Aburbuply – O banquete (parte 2)
Os Lamiantikis foram os primeiros a morder os pescoços dos prisioneiros, bebiam o sangue avidamente como quem não se alimentava há muitos dias.
Uma sede imensa tomava conta deles, por mais que bebessem o sangue, não se sentiam satisfeitos, queriam ainda mais do que aquilo, sentir o liquido quente descendo para seus estômagos os inebriando a cada gota.
Não demorou muito para que os primeiros sintomas aparecessem, alguns lacaios caiam ao chão convulsionado e vomitando sangue, além de pequenas queimaduras surgindo na pele, os gritos de desespero chamaram a atenção dos Lamiantikis e do conselho que os observavam com olhares espantados, sem entender o que acontecia.
A visão aterrorizante parecia um filme de terror, os gritos de desespero não era algo que Pérola gostaria de ver em toda a sua vida, as coisas saíram do controle, tantos os lobos quanto os vampiros perderam totalmente a noção do que era certo e
Pérola enchera a cuia pela última vez com seu sangue, deu de beber aos dois últimos vampiros desacordados. Aparentemente estavam bem melhor, fez com que todos vomitassem o sangue envenenado que haviam tomado na noite anterior, infelizmente nem todos os Lamiantikis e conselheiros sobreviveram, apenas uma parte foi salva, mas para ela já era mais do que suficiente. Os havia levado para a galeria onde tivera o último encontro “cara a cara” com Uyara, por ser o lugar perfeito para mantê-los escondidos até que se recuperassem o suficiente. Suspirou pesadamente encarando os corpos dispostos no chão do pequeno cômodo, esperava que os Bibitisanguins libertados não os encontrassem ali durante a noite, Pérola não tinha garantia de que conseguiria retornar no mesmo dia, passara mais uma noite acordada sem alimentação, nem mesmo bebera água. Os sintomas de exaustão tomavam conta de seu corpo, iria encontrar os outros para ajuda-los a retornar a Novamur Bemybri, e
Aburbuply Pérola transformou-se novamente após relembrar aos alfas e líderes o que devia ser feito, também os instruiu a permanecerem calmos caso os vampiros aparecessem antes que ela retornasse com notícias sobre os governantes vampíricos, ou mesmo com os próprios. A loba vermelha correu para fora da cidade dos lobos os deixando apreensivos sobre tudo o que poderia acontecer em sua ausência, estavam receosos de que a atitude deles fosse interpretada de forma errada, ou mesmo os Bibitisanguins resolvessem aparecer em algum momento inoportuno. Os guerreiros escolhidos como escolta vigiavam avidamente os arredores, haviam se posicionado no salão de festas e como Pérola pedira, os corpos foram devidamente recolhidos e preparados, por causa do mal cheiro que começava a dar sinal, em seguida banhados em óleos perfumados e enrolados em grossas peles. Organizaram os corpos, uns do lado dos outros, de maneira organizada, as cadeiras e mesas r
O PASSADOS DOS LOBOS E FEITICEIROS – SÉCULOS ANTES Depois da primeira visita dos vampiros, outras foram feitas, mas, de repente nada... Dália esperou por semanas que os vampiros retornassem como prometeram, infelizmente não foi o que aconteceu e mais uma vez sua pequena alcateia sofreu um ataque noturno dos Bibitisanguins. Frustrada e sem saída, se viu obrigada a desfazer a alcateia se encarregando de que os poucos sobreviventes fossem entregados sobre a liderança de outros alfas, ela nem mesmo teve forças para fazer o mesmo, preferiu permanecer sozinha revivendo seu fracasso. Conforme as semanas passavam e o outono se aproximava, Dália sentia-se receosa com o seu futuro, não queria abandonar o local onde nascera e se criara, tanto tempo dedicado e perdera por causa de uma decisão, isso é, ainda estava desacreditada de que errara totalmente, os vampiros pareciam dispostos a ajuda-la se retribuísse o favor. — Dália, a alfa que
Aburbuply Já passava do meio dia quando Pérola retornou a cidade dos lobos, não havia sinal dos vampiros, mas ela sabia que eles haviam estado ali recentemente, afinal, os encontrou durante o caminho devido a aura raivosa que expeliam. Pensou em tentar uma nova conversa com eles, porém, achou melhor esperar até saber o que tinha acontecido durante sua ausência, provavelmente só os iria irritar. Retornou a forma humana ainda na entrada da cidade, adentrou na primeira casa que encontrou e pegou roupas para vestir, apesar de não ter feito muita coisa, sentia-se bastante cansada, os últimos dias vinham sugando cada gota de energia que ela produzia, sabia que a jornada seria difícil, mas não imaginou que se tornaria tão estressante, a ponto de pensar em desistir de tudo. Primeiro preparou-se para uma guerra, depois decidiu evitar a guerra, agora não sabia o que realmente iria acontecer, preferiu não usar mais os dons por um bom tempo, tudo
Cinco dias depois... Darlan, em sua forma de lobo, corria rapidamente na direção de Senka o atacando com seus dentes afiados, no último segundo o vampiro conseguiu desviar e chutá-lo com força contra a parede da caverna. A cena repetiu-se várias e várias vezes, ambos não davam o braço a torcer e persistiam incansavelmente. — Quanto tempo mais isso vai durar? — Irina questionou afagando a sua barriga — É mais fácil o cansaço os dominar do que um conseguir superar o outro. — Bom, eu apostei no lobo. — Hades sorriu — Estamos parados há muito tempo, um pouco de sangue derramado não faz mal a ninguém. — Pois eu aposto em Senka. — Mario pegou uma pedra atirando em Darlan o distraindo momentaneamente. — Isso é trapaça. — Hades resmungou — Só porque é velho e está doente não quer dizer que pode fazer o que quiser. — E o que você vai fazer? Me atacar? — provocou — Posso estar “doente”, mas sou mais forte que você e aind
Maeve e Layla sentaram-se sobre almofadas, enquanto os observava se acomodarem. — Podem começar com seus... esclarecimentos. — Maeve debochou. Pérola engoliu em seco encarando as duas vampiras a sua frente, respirou profundamente para afastar a raiva inicial que sentira, até porque precisava tomar cuidado com cada palavra que sairia de sua boca, ou todo o esforço seria perdido. — Bom, há muitos séculos vocês, os vampiros, tentaram uma aliança com os lobos, no entanto, não obtiveram um bom resultado imediato, até conhecerem a alfa Dália. — ela disse notando a face de desgosto delas — Depois de um tempo estreitando os laços acabaram sendo “traídos”, caindo em uma armadilha feita pelos lobos e feiticeiros, os quais desejavam a morte imediata do seu povo. — Até o momento não esclareceu nada, apenas enfatizou acontecimentos passados. — Layla ergueu a sobrancelha — Está tentado ajudar o seu povo ou a nós? A loba sorriu forçadamente. — O pont
A medida que o sol ia se pondo, o exército de Novamur Bemibry se mostrava imponente atravessando os portais até a clareira, as expressões nervosas, os passos pesados e os burburinhos insistentes. O coração de Zara acelerava gradualmente, Pérola havia desaparecido há bastante tempo e ainda nenhuma notícia tiveram, ela queria poder ser útil naquele momento, querendo ou não, o seu companheiro estava entre os guerreiros que lutariam, temia que algo ruim acontecesse com ele ou que a situação saísse do controle provocando mais mortes desnecessárias. Os representantes de cada lado caminharam para um ponto neutro, no centro da clareira onde discutiam um tanto eufóricos, Zara os observava com bastante atenção, mas mesmo com a visão aguçada sentiu-se frustrada. — Não consigo escutar o que eles dizem. — Irina resmungou — Apenas palavras desconexas, ou ruídos. — Você consegue escutar a voz deles daqui? — Darlan questionou. — Da mesma forma que o olfato de
— Dispenso elogios, apenas fiz o que achei necessário. — Absalom acenou com as mãos enrugadas. — Seria ainda mais falta de caráter da sua parte, querer ser elogiado por algo tão vil. — Zara revirou os olhos. — Futuramente vão perceber que os meus atos tiveram um peso grande na liberdade do nosso povo e irão me agradecer. — disse sem se importar com as palavras da loba — Não sou tão “vilão” assim, como fazem parecer. — Diga, Absalom, qual o plano de Pérola, ela resolveu mudar de ideia sobre um acordo de paz e agora pretende usar todo o poder que tem para nos eliminar? — Mario questionou — Seria bem impressionante na verdade, uma reviravolta “inesperada”. — Eu não faço ideia dos planos da loba vermelha, mas posso afirmar que ela não mudou de ideia sobre seus planos, é uma garota cheia de esperanças e sonhos utópicos, vai demorar um pouco para perceber o quanto a vida é cruel. — explicou calmo — Precisamos ir agora, a vista é boa, porém, temos muito o qu