Catarina Espero o início da tarde, quando o quarto costuma ficar vazio, sem médicos nem enfermeiras perambulando por ele. Tiro os acessos do meu braço, com cuidado, pego a roupa que o canalha deixou aqui e sigo, confiante, fingindo ser uma simples visitante do hospital. Não encaro ninguém nos olhos e não vacilo, em nenhum momento, para não dar chance de ser interpelada. Quando dou o primeiro passo para fora do hospital, volto a respirar, sentindo um alívio me inundar. Pego um táxi e peço que ele me espere na esquina daquele antro que, até hoje, foi a minha casa. Depois de ter certeza de que o lugar está vazio, pego a chave sobressalente, escondida embaixo do capacho, e entro para procurar a minha bolsa. Reúno os meus documentos, faço uma mala com as roupas essenciais e resgato as minhas economias escondidas no pote de farinha. Volto apressada para o carro e sigo direto para a rodoviária. Não encontro uma passagem direta para B
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