que iria enfrentar tudo isso sozinha. Havia me decidido que, após os meninos nascerem, iria ligar para Denise, mesmo morrendo de vergonha. Pediria que ela falasse com o Oliver sem que Liana pudesse ouvir, que eu precisava falar e vê-lo pessoalmente, então ele viria e eu apresentaria as crianças. Sei que seri
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