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Os raios de sol entram pela janela de vidro da minha suíte e me fazem fechar os olhos com força para impedir a claridade de me “cegar”. É quarta-feira. Meio da semana. E eu estou morrendo de preguiça de levantar pra dar aula depois da farra de ontem com Robert e... Qual mesmo o nome dela? Ah pouco importa, mas ainda posso ouvir seus gemidos no meu ouvido quando a levei para a água e depois para a areia da praia onde fodemos por várias horas.“Bom dia Miami, 7:00 e vamos trazer a vocês o boletim do trânsito com meu colega Mar...”.Desligo o rádio e me levanto para mais um dia mesmo sem muito ânimo. Estou com uma dor de cabeça horrível graças à bebedeira de ontem. Vou para o banheiro e pego um analgésico em uma das gavetas. Olho-me no espelho e franzo a testa com a minha imagem. Estou um caos. Faço a barba e quando termino, entro na ducha e tomo um banho bem longo para deixar longe a cara horrível de ressaca que eu estou.Após me vestir vou à cozinha e preparo meu café da manhã. Não fiz
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Duas aulas depois, eu saio da Universidade e vou até o lugar marcado. Ela já está lá e sorri quando me vê. Está vestida com uma blusa estilo vestido creme, saltos Jimmy Choo e cheia de acessórios combinando. Robert nunca mediu esforços para dar a ela tudo que quisesse. Pedimos a comida e minutos depois nos é servida. Até agora ninguém falou nada.Quando abro a boca para falar, jogo tudo o que eu vi na sua cara, interrompendo-a antes mesmo que ela dê desculpas esfarrapadas, mas ela se faz de ofendida e impulsos violentos vêm à minha mente por um breve momento. Agredir uma mulher é um erro irreparável, digno apenas dos piores covardes, mas juro que há certos momentos em que algumas... Melhor parar por aqui. Apenas falo a ela sobre minha intenção de contar tudo o que sei ao Robert, exigindo que ela seja ao menos decente e saia da vida dele sem machucá-lo ainda mais do que se machucará, mas a puta apenas ri na minha cara, dizendo que sabe o quanto o Robert a ama.Maldita mulher. Porém é c
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Olho para baixo. O quarto não tem a mesma energia que tinha quando estivesse aqui no início da semana. Claramente ela não está mais aqui. A moça se aproxima de mim e parece querer falar alguma coisa, mas está relutante.— Olha gato, — ela fala afinal — fui eu quem encontrei a Ellen e a trouxe pra cá. Ela praticamente só falava comigo, mas eu não sei dizer por que ela partiu.Olho pra ela e por um minuto sinto inveja por ela ter ficado tanto tempo perto da Ellen e eu não estive aqui para vê-la nem ao menos uma vez.— Hoje de manhã eu falei com ela e ela parecia bem.— Ela nunca mencionou algo que pudesse fazer você suspeitar que ela não quisesse estar aqui? Nada que possa ter dado a entender isso?— Não. Na verdade, — ela franze a testa parecendo estar lembrando-se de alguma coisa — uma vez ela me disse que não era como nós. Não entrou em detalhes e eu não insisti.— O que ela quis dizer? — peço distraído.— Talvez que ela não fosse prostituta. — ela ri, dando de ombros.É. Mas então p
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Já passa das sete da noite quando ligo para Robert na conferência de médicos onde ele está. Ele não atende a primeira chamada então ligo novamente. Mais uma vez sem resposta. Resolvo ligar mais tarde e aproveito pra ligar para Rachel pra me acertar sobre o pagamento referente à Ellen. Inicialmente, ela entende mal minha ligação a uma hora dessas, – Oh céus, quando vou ter uma mulher que não espere nada de mim? – mas logo que eu explico tudo, ela se irrita e nossa conversa é curta. Ela informa que terá a soma total dos gastos da Ellen amanhã e que me ligará de volta.Desligo e tento mais uma vez o Robert. Nenhuma resposta. Acho que estou sendo um incômodo. Ele deve estar bem ocupado e eu aqui enchendo o saco. Estou com tanto tédio. Ainda não são oito da noite e eu não tenho nada pra fazer. Porra é sábado. Eu deveria estar com uma gata ou duas por aí, mas ao invés disso estou em casa morto de tédio e sem a menor vontade de sair, o que é pior. Restrinjo-me a ver televisão ou acessar a int
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— Rob — eu o quebro — eu não sei bem como fazer isso, nem sei se é o certo, mas... — ele para de comer e olha pra mim esperando que eu termine — Eu tenho que te contar uma coisa sobre a Janeth que eu não sei se você...— Pode parar... — ele me corta — Eu já sei de tudo.Franzo a testa e fico mudo. Acho que engoli a língua junto com a comida porque não consigo pronunciar uma palavra. Ele vê minha cara e começa rir, sem entender o motivo de tanta graça começo a rir também.— Qual o motivo do riso Rob? E como assim você sabe de tudo?— Não sou idiota, Nicholas. Eu imaginei algo assim depois daquela nossa noite com aquela sua amiga.— Não entendi.— Você pode ser um canalha com todas as mulheres, mas nunca me puxou pra essa vida. Você nunca me incentivou a trair a Janeth. Nunca. Nenhuma vez, e naquele dia você estava me jogando pra cima daquela mulher. — ele volta a comer — Aí eu suspeitei de tudo e comecei a ir atrás. E como diz o ditado, quem procura acha.— Mas eu poderia estar te jogan
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— Ellen? Ellen? — a chamo e ela abre os olhos — O que aconteceu com você?Ela olha para mim parecendo não me reconhecer de início então começa a balbuciar coisas que eu não entendo.— Ellen eu não te entendo.— Nicho... — ela fecha os olhos completamente.— Ellen? Ellen? — ela não responde. Pego meu celular e disco o número de Robert. Ele atende no terceiro toque.— Oi Nick.—Robert, preciso de você na minha casa. Em quanto tempo você pode chegar?— Aconteceu alguma coisa com você? — preocupação está clara na sua voz.— Não é nada comigo.— Então... — ele relaxa com um suspiro —... Amigo eu estou um pouquinho ocupado agora, mas farei o possível pra chegar em uma hora.Ótimo. O novo Robert deve estar com alguma de suas novas amiguinhas. Eu tenho que levar Ellen para um médico, mas não a levarei a um hospital até que Robert diga que ela precisa.— Está certo Rob. — aceito sua “oferta” — Só... venha ok.Desligo.Olho para Ellen e ela parece dormir serenamente embora sua testa tenha um v
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— Meu Deus, você só pode estar querendo me matar. — digo me sentando na cama. — Eu poderia ter um ataque cardíaco agora mesmo.— Imagina qual não foi a minha surpresa ao acordar em um lugar estranho ao lado de um cara estranho. — ela sorri — Mas acho que o seu rosto lindo diminuiu o impacto das coisas.— Eu encontrei você jogada na rua e toda machucada ontem. — digo colocando os pés pra fora da cama e esfregando o rosto — Não tive escolha e te trouxe pra cá.— Se eu estava tão mal assim porque não me levou a um hospital? Ou você achou que eu seria uma espécie evolutiva com poder auto curativo?Ela é fantástica. Atrevida mesmo. Sorrio com sua ousadia.— Não te levei a um hospital porque não confio muito na medicina de qualquer um com um diploma. E não acho que deveria aceitar suas brincadeiras sem que me diga como e porque foi parar naquele beco.Seu sorriso some um instante e então ela o abre de novo.— Bom, então acho que não vou mais brincar com você.Balanço a cabeça na sua direção
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Desço e encontro Rob examinando Ellen no sofá da sala. Os botões da minha camisa que ela está usando estão abertos e eu tenho um vislumbre do seu corpo só de calcinha e sutiã. Parcialmente nua dessa forma, seus hematomas estão mais à vista. Escuto Robert perguntar sobre seus ferimentos, mas ela não responde. O que pode ter acontecido com ela desta vez? De repente me vejo esmurrar a parede ao meu lado. Os dois olham pra mim surpresos e dou de ombros sorrindo pra disfarçar.— O que deu em você? — Rob pergunta com um sorriso malicioso — Onde você estava?— Ele estava fazendo uma ligação. — responde Ellen.— Exatamente. — confirmo.— É mesmo? Porque Ellen me disse que você estava no banheiro.— Dá um tempo, Robert. — Mas que porra. Ele quer me desmascarar?— É, doutor. Ele teve um problema médico antes de fazer a ligação, por isso ele estava no banheiro quando você chegou.Posso até ter enganado a Ellen, mas dado a roupa que ela está usando, minha demora em descer, meus relatos sobre já t
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Eu me abaixo e ela pula no meu pescoço quase me sufocando. Liv é uma garotinha de oito anos muito esperta. Há dois, foi diagnosticada com paralisia cerebral e desde então, começou a ser atendida aqui, já que sua família não tem condições de procurar um profissional particular.— Oi Liv. — digo afastando-a um pouco para poder olhar no seu rosto — Como você está hoje, pequena?— Bem, tio Nick. — ela responde sorridente. Observo que ela tem uma pequena ferida nos dois cotovelos.— O que houve com você Liv? Por que está machucada?— Foi aquele menino chato que me derrubou do balanço. — diz ela cruzando os bracinhos emburrada e eu logo sei que ela se refere ao Matthew.— Você e o Matt brigaram de novo? O que eu já falei sobre isso?— Ele é muito chato, tio Nick. Eu estava brincando no balanço e aí ele pediu pra brincar também, mas eu não deixei. Depois ele me derrubou.— E por que você não deixou ele brincar um pouquinho também? Você sabe que deve compartilhar.— Por que eu ainda não tinha
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— Caramba, Nicholas, isso é roupa demais. — diz Ellen quando saímos da Zara repletos de sacolas — Não acho que tenho muitos lugares onde usar tudo isso.— Agora não, talvez, mas logo terá. — coloco as sacolas no porta-malas — Quando começar a trabalhar e a fazer o que quer que você veio fazer aqui em Miami.Ela me olha com o cenho franzido. Eu sorrio.— Ora, esqueceu que você me disse que tinha um propósito a cumprir quando resolveu vir para Miami?— Você levou a sério?— Claro. Tudo o que você fala eu levo a sério.Entramos no carro e voltamos para a minha casa. Passa das seis da tarde quando chegamos a Miami Beach. Estaciono a minha BMW Z4 preta ao lado dos meus outros veículos e vejo como ela olha embasbacada pra eles. Acho que em termos de meios de transportes estou bem abastecido. Créditos devidos ao meu avô Oliver. Se não fosse por ele e se dependesse do meu pai, eu estaria morando nas ruas com nem mesmo uma bicicleta para me locomover.— Uau. — Ellen assobia alto quando saímos
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