Olho sem ânimo a paisagem pelo vidro do carro. O banco está frio, acomodando minhas pernas no meio gelado na parte onde o vestido já não as pode cobrir. Talvez esteja assim pelo facto de ter ficado muito tempo sem o calor confortante e familiar de seu dono, que foi cruelmente roubado por mim. Sigo pela estrada, tentado me focar na música que vem do rádio local, mas meus pensamentos me levam na maioria das vezes para outro lugar distante. Olhando para o retrovisor, avisto o carro da minha mãe me seguindo. A casa do Dylan ficava um pouco distante da cidade, demoraríamos a chegar. Me remexo no acento nada confortável, é estranho estar no carro gelado com cheiro de menta que se funde com o perfume amadeirado sem o dono do mesmo. Sem ter ninguém para olhar ou sem puder observar como o rosto de Dylan fica sereno e angelical quando ele dirige, nesse momento ele não chega a parecer o próprio caos, indecifrável e mentiroso que ele é. Depois de
Ler mais