— Meu tio costumava me trancar no quarto e não me deixava sair sem suas ordens, ele dizia que eu era o fruto da desgraça, que eu jamais deveria ter nascido, aquele olhar de desprezo e nojo jamais saíram da minha mente, ele me batia todos os dias, me espancava. — Ela fica em silêncio remoendo o passado em sua mente. Já não aguento mais ouvir aquilo, quero acabar com Philipe o mais rápido possível. Cerro os punhos tentando conter a raiva que cresce dentro do meu peito. Vejo as lágrimas escorrerem por sua pele macia e rubra, me levanto e me sento na cama ao seu lado, envolvo meus braços envolta do seu pequeno corpo puxando-a para mim em um abraço protetor e encosto sua cabeça em meu peito acariciando os seus cabelos suavemente. — Já chega, tudo bem, não precisa dizer mais nada, eu estou aqui agora e não vou deixá-lo fazer nada com você. — Afago os seus cabelos beijando sua cabeça. — Eu preciso terminar de contar — diz entre lagrimas.
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