Minutos depois.
Estou andando há um bom tempo, o clima está bom hoje: está fazendo um pouco de sol, as flores estão tão lindas, floridas, a grama bem verde, o cheiro então, nem se fala, amo sentir esse contato com a natureza.Fico admirando o lugar. Começo a seguir a trilha que é de uma fazenda de uma amiga de minha mãe.Chegando perto, vejo uma pessoa caída perto de uma árvore, usando um casaco preto. Ele está do outro lado da fazenda. Fico olhando de modo suspeito. Quem será?Chego perto da tal pessoa.Quando me aproximo, me agacho e toco na pessoa, ela não tem reação nenhuma.Vejo que está de capuz, me atrevo a baixá-lo, faço isso com muito cuidado e vejo que é um rapaz, um homem na verdade.Cabelos longos até a nuca de cor preta, seus olhos estão fechados, ele está suado, toco lentamente em seu pulso e sinto que ele está com a respiração irregular, bem lenta. Fico apavorada.Começo a lhe chamar.— Senhor? Está tudo bem?Repito várias vezes e nada…Céus e agora ??Toco nele de novo e começo a olhar se ele tem vestígio de algum machucado, não vejo nada, não tenho coragem de ver sua barriga ou costas, seria invasor demais.Mas crio coragem de algum modo e me agacho mais, levanto seus braços e os coloco em meus ombros, agarro sua cintura com força e consigo o levantar com certo esforço.Rapidamente coloco suas mãos sobre meu pescoço. Com uma das mãos, seguro seus braços e com a outra seu quadril para ele não cair.Ele é…. Pesado… nem sei como ainda não caí com ele.Consigo olhar bem para seu rosto.Ele aparenta ter mais de vinte anos, é bem mais velho que eu, e atraente, paro de pensar nisso e tento o chamar mais uma vez:— Senhor? Por favor, acorde.Imploro mais uma vez, esse Senhor deve estar doente, pode ter problemas do coração, eu não sei o que fazer.Ele é pesado, não vou conseguir segurar por muito tempo.Fico fitando-o e vejo que devagar ele abre os seus olhos.Seus olhos são grandes e verdes... Igual ao do lobo que sempre vejo à noite.Por um segundo um pavor me consome quando ele me olha intensamente, de um modo estranho, me intimida.Levo um susto soltando o homem, me desequilibro e tombo para trás, mas ele me segura antes que minhas costas atinjam o chão. Ele me pegou rapidamente e me puxou para ele.Nossas testas se tocam.Estamos muito perto. Sua respiração está acelerada, eu consigo escutar o som do seu coração. Ou será que é o meu?Nossos olhos não desgrudam uma vez sequer.Olho para sua boca entreaberta, esse homem é misterioso e muita lindo. E tem um cheiro muito bom. Nunca estive perto de um homem assim, ele parece ser bem forte…Continuamos a nos olhar, e pisco algumas vezes saindo do transe e me afasto dele.Sinto seus braços me soltarem, até que enfim.Recupero o fôlego e digo:— Ehh. Você está bem? Você… estava desmaiado. Precisa de um médico?Falo toda atrapalhada olhando para ele.O homem me olha do mesmo modo, me deixando desconfortável.Ele então arruma sua postura, limpa o suor de sua testa e de sua nuca, respira fundo e diz dando um leve sorriso.— Obrigado por me ajudar moça, tenho um problema de saúde, não é nada grave, me sinto um pouco melhor. Só preciso tomar meus remédios quando chegar em casa. Eu moro ali. — Ele diz com a voz bem baixa, parece meio cansado.Ele aponta para uma fazenda bem pequena à direita. Mesmo sua voz estando cansada, ele até parece estar bem, é super estranho encontrar um cara desmaiado assim, bom, eu achei.Como alguém tão jovem como ele pode ter problemas de saúde?Olho para seu lar e retorno a olhar o homem.Sua voz rouca é sexy e grossa… não é tão estranha para mim, parece que já ouvi antes, mas… eu nunca vi esse homem desde que me entendo por gente, e já passei várias vezes aqui, mas nunca conheci ninguém que mora na fazenda dele. Enfim, isso é estranho, certo?Paro de pensar nisso e o respondo:— Ah, sim, bom, cuide-se, viu? Eu fiquei sem saber o que fazer, nunca passei por uma situação dessas. Você é novo aqui?Sou ousada e faço a pergunta.Ele sorri para mim, um sorriso lindo, admito.Ele arruma seus cabelos lisos e diz:— Me mudei há pouco tempo, era de outra cidade. Me desculpe se a preocupei. Bem, pode me chamar de Edmon. E você é?Ele fica curioso, arrumo meu capuz escondendo minha face dizendo.— Sou Lua, foi um prazer te conhecer. Sinta-se à vontade aqui. Bom, eu vou indo, tenho coisas para fazer em casa. Até mais.Aceno para ele, assim que me viro escuto sua voz:— A gente se vê, Lua. Obrigado pela ajuda.Não consigo me virar para encará-lo, esse homem me faz sentir sensações estranhas como Déjà vu, mas nunca o vi antes, isso é mais estranho ainda.Eu respondo ainda de costas.— Não foi nada. E se cuide.Digo começando a caminhar indo para minha casa.Relaxo os ombros e sigo adiante sem olhar para trás.Esse cara é bastante estranho, mas não tenho que me preocupar. Penso comigo mesma seguindo em direção a minha casa.Caminhando até meu lar, fico respirando esse ar fresco e gostoso, fico pensando em como em esses oitos anos que se passaram foram ótimos, entre elas um mistério aconteceu, esse lobo que sempre vejo durante a noite, me pergunto, o que ele quer? E esse homem que acabei de conhecer, ele é bastante misterioso, deve ser novo por aqui, tudo isso é bastante interessante, e como adoro mistérios e essas coisas, fico querendo descobrir.Pareço louca, mas essa sou eu. Meu pai Frederick e Louris jamais poderão saber, como eles são preocupados e temem por esse lobo a anos, é melhor eu não contar a ninguém. Eu não acreditava no lobo da história, mas a partir do dia em que o vi quando era criança, passei a acreditar.Penso comigo mesma caminhando mais rápido colocando as mãos no bolso da capa, penso confiante de que vou descobrir em breve sobre esse lobo e esse Edmon.Dias seguintes …Faço como sempre em todas as manhãs: ajudo meus pais na fazenda e depois vou passear na floresta. Hoje ajudei com os animais, cuidei dos cavalos, alimentei as cabras e afins, vendi nossas mercadorias também: queijo, ovos, leite, vários tipos de doces, manteigas, bolos e biscoitos. Lucramos um bom dinheiro também. Sem falar que vendemos carnes de vaca, porco e galinha e também tem nossa horta. Só não matamos as cabras, elas nos rendem leite e as ovelhas, lã. Assim que termino de ajudar, pego minha capa e vou sair como o habitual.Despeço deles e começo a caminhar.Hoje está um pouco frio, mas o frio não me impede de sair de casa, pois amo sair e caminhar por aí, faço uma rota diferente hoje. Em vez de ir perto da trilha da fazenda da amiga da minha mãe, sigo pela trilha que leva à floresta. Começo a andar na trilha, minha arma como de costume está dentro da minha calça, e como meu casaco é longo, é bem difícil alguém conseguir ver.Vou caminhando olhando para os la
Minutos se passam…Assim que me acalmo, vejo meu irmão chegando de carroça.Ele desce e me cumprimenta. — Oi irmã, o que está fazendo no chão?Ele pergunta curioso, me analisando por inteira. Eu me levanto arrumando meus cabelos que devem estar bagunçados, e digo. — Eu acabei de chegar, estava caminhando.Ele diz dando de ombros. — Como sempre, né? Por isso está tão corada, use protetor irmã, se cuide.Eu assinto para ele, meu irmão continua. — Bom, estava vindo para cá e um fazendeiro me pediu ajuda, quer vir comigo?Eu concordo, mas digo ao me lembrar de meus pais. — Vou avisar nossos pais primeiro.Ele se aproxima estendendo algo em minha direção. — Use isso.Ele estende uma coisa estranha na minha frente. Fico sem entender. — Como isso vai me ajudar a falar com meus pais?Ele ri baixo.— Esqueci que você nunca morou na cidade. Isso é um telefone celular, igual ao da fazenda, é pra ligar. Mas, esse é mais moderno, além de fazer ligações, dá pra você fazer várias coisas, dep
Horas depois…Tudo foi muito estranho…O encontro com Edmon pela primeira vez.O encontro com o lobo e com o Edmon novamente. Sinto um certo medo quando olho nos olhos dele, por que se parece tanto com os olhos do lobisomem?E não sei por que me senti tão mal e quase caí no chão, o que foi aquilo? Nunca fui de passar mal.Estou com certo medo agora, sinto que não terei paz, aquela fera agora vai me perseguir, e não quero contar aos meus pais sobre isso, o que eles iriam fazer? Vou guardar isso para mim, pelo menos por enquanto.Decido tomar um banho antes de dormir. Tudo isso que pensei me fez mal de certo modo.Depois do banho coloco uma roupa de moletom e fico olhando para o aparelho que meu irmão me deu, ele disse que ele faz bastantes coisas, mas não é moderno que nem o dele. Eu sei que vou custar a mexer nesse, não quero um moderno. Eu não sei sobre nada das tecnologias da cidade.Ele me ensinou como mandar mensagens, como responder mensagens e como fazer ligações. Mas acho que
LUAFico olhando para os lados, a carroça se move mais rápido, vamos para a cidade. Vou vê-la pela primeira vez, nunca fui à cidade. Temos um médico de confiança que sempre vinha ver como estava meu irmão, eu nunca precisei ir ao médico, por isso nunca tive motivos para ir à cidade, mas hoje pode até ser bom, assim espero.Chegando no fim da roça, meu irmão desce da carroça e diz:— Deixo minha carroça aqui com esse senhor. Ele cuida aqui pra mim, vamos pegar um táxi agora.Ele me diz e dá uns trocados para o Senhor que sorri gentilmente.Pego minha mala e meu irmão uma mochila dele e vamos até uma avenida próxima, ele senta em um banco e sigo logo atrás dele. Me sento e meu irmão faz a ligação, deve estar ligando para o táxi.Ficamos ali esperando por um momento.Fico olhando para a avenida que está bem movimentada, é até um cenário bom.Logo avisto um táxi amarelo, meu irmão se levanta e diz que é o nosso veículo.Entramos nele e ele diz seu endereço ao taxista.Fico olhand
LUAHoras depois...Meu irmão me fez usar um vestido, que comprou para mim a um tempo e só me entregou agora, ele estava com vergonha de me dar o vestido no passado, mas agora foi uma boa oportunidade para me dar.Eu agradeço sem graça e segurei o tal vestido, tenho que usar porque pessoas de boates usam isso, bem, se ele diz, deve ser verdade, mas me sinto estranha.O vestido é azul escuro, ainda bem que não é tão curto, bate nos joelhos, também não é tão colado, mas como ganhei corpo, meus seios marcaram um pouco o vestido e meu bumbum também está bem-marcado, mas ainda bem que esse vestido não é decotado. Faço uma careta me olhando, então vejo Bia chegando, ela me elogia e diz:— Vou te ajudar, vou fazer uma maquiagem bem leve e arrumar seu cabelo, posso? Eu dou de ombros. — Bom, não tenho escolha, pelo menos hoje farei isso.Ela então vem com uma bolsinha cheia de coisas dentro, deve ser algo para fazer essa tal de maquiagem.Não demora muito e ela me arruma toda, pas
Ele se vira quando sente minha presença e desencosta da parede, me analisa por completo e diz: — O que está achando daqui? Já veio para a cidade antes?Eu nego com a cabeça, ele fica surpreso.— Nossa…, mas, é muito bom aqui, tenho certeza de que ia gostar de cinema.Cinema? Fecho o semblante sem entender, me aproximo dele, levanto meu rosto para olhar para ele. — O que é isso?Pergunto envergonhada sorrindo de canto. Ele sorri, e aquelas covinhas aparecem novamente. — É um lugar onde você vê filmes inéditos, que acabaram de lançar. É muito bom.Eu fico surpresa e o respondo.— Com certeza irei amar. Quem sabe posso ir um dia. Me desculpe por não entender um pouco das coisas aqui, mas não entendo nada sobre a cidade. Ele diz sorrindo, mas dá de ombros. — Não se preocupe, e sobre o cinema, posso marcar com seu irmão um dia desses.— Seria muito bom. Aliás, você frequenta muito aqui? Quando te vi, parecia que estava procurando por alguém. – Jogo na cara dele, estou c
Mais tarde...Já chegamos no restaurante, fomos de táxi.Estou morta de fome. Assim que nos sentamos, já olho logo o cardápio para escolher o que quero.Meu olho se arregala quando vejo o nome "Lámen com legumes", eu quero muito comer isso. Sempre vejo essas comidas em seriados e doramas que assisto, quero muito experimentar, mesmo morando na zona rural, assisto de vez em quando séries e afins. A moça vem anotar os pedidos, uma morena bem baixinha, eu digo: — Quero o pedido 25. Ela anota e meu irmão pede o pedido 12, Júnior também pede a mesma coisa. Edmon fica olhando mais um pouco e diz:— Quero o pedido 25 também, nunca provei lámen. E quero um suco de dois litros de maracujá.A moça anota e diz:— Você vai gostar muito do Lámen. — Ela sorri para ele mordendo o lábio, querendo chamar a atenção dele, e sinto um sentimento estranho. Não entendo o que é. Sei porque ela olhou para ele desse jeito, mesmo não querendo admitir, Edmon é o mais bonito daqui seus olhos verdes
LUAAlgumas horas depois…Escuto alguns passos vindo até mim, abro os olhos rapidamente, Edmon se senta do meu lado. Meu Deus, dormi aqui? Já amanheceu? Vejo o sol pela janela. Eu dormi, e não sonhei nada, até que enfim. Sinto um alívio.Olho para ele meio sonolenta, solto um bocejo e levo a mão na boca, ele sorri e diz:— Bom dia! Eu sorrio torto me arrumando no sofá. — Bom dia. Acordou agora? – digo com a voz sonolenta. Ele assente e sorri me olhando. Eu devo estar com a cara amassada, cabelos bagunçados, céus que situação tensa.— Eu vou ao banheiro, todos já acordaram? Ele nega.— Somos os primeiros a acordar, na verdade a tal da Bia acordou, ela está fazendo o café. Eu assinto e digo.— Certo, vou lavar o rosto e podemos comer. Acho que meu irmão e o seu vão demorar a acordar. Ele sorri concordando.Eu me levanto, coloco os travesseiros no lugar e desligo o abajur, vou logo em seguida ao banheiro, lavo meu rosto que está super rosado, meu Deus. Penteio meu