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24. Continuação
Um silêncio caiu sobre nós enquanto eu abaixava para acariciar Mel. Embora tivesse tudo para configurar um momento estranho e não havia sido desconfortável. Cláudio observava as estrelas (mais do que nunca visíveis sobre uma cidade escura) Guga continuavam com o olhar ligeiramente perdido e eu brincava com as orelhas de Mel que estava adorando. Mesmo não gostando do silêncio a brisa era leve e a noite tranquila e eu quase, quase me atrevia a fingir que não haviam zumbis andando logo na rua ao lado.Você já está se sentindo bem? Guga perguntou atraindo a minha atenção.Mandei Mel deitar se e me dirigi para o corrimão contrário ao que Cláudio estava do outro lado da pequena escada que dava para o jardim. Ergui me com os braços sentindo um pouco de de
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24. continuação
E mesmo com todo o meu conhecimento semienciclopédico deste tipo de atitude estava funcionando em mim. Eu sabia que seu sorriso deixará de ser somente gentil há algum tempo e agora se tornava aliciador. Apesar de tudo eu não me achava particularmente boa nesse jogo de flerte. Sentia que meu coração batia cada vez mais forte o suficiente para me convencer a descer do corrimão. Meu rosto estava perceptivelmente vermelho e eu não estava confiante para manter o contato visual com ele. E conseguia ver de canto de olho como seu sorriso mantinha se confiante diante dessa realização. Já ao lado de Guga nossas alturas quase parecidas mexi na minha franja de maneira despretensiosa tendo ciência de que aquele movimento não era nem um pouco discreto diante do avanço dele. Pela primeira vez em dias incomodei me com o fato de que a minha aparência n&ati
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25. Capítulo
Aquela manhã parecia quase um lapso do que era a vida normal. Claro com pessoas que em outras circunstâncias nunca estariam em minha casa, mas dessa vez me permiti sentir o doce gosto da ilusão de que o mundo não caminhará para seu fim.Quando acordei desfrutei de uma café da manhã que me lembrava meus tempos de crianças quando viajava para o interior com a minha avó a fim de visitar sua família. Sempre havia uma mesa cheia de comida não porque havia particular fartura, mas sim para alimentar a todos os meus parentes. Aos finais de semana fazíamos um enorme café da manhã na casa onde a minha bisavó morava onde todos os tios e primos reuniam se para confraternizar.Novamente aquele café da manhã nada mais era do que uma lembrança ilusória, mas suficiente para acalentar meu coração. Não estávamos diante de nenhuma
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25. Continuação
Coloquei mais duas ameixas no cesto de vime que usávamos como fruteira e limpei o suor da testa com as costas da mão. O sol de abril estava implacável e sinalizei com a cabeça para a sombra onde Mel estava, a fim de conversamos lá. Elton me seguiu. Mel imediatamente veio tentar filar mais uma ameixa, mas afastei o seu focinho da cesta.Cachorro guloso! Sentei-me sob a sombra e Elton sentou ao meu lado, chamando Mel para que pudesse fazer carinho nela. Não consegui segurar um sorriso. Que bom que ela gostou de todos vocês.Elton brincava com as orelhas do Pastor a sua frente, mas agora o seu rosto não parecia particularmente alegre, somente enevoado. Na verdade aquele tipo de expressão não era nada nova em seu rosto, porém na atual situação em que ele viera até mim para conv
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25. Continuação
Vi que Guga se movimentou, aproximando-se de nós. Mel também havia ficado em pé, visivelmente apreensiva, sem entender se eu estava ou não em perigo. Ignorei ambos.Qual é a minha diferença da Mayara? Da Valentina? Da Anny? Só porque eu, movida por um impulso que nem mesmo sei o que foi, peguei nessa merda de barra de ferro e acertei a cabeça de um zumbi antes delas você acha que eu estou preparada? Que eu genuinamente tenho mais chances de sair viva daqui? Porque eu acho que não. Eu acho que não porque há menos de cinco dias eu estava certa de que poderia pegar a arma do Elton e atirar na minha própria cabeça. Enquanto isso a Mayara, uma pessoa não preparada me manteve a salvo, matou a própria amiga para nos proteger e não hesitou quando encontrou uma dificuldade? Me enfiei n
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26. Capítulo
Ah não! Falei alto, fazendo das orelhas de Mel levantarem. Estávamos sentadas no piso da parte de trás da minha casa. Ela ficou apreensiva com a minha voz os olhos grudados em mim.Eu não aguento mais essa barriguinha tão gostosa! Agarrei minha cachorra com força puxando-a para o meu colo. Entendendo que não era uma repreensão, mas que eu somente queria brincar, Mel deitou-se com a barriga para cima, desajeitadamente. Seu rabo balançava com força. Eu vou ter que fazer cosquinha nessa barriguinha. Minha voz soava idiota e eu passava as unhas de leve na barriga de Mel, fazendo sua pata bater com força. Eu vou ter que comer essa cachorrinha inteira! Aproximei o rosto de sua barriga, fazendo um som alto de “nhom nhom nhom” enquanto continuava a cosquinha.Completamente doida, Mel se remexeu violentamente no meu colo se
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26. Continuação
Por isso foi fácil não hesitar quando abracei a segunda ideia que me apareceu, sentindo genuíno prazer por ter de recorrer a ela. Fechei o meu punho, cravando as unhas em minha pele para ajudar a suportar o ódio. Trouxe o meu braço para trás da melhor maneira que pude disparei-o para frente com força, sentido o contato macio com a sua pele, afundando-a na altura do estômago. Nem batendo em zumbis eu estava usando tanta força. Uma lufada de ar entrou na minha boca conforme o mesmo ar escapava de seus pulmões. Cláudio fraquejou, finalmente me libertando do peso do seu corpo. Levou suas duas mãos para barriga e curvou o corpo, arfando em choque.Qual é o seu problema?! Vomitei as palavras com desprezo, ainda sem conseguir acreditar plenamente no que acontecerá. Limpei minha boca com as costas do braço, tentando afastar qualquer resquício del
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27. Capítulo
Assim que terminamos de jantar o risoto feito com resto de legumes e vegetais que já começavam a ficar velhos, coloquei-me de pé chamando atenção de todos. Estávamos distribuídos pela mesa de jantar (pequena demais para todos) e os sofás da sala, iluminados pelas fracas luzes de velas, um mormurinho baixo sendo nosso único som. Guga e Cláudio ergueram os olhos para mim, ciente do meu objetivo. Nem ao menos troquei olhares com Cláudio, ainda rancorosa do que aconteceu naquela tarde.Er, oi... iniciei, subitamente sentindo a pressão cai sobre mim. Era um assunto difícil de ser introduzido, embora necessário. Desculpa incomodar, gente, mas tem algo que acho que precisamos conversar. Aqueles que ainda comiam não baixaram seus garfos. Valentina e Mayara já me olhavam, ten
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27. Continuação
Bom, é claro que ir de carro seria melhor opção, mas também chamaram a atenção, pelo menos dentro das cidades, né? Mudei o rumo da conversa. Não precisamos decidir isso agora, se chegarmos em um consenso de que devemos sair daqui logo. Cláudio, para minha surpresa, continuou falando. Eu sei que é arriscado, mas nós já nos viramos bem nas ruas, pelo menos o suficiente para chegar até aqui. Evitando as partes mais habitadas, nos movendo com cautela, conseguimos pelo menos nos afastar o suficiente da cidade... algum bairro mais afastado, talvez no condomínio... Chegando lá, nos estabelecendo podemos decidir o que fazer. Não que eu quisesse admitir, mas Cláudio parecia estranhamente mais calmo Eu não esperava nenhum pedido de desculpa vindo dele, somente o fato de não se aproximar de mim sendo suficiente para q
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28. Capítulo
Os dias que seguiram passaram-se tão rápido que sem que eu sequer percebesse, já estávamos no que Valentina acreditava ser, o dia 10 de Abril (agora que a bateria do seu celular já havia acabado completamente Estava contando os dias com calendário). Os últimos dias haviam sido agitados graças a preparação para irmos embora. Foi preciso que saíssemos para buscar suprimentos com mais frequência; tanto para que pudéssemos correr comer nesses últimos dias quanto para encontrar o que fosse adequado para levar na viagem.Uma das pessoas designadas para esta tarefa fora, claro, eu. Então depois de muito tempo me envie novamente na linha de frente, com a foice afiada na morte da morte do pescoço. Embora tenham sido viagens rápida pelas casas do quarteirão, a incerteza e o medo sempre caminhavam ao meu lado, lembrando de faze-se
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