Chegou no Engenho Velho, era noite escura. Parou na entrada do bairro e tomou duas cervejas, sentiu que não estava pronto para encarar o pai novamente, com as duas, tomou mais duas. E mais duas e, por fim, mais uma. Com as sete cervejas filtrando seus ânimos continuou. Para ele, quanto mais tarde melhor seria para não ver alguém conhecido. Seus amigos de infância alcançaram, no máximo, sua adolescência, as chances de vê-los era mínima. Ele guardava esse temor de ver Neto, um dos provocadores da Polícia do Exército, que havia se engajado no próprio Exército brasileiro e era oficial. Certamente “nem lembrava de Brotas, quanto mais Engenho Velho”, pensava. Mas o medo era o combustível de Edvaldo, seu ego, sua armadura furada por onde escoava a bebida. Também não desejava ver Salustiano e quando chegou em casa, sabia que apenas Jerusa estava acordada. Quando entrou, evitou beijá-la ou abraçá-la, mas, mesmo com certa distância, sentiu seu hálito alcoolizado. Ele perguntou
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