Saulo estava um bagaço. Na verdade, sendo sincero consigo mesmo, talvez esse nem fosse o termo correto. Uma palavra mais chula, quem sabe ofensiva para ouvidos alheios, poderia muito bem caracterizar suas emoções desde seu último encontro com Daisy.A pesquisadora o evitava; ele, por sua vez, fazia o mesmo com a mãe, depois de uma terrível discussão; o trabalho parecia brotar como erva-daninha; e, para ajudar, ainda existia a incerteza sobre ter se apoderado do dom.— Será que fiz tudo isso por nada? — ele se perguntou.Era óbvio que ele poderia usar o seu cargo como desculpa e chamar a pesquisadora até sua sala, e esse pensamento lhe veio à mente em diversos momentos. Entretanto, lá fundo, Saulo ainda possuía um pouco de racionalidade. Como diziam os mais velhos, se ele errasse uma vez, poderia justificar como “sou humano”, mas, uma segunda vez...<
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