"Já matei alguns sentimentos, mas foi em legítima defesa."
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Estou em um lugar meio sem cor. Caminho por um campo que creio ser de alguma mansão. — De repente meu coração acelera, custo a perceber, mas estou correndo.
— Não, não, não. — Grito em negação.
O estranho é que não sou eu quem estou falando, mas ouço a voz em um alto-falante, não, é como se eu estivesse dentro de uma sala com uma acústica elevada.
A verdade é que sabia onde estava, qual era a data de hoje e exatamente o que aconteceria. Me encontrava preso dentro do meu eu do passado, notei enxergar através dos olhos como um hospedeiro ou um espírito possuído em um corpo, mas era só isso, não tinha o controle de nada.
Como gostaria de voltar no tempo e ajudar meu amigo a impedir aquela tragédia que ficara marcada em nossas mentes para todo sempre.
Avistei um homem e corri até ele para pedir ajuda. Ao tocar em seu braço o mesmo imediatamente virou fumaça e uma névoa me cobriu. Em pouco tempo a cena mudou de foco como em um filme péssimo onde as câmeras se deslocam sem sentido algum. Estou de volta ao campo. Encaro minhas mãos que estão sujas de sangue, fecho meus olhos e sinto um peso sobre elas como se estivessem amparando alguém. Meu coração me traía, deixei de senti-lo em meu peito porque o mesmo agora estava em minha garganta e o pânico me consumia por completo. Sabia o que segurava, porém, não queria rever essa cena novamente e que atualmente me faz visitas anuais, marcadas pelo dia fatídico. Sempre na data do aniversário da Lis, habitualmente, o mesmo sonho. Lutei com meu subconsciente para me acordar desse pesadelo e em um movimento lento percebi a cabeça indo ao encontro do que eu não queria ver.
— Por favor! — grito para mim — Não olhe para ela.
Tentei o inevitável, mas já era tarde demais, os meus olhos encaravam o corpo da minha irmã caçula sem vida. — Morgan — Meu eu do passado, olha mais adiante e visualiza o Baby ainda menino com a Elise nos braços. De repente, estou fora de mim ainda jovem, observando o local de cima com a cena de quatro corpos próximos um do outro. Meu tio, Izadora, Lis e a minha irmã, todos mortos. Entretanto, a minha dor aumenta incessantemente quando vejo Oli, limpando o sangue das suas mãos desesperadamente.
— Ele fez tudo que podia. — balbuciei — E eu? Fui o covarde que saiu correndo abandonando tudo de mais importante que tinha na minha vida!
Minha família.
Um vento forte sopra me levando para longe, meu corpo entra em um tornado que me transporta ao centro dele a toda velocidade me erguendo para o alto, assim que me vi fora do mesmo acreditei que veria o sol como nos filmes. Hm, vi três caixões sendo sepultados. Foi breve e a imagem ainda mais curta do que os cinco segundos que o YouTube te obriga a assistir às porcarias das propagandas. Pisquei e fui sugado pelo mesmo moinho de vento que dessa vez me levava ao encontro do chão e como em um pesadelo perverso acordei me debatendo na cama.
— Porra! — berrei me sentando. Respiro fundo tentando alinhar meus pensamentos — outra vez — Suspiro sentindo a brisa que vinha da janela arrepiando minha pele úmida.
Permiti meu corpo colidir contra a cama molhada de suor. Encaro o teto e reconheço o lugar. Não demora muito mamãe invade o quarto extremamente angustiada.
— Mons, filho! — a mulher nova demais para idade que tem alisa meu rosto — Novamente né, meu príncipe?
— Essa porra mãe, toda vez a mesma coisa! — choramingando sendo bajulado por ela — Como cheguei aqui?
Pergunto, já que não faço ideia de como consegui chegar em sua casa.
— Você tem a chave meu filho, acordei com seus gritos e vim para cá correndo e pelo seu cheiro vejo que bebeu, como sempre. — O tom de voz muda para um rosnado e logo uma mão pequena vai direto para minha cabeça.
— Onde se encontra aquela mãe amorosa de um minuto atrás Brienna? — a questiono já que está me batendo — Para mãe, por favor.
— Me chame por meu nome novamente que quebrarei seus dentes. — me ameaça — Brienna, onde já se viu? Tenha mais respeito.
Exasperada se levanta e sai apressada.
— Será que todas as mães são assim? Enfim, vou tomar um banho. — Me levanto e caminho em direção ao banheiro do meu antigo quarto.
Debaixo da água morna tento relaxar meus músculos tensos.
— Mais um ano que vivenciei a cena mais triste da minha vida.
Após um banho rápido coloco uma calça e decido pernoitar na minha mãe. Sinto o cheiro do café e como em um desenho animado dos anos 90 fui puxado pelo aroma da bebida que muito em breve estará descendo por minha garganta. Assim que chego à cozinha imensa da minha mãe encontro a mulher chorando com uma xícara entre os dedos. Brienna é muito jovem para a idade que tem e com seus cabelos negros por alguma tinta que usa para camuflar os fios brancos tem uma aparência muito jovial, branca de olhos negros e fios longos, quem não sabe sua idade a colocaria na faixa dos 50. Caminho para perto dela me sentindo culpado, já que foi por minha causa que ainda está acordada.
— Desculpa mãe, não quis te acordar. — sentindo-me culpado beijo seus cabelos cheirosos — Me perdoa.
— Tudo bem, colocarei um pouco de café para você. — levanta para me servir e não demora nada já estamos bebendo nosso café às 03:00 AM — Mons pare de beber meu filho, por favor.
— Eu não bebo mãe. — Confesso.
Estou falando a verdade, o único dia que faço isso é hoje, o dia de falecimento da Morgan e das meninas. Provo da bebida quente e exageradamente forte.
— Mãe, sem açúcar! — Exclamo já que está muito amargo.
— Bebe tudo se não já sabe. — sou ameaçado — Hoje tenho uma audiência muito importante.
— Amanhã estarei de volta a Bagram. — comento vendo sua cara de preocupação — Mãe essa é a última.
— Eu sei, Antoni me falou. — encolhendo os ombros desabafa — Jantamos ontem e comentou que já estava se aposentado. Filho. — faz uma pausa em seguida segura minha mão — Vamos voltar para casa, sinto falta dos meus meninos, sou a única figura materna que eles têm e o Baby. — respira fundo fazendo uma careta lembrando do meu primo — Esse, vive se metendo em problemas e precisa de mim por perto, já que é o pior de todos vocês.
— Não quero voltar para a Suíça, mas você pode ir. E-er você está saindo com meu general mamãe? — Tento sondar.
— Não saio de Nova York sem você. — afirma — Ficaremos aqui juntos então.
Dou-lhe um beijo na bochecha e procuro algo para comer. Faço um lanche e volto a dormir, ficarei com ela até minha viagem de amanhã.
"As grandes surpresas da vida estão escondidas onde a gente menos espera."━─━────༺༻────━─━Sou o Major de artilharia das forças especiais, Monspie Villin. Aí você se pergunta: lá vem a apresentação do personagem parecido com entrevista de emprego. Não é bem assim não. Enfim, seguiremos com os relatos de como conheci a pessoa mais importante da minha vida. Senta aí, fica de pé, deita, leia andando ou conduza a leitura como quiser. A escolha é exclusivamente sua, só preciso que me siga nesta viajem direto do túnel do tempo. Voltaremos há cinco anos. Agora respire profundamente e acompanhe a minha estória.Como falei ali em cima, sou o Major de artilharia líder das operações especiais do 2.º Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.(...)9 de fevereiro de 2018.Hoje levarei uma pequena equipe de três homens em uma missão especial ao abate a um líder de uma milícia xiita controlada pelos iranianos que lutam ao lado do exército árabe da Síria. Eles são os mercenários que dão apoio a
"Repare, a vida sempre cobra pelos seus atos, e não é à prestação, é a vista. A Vida cobra e a gente tem que crescer."━─━────༺༻────━─━Durante o curto caminho até a sala de controle me recordo que o General me deve um favor e chegou a hora de cobrar. Seguro o telefone e levo ao ouvido.— Major Villin. — Me apresento.— Sua mãe disse que vai me matar se não tiver notícias suas Monspie. — aflito me questiona — Está tudo bem mesmo com você? É que o Cabo Dante estava bem nervoso na ligação e deu a intender estar escondendo algo importante.— Você está saindo com minha mãe? É sério isso General?! — o questiono ponderando minha raiva — Responde! — Esbravejo.— Somos adultos Monspie. — declara como se isso fosse amenizar minha raiva — Me diga quais são os seus planos e desde já meus sentimentos, sei que os Soldados Jard e Raink eram seus amigos.— Estou bem. Volto pela manhã e obrigado. — respiro exageradamente — Tenho que cobrar um favorzinho, que um certo alguém está me devendo. — Resolvo
"Quem teme ser vencido tem a certeza da derrota"━─━────༺༻────━─━Nova York – quarta-feira | 2019.O barulho insistente do despertador invade meu subconsciente com aquela musiquinha infernal. Desperto sabendo que já estava na hora de ir trabalhar.— Não sei para que faço essa merda, tenho dinheiro e muito, na verdade. — me sento na cama, respiro fundo e decido levantar de uma vez caso contrário irei me atrasar e meu Tenente vai ficar de piadinha durante o dia inteiro — Não quero isso nem de brincadeira.Vou para o banho realizar minhas higienes matinais e sem demora estou pronto. Desço para a garagem e entro no meu carro que é muito caro para um agente do FBI. Um dos privilégios de ser rico. Hum! — só trabalho para não ser consumido por minha consciência negativa — Coloco uma música e sigo para a agência. Minha alegria se vai quando observo o carro do meu Tenente que também é muito caro para quem trabalha no FBI o que nos remete a questionar de onde o mesmo acumulou toda essa fortuna
"Importante é saber que tudo é um processo e não um acontecimento. Sem esforço, sem dedicação, sem dor e desafios não há resultados!"━─━────༺༻────━─━Estou trabalhando quando Jane vem me avisar da reunião.— Villin o Tenente pediu para te chamar, tem um novo caso. — Me levanto e acompanho a mulher loira, magra e de seios fartos para a sala de reuniões.Ela é bem bonita só que não faz muito meu estilo, é muito oferecida, nada contra quem curte um lance casual, mas sou para casar e mimar minha mulher que, no fundo, desejo que seja Berriere. Só de lembrar dela um sorriso me vem aos lábios.— Está sorrindo de que Villin? — me tira dos meus pensamentos — Sou solteira, mas tenho minhas preferências. — Diz me dando uma piscadela.Do que será que ela está falando? Mantenho contato visual tentando entender o que quer dizer com isso. Por fim desisto já que não me interessa. — Louca.— Você estava olhando para minha bunda e sorrindo né Monspie. — toca meu peito intimamente — Podemos tomar um vi
— Bom dia Villin. O que está acontecendo com você? Estou preocupado. — Vejo verdades em suas palavras.— Bom dia Diretor, estou meio estressado e meu tenente é um babaca. Quero sair do departamento, pedirei demissão, cansei de ser peão. — desabafo — Ele sempre leva os créditos por algo que realizamos em equipe.— Ok. — ele fecha a porta e se junta a mim em minha mesa — Se não sair agora estará me fazendo um grande favor.Penso: — um favor para o diretor do FBI. Interessante e pode ser muito útil para mim no futuro.— No máximo 30 dias e vou lhe cobrar esse favor. — deixo claro que é uma via de mão dupla e que não vou aturar as baboseiras do Omar em vão.— Não sendo ilegal terá minha ajuda.— Não é, quero adquirir a paternidade de uma menina xiita que se encontra em Bagram nesse exato momento. — Confesso meus planos. — Tens a minha palavra que vou verificar o que posso fazer e como anda a investigação? — É claro que ele sabe que o Tenente está na minha mira, tudo que fiz foi com o seu
"Bons amigos são como estrelas: nem sempre podemos ver, mas temos certeza que estão sempre lá." ━─━────༺༻────━─━Assim que chegamos Ramón nos leva para um café próximo à mansão que trabalha atualmente, já que foi demitido do seu departamento.— Buenas tardes. — Jane o encara salivando — Vem madame.Faz sinal para uma linda mulher que nos dar um sorriso de boca fechada.— Ramón pare com isso de madame. — A mulher berra.Ele revira os olhos com o berro agudo que a tal madame deu. Nós quatro nos juntamos ao fundo do café, enquanto Dias faz o pedido dá início as explicações sobre o bando do nosso suspeito, dando conta que não os apresentei imediatamente me corrijo.— Jane esse é Ramón um grande amigo que vai nos ajudar com algumas informações sobre o Deldiabo. — Os apresento e vejo Jane quase se jogar no colo dele. Piora ainda mais quando a mulher que o acompanha os afasta enciumada. Seguro o riso para não o deixar ainda mais constrangido e observo de camarote toda a situação.— Porra,
"Fortes são aqueles que, apesar de julgados por serem quem são, não mudam para agradar os outros. Eles nos chamam de sonhadores, mal sabem eles que somos os que menos dormem." — Autor desconhecido.๑Nova York - sexta-feira | 2019.Estou esperado o Enzo atender a ligação e nada. Meu coração está apertado há dois dias não consigo falar com eles. Teve um ataque próximo à base e tiveram que se mudar para outro local, sei que eles foram juntos, mas ela é minha princesinha, minha Samir e isso me deixa bastante nervoso ainda mais que o habitual. Tento mais duas vezes e na segunda ele finalmente atende.— Monspie meu filho. — percebo que está todo sujo — Consegui uma área, fica tranquilo que estamos bem. Né Samir. — A segura no colo para poder conversar com os dois na chamada de vídeo.— Sim, cadê meu papaizinho. — meu coração acelera só de ouvir isso, meu papaizinho. — Papai. — minha princesinha grita — Meu dentinho caiu, minha fada madrinha Enzo botou chocolates no meu travesseiro que eu
"Na vida temos 4 sentidos para viver: amar. sofrer, lutar e vencer. Então ame muito, sofra pouco, lute bastante e vença sempre. A vida é um constante recomeço. Não se dê por derrotado e siga adiante. As pedras que hoje atrapalham sua caminhada amanhã enfeitarão a sua entrada."━─━────༺༻────━─━Já passava das 05:00 PM quando minha mãe me ligou. Atendi sem demora. — Mons. Esqueceu que tem mãe? — Quanto drama! Nem parece que falei com ela ontem.— Vou jantar aí mamãe. Tenho que conversar com a senhora. — Decidi falar da Samir.— Combinado, irei preparar seu prato favorito. — Feliz confessa.— Vou levar um vinho e te contar um segredo que venho guardando faz um tempinho acredito que chegou a hora da senhora saber e tenho certeza que vai amar a surpresa. — Conversarmos mais um pouco e desligo.Termino tudo e sigo para casa dela. Assim que chego tomo um susto com Antoni, está ficando sério esse lance deles.— Entre meu filho. — estreito os olhos para ele — Não me olhe assim.O cumprimento e