Todos os capítulos do Tâmisa Vermelho - Manipulação e Poder: Capítulo 11 - Capítulo 20
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Capítulo VIII
Quando por fim chegaram ao quarto, Simon e Robert foram deixados a sós pelos guardas que saíram assim que acomodaram seus pertences no aposento. A pedido de Simon, Robert dormiria com ele, o que deixou o menino feliz, já que detestava a ideia de se afastar do irmão. Robert havia mudado muito depois da morte dos pais; não dormia sozinho, temia sempre que fosse deixado, o que se ampliou após o desaparecimento da irmã. Simon era o mais velho e desde muito jovem ajudava os pais a cuidar dos irmãos, forçando-o a trabalhar desde seus onze anos. Ele não reclamava. Simon sabia que fazia o certo e faria mais, se significasse trazer alegria a seus pais. No entanto, a repentina doença que os assolou trouxe ao rapaz uma carga de responsabilidade maior do que ele poderia suportar. Seu trabalho já não era o suficiente para ajudar os pais, que aos poucos foram ficando debilitados. Simon chegou a se privar de fome, para que não faltasse o pedaço de pão d
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Capítulo IX
Charlotte seguiu ao salão do trono onde acompanhou a rainha Caterina, que ficou sentada enquanto observava a mais nova rodeada pelas damas. Ela sentia a hostilidade de Caterina desde que se casou com o rei George, durante a primavera de seus 10 anos, em uma das viagens à corte que Charlotte fazia periodicamente em momentos importantes. Naquele tempo entendeu que, Caterina, não era uma mulher calma, gentil e humilde como diziam. No entanto ela era uma de Médici e era respeitada graças à riqueza, fama e poder de sua família. Charlotte sorria cordialmente, enquanto ouvia os nobres conversarem e bajularem a rainha inglesa. Todos a respeitavam à mesma medida que ao rei e por tal motivo, Charlotte não ousava causar conflitos, mesmo que ela não representasse nada para Henry como família. Caterina, percebendo o silêncio apático da rainha da Escócia, lançou-lhe um sorriso ensaiado e estendeu-lhe
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Henry
Henry sabia que não estava agindo corretamente e embora tivesse plena consciência disso, seu corpo ignorava sua razão e fazia o que sua emoção mandava. Ele não se importava no que ela sentiria se o visse, ele só queria dar o troco e fingir, por um momento, que não estava com ciúmes. Somente por aqueles instantes ele queria sentir que não estava ligado a ela e que não estava incomodado, talvez este sentimento o convencesse de que realmente nunca sentiu nada por ela e que estava tudo bem apenas seguir em frente. Ver Charlotte em meio aos campos, cavalgando ao lado de Charles fez com que Henry tivesse seu coração esmagado entre os dedos da jovem monarca. Talvez uma reação um pouco exagerada para alguns, mas para ele era como perder seu bem mais precioso para seu arquirrival. Charlotte não era um objeto, ele sabia disso, mais que isso ele a via como o ser humano mais importante em todos aqu
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Capítulo X
O latido do cão ecoava por toda a rua, misturando-se ao som da água, correndo pelos esgotos da cidade. Os cavalos cavalgavam com cuidado, causando o tilintar de correntes e armaduras que trajavam, além do som das ferraduras chocando-se contra as pedras da rua. George observava à bela tarde de Londres através da pequena brecha na janela da carruagem que se assemelhava a uma caixa com teto oval e ornamentos dourados por sua extensão. Os poucos cidadãos que ainda circulavam pela rua, pareciam apáticos e silenciosos, apenas pequenos cochichos preenchiam os ouvidos do rei, que abriu a cortinam de veludo azul com confusão estampada em seu rosto. — O que há de errado com as pessoas, Finley? — questionou rei George, recostando-se na poltrona estofada. — Bom, vossa majestade deve saber dos constantes desaparecimentos de jovens pela cidade. O p
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Capítulo XI
Do lado de dentro, George sentia-se ainda mais nervoso. Seus passos, pesados e apressados, ecoavam pela abadia conforme o monarca cruzava os arcos e portas. Após cruzar a pequena passagem, que ficava atrás do velho quadro no salão atrás do altar, George desceu um lance de escadas, que se cruzavam umas com as outras de cima à baixo, formando um conjunto de labirintos com degraus que ainda lhe causavam tontura. Apoiou-se na parede, descendo devagar à medida que analisava as palavras corretas à discursar aos nobres. Não podia ser rude, de forma alguma, e teria de ser sucinto é claro, caso contrário, de que forma os convenceria? "Talvez fosse necessário oferecer-lhes algo como da última vez?" pensou, parando por um momento próximo à janela de vitrais que iluminava o estreito lance de escadas. Conforme descia, George mergulhava-se ainda mais em seus pensamentos, a ponto de
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Capítulo XII
Após duas horas agarrado aos livros, Simon finalmente havia pedido comida. Robert não havia se controlado e pedira tudo o que tivera direito; frango assado, purê de batatas, legumes, frutas, suco e torta. Ambos comiam com tranquilidade, o sol morno tocando os pés descalços dos dois. Robert estava em um embate incessante junto ao irmão sobre de que forma pediriam ajuda aos reis para encontrarem sua irmã, afinal era para isso que estavam ali. Mas, Simon sentia-se inseguro sobre quanto tempo conseguiria manter a farsa até que finalmente fossem descobertos. — Vamos pedir ajuda, mas, se em um mês eles não a encontrarem, nós vamos embora e continuamos a procurar por nós mesmos, combinado? — questiona Simon. — Combinado! Mas, você precisa pedir agora Simon, ela pode estar precisando da nossa ajuda... — Robert explica melancolicamente, enquan
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Capítulo XIII
A porta abriu-se lentamente, rangia pouco, mas o som havia ecoado pelas paredes do palácio quase inabitado. Podia-se ouvir até mesmo os passos cuidadosos da esguia criada que caminhava até Charlotte com a bandeja tremulando em suas mãos. A jovem rainha curvou seus lábios em um leve sorriso, percebendo os olhos pequenos e assustados sob a franja desarrumada da jovem. Caterina, que estava sentada no sofá oposto ao de Charlotte, apenas respirou profundamente, continuando a fitar a mobília cuidadosamente. — Vossa graça estará aqui em breve, senhora. — disse a jovem, colocando a bandeja sobre a mesinha a frente de Charlotte. — Muito obrigada... Qual é o seu nome? — Ma-matilde, senhora! A seu dispor! — curvou-se. — Acalme-se, não precis
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Capítulo XIV
"Não nego que no início fiquei surpresa com sua atitude, me defender daquela forma foi a coisa mais doce e romântica que ele já havia feito. Me emociono, mesmo sabendo de suas reais intenções; postura política, não de um noivo apaixonado que defende sua amada. Ao menos contento-me em saber que posso me sentir segura em relação à Inglaterra... Por enquanto." — Charlotte. O som das risadas eram audíveis mesmo fora do salão da corte. "Bando de urubus" pensou Charlotte consigo mesma. Caminhou devagar, afinal não tinha pressa em se juntar à corja fofoqueira que se formava ali todas as manhãs, mas, teria de ir para fazer seu desjejum e mostrar-se aos nobres que um dia seriam seus súditos. Seu poder provinha deles, portanto, não poderia ignorá-los. — Majestade, bom dia — murmurou dois nobres à esquerda, próximos a um castiçal d
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Capítulo XV
Quando se aproximou da porta do salão, pode ouvir o som alto, e quase ensurdecedor, da melodia da sinfonia que tocava durante o baile. A porta foi aberta assim que ela consentiu, fazendo com que num instante a música fosse diminuída. Charlotte dispensava apresentações, mas foi anunciada assim que pisou no ladrilho polido do salão. Tudo estava perfeitamente decorado, como em um grande espetáculo de teatro, mas nada estava mais deslumbrante do que o sorriso delineando os lábios da escocesa. A cada passo que dava conseguia mais atenção e todos aqueles olhos sobre ela a energizaram da mesma forma que a melodia crescente. O arrepio em sua pele era, de certa forma, uma sensação agradável, mas nada a fez sentir-se mais satisfeita do que ver o olhar hipnotizado de Henry poucos passos à frente. — ...Incrivelmente linda, sem dúvidas... — murmurou um dos nobres.

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Capítulo XVI
"Naquela época da nossa infância, podia ver, quase que como uma parte de minha rotina, Charlotte correr pelos jardins atrás das freiras, como se aquela fosse a melhor das brincadeiras para ela, o único momento em que a via rir tão intensamente. Uma das freiras, a que sempre a acompanhava, chamava-a, com extrema frequência, de 'pequeno raio de luz', por conta de sua energia, alegria e personalidade. Hoje, Charlie continua sendo a mesma 'pequeno raio de luz' de sempre, somente aumentou um pouco sua intensidade." — Henry, março de 1648.   Henry sabia que naquele momento não seria prudente agir sem pensar. O que faria naquela situação? Para começar, pensou em partir para cima do Conde e lhe dar socos incansáveis até esvair-se de toda a sua raiva, mas estava decidido a não iniciar uma instabilidade maior para com a Espan
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