HARRY RADCLIFFE As primeiras luzes do amanhecer começaram a penetrar pelas cortinas, pintando o quarto com tons suaves de cinza e azul-escuro. Eu estava deitado na minha cama, olhando para o teto como se as respostas para todas as minhas perguntas estivessem escritas lá. Mas, é claro, elas não estavam. A minha mente estava turva, os meus pensamentos pareciam confusos e distantes. O porta-retratos partido, que estava sobre o criado-mudo ao lado da cama, atraía a minha atenção em intervalos regulares, como um imã puxando os meus pensamentos para o passado doloroso. A imagem da minha mãe e Íris, agora fragmentada e incompleta, parecia ser um reflexo da minha própria vida. O retrato, agora reduzido a cacos, era um lembrete constante do que eu havia perdido, da tragédia que havia se abatido sobre a minha família por culpa de Herodes. Eu não tinha sido capaz de consertá-lo, e a ideia de substituí-lo parecia quase insultante. Enquanto eu observava os primeiros raios de sol iluminand
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