Daniela sentia um frio penetrante. Ramon a abraçava, murmurando em seu ouvido: — Não se preocupe, eu estarei com você. Uma lágrima cristalina deslizou do canto dos olhos de Daniela, se infiltrando em seus cabelos nas têmporas. — Eu o odeio, mas... Agora meu coração dói. — Disse ela com a voz rouca e trêmula. Ramon respondeu: — Eu sei. "Getúlio é o pai dela, é a família dela, como ela poderia não se importar nem um pouco?"— Eu... Eu preciso ver ele. — No segundo seguinte, ela se levantou em pânico. Ramon a ajudou a se vestir. — Não se apresse. — Como não posso me apressar? — Ela gritou de repente. Ela estava excessivamente agitada e, após gritar, percebeu que não deveria ter sido impulsiva, mesmo que estivesse triste, não deveria ter se irritado com Ramon. — Desculpe. — Disse ela em voz baixa. Ramon enxugou suas lágrimas. — Como eu poderia te culpar? Ela olhou para Ramon, atordoada, e de repente se jogou em seus braços, chorando alto, com os ombros tremendo! Ramon a abr
— A propriedade da família Vieira não é algo que você possa decidir, Verônica. Descobrirei como meu pai morreu, e se você tiver alguma relação com isso, não vou te deixar em paz. — Daniela afirmou friamente.Verônica respondeu imediatamente:— Se ousar disputar a herança com meu filho, eu também não a deixarei em paz!— Mãe... Caio tentou aconselhar Verônica, Getúlio havia falecido recentemente, e eles discutiam ao lado de seu corpo, era envergonhoso. Como poderia o falecido descansar em paz?— Caio, eu lhe digo, não se deixe enganar por seu pai, sou a pessoa que mais está próxima de você. O que Daniela significa para você? — Verônica perguntou com severidade, irritada porque Caio sempre favorecia Daniela.Ela culpava Getúlio por incutir ideias erradas em Caio. Daniela e Caio eram irmãos, mas filhos de pais diferentes, que tipo de relação eles poderiam ter?Ademais, a relação ruim entre ela e Daniela assegurava que Caio nunca poderia se tornar um parente próximo de Daniela. Especialme
A manhã ainda estava um pouco fria. Ela cruzou os braços. Se ela tivesse contado mais cedo a Jandaia, pelo menos eles poderiam ter se visto uma última vez. A morte de Getúlio foi inquieta, será que ele se arrependeu de não ver Jandaia pela última vez? — Em que você está pensando? — Uma peça de roupa foi colocada nos ombros de Daniela! Daniela virou a cabeça e viu Ramon, com seus traços profundos, diferente de seu habitual meticuloso e limpo, agora parecendo um pouco desleixado e mais acessível. Ela discretamente desviou o olhar. — Acabei de ligar para minha mãe, eu deveria ter contado a ela mais cedo, sinto que a impedi de ver meu pai pela última vez... Ramon disse: — Não é culpa sua. Eles têm seus próprios pensamentos e escolhas. Se duas pessoas se amavam, elas não se separariam. Já que se separaram, foi uma decisão deles, não era algo que outros pudessem interferir, especialmente porque eram adultos com a capacidade de pensar independentemente. Então, Daniela realm
A pessoa que salvou Daniela era Caio!— Caio! — Verônica correu até ele em pânico, temendo que algo terrível tivesse acontecido ao seu Caio!Ela levantou o suporte de metal e pegou Caio, que estava desacordado, batendo em suas bochechas:— Caio, acorde, por favor, não me assuste assim...Verônica chorou verdadeiramente, pois ele era seu único filho e ela depositava todas as suas esperanças nele. Se Caio morresse, ela também não iria mais querer viver.Ela fez tudo isso por Caio!Verônica disse a Caio:— Você está louco? Por que salvaria essa mulher que disputa a herança com você?Daniela estava com os joelhos sangrando bastante, ignorou suas próprias feridas e pegou o celular para ligar para a emergência do hospital.Ela caminhou mancando até lá para verificar a gravidade dos ferimentos de Caio, mas Verônica pensou que Daniela queria fazer mal ao seu filho e a empurrou:— Não toque no meu filho!Daniela tropeçou.— Se você não quer que seu filho se machuque ainda mais, me deixe ver, so
Daniela se sentia uma mãe inadequada.Ela não havia proporcionado um lar completo para seu filho, nem esteve ao lado deles o suficiente.— Seu pai... — Jandaia começou a falar.Foi então que Daniela levantou a cabeça para olhar para Jandaia, que parecia abatida, e, evidentemente, tinha chorado.— Desculpa, mãe, eu deveria ter te contado antes, para que você pudesse ver ele pela última vez. — Ela estava arrependida.Jandaia não culpava Daniela. Na última vez que Daniela havia mencionado, foi ela quem não deu atenção.Ela suspirou profundamente:— Embora eu tivesse muitas queixas e ressentimentos contra ele, agora que ele se foi, os problemas do passado não importam mais. Eu voltei também porque fomos casados, para o ver pela última vez. — Jandaia entregou as coisas de Anjinho para Daniela. — Anjinho ainda é pequeno, leve ele de volta com você, eu irei sozinha.Daniela estava preocupada:— Eu fico com você...— Anjinho é pequeno, não o leve para ver um morto, eu irei sozinha. — Jandaia p
Enquanto falava, Berta viu Daniela segurando um pequeno bebê em seus braços e rapidamente se aproximou, indagando: — De onde veio este bebê? — Sem esperar pela resposta de Daniela, ela já conjecturou. — É o filho da Srta. Bianca? Bianca olhou para Daniela, e um sorriso se formou no canto dos seus lábios, impregnado de ternura: — Eu realmente gostaria que fosse meu filho, mas não tenho essa sorte. Então, Berta ficou surpresa: — Então, de quem é este bebê? — É meu filho. — Disse Daniela. Berta arregalou os olhos: — Sra. Mendes... O que você disse? De quem é este bebê? — Rapidamente, ela pensou. — Será que este bebê é do Sr. Ramon? Daniela balançou a cabeça. — O quê? — Berta ficou perturbada. — Se não é filho do Sr. Ramon, então de quem é? Daniela não negou, apenas disse: — Não sei. — Dani. — Uma voz grave e carregada de raiva soou atrás dela. Daniela se virou e viu Cassiano apoiado em uma bengala, parado no limiar da porta, parecendo ter ouvido a conversa de B
Daniela sentia um aperto no peito, como se algo a prendesse, impossibilitando ela de respirar. — Você não vai se recusar, vai? — Cassiano observou seu semblante perturbado. — Você realmente vai deixar que um filho de outro homem chame Ramon de pai? Você acha isso possível? Ramon aceitaria isso? Eu aceitaria isso? Daniela realmente não havia pensado em tudo. Ela negligenciou um detalhe. "Ramon é o herdeiro da família Mendes, com uma fortuna incalculável. Quanto maior a família, mais cautelosos são com o sangue." "Mesmo que Ramon diga que não se importa, que pode tratar essa criança como se fosse sua, Cassiano permitiria que Ramon criasse um filho sem laços de sangue com a família Mendes?" "Em uma família comum, talvez fosse aceitável, mas os Mendes são uma família rica. Embora não sejam a realeza com direito a um trono, ainda assim há muita riqueza a ser herdada. Agora vejo que pensei de forma muito simplista." Ela só pensou em si e em Ramon, negligenciando muitos fatores ext
— Eu alimentei Anjinho com leite e o fiz dormir. — Disse Bianca, preocupada com Daniela, pois Cassiano parecia mal, o que a fazia temer que ele estivesse causando problemas para Daniela. Daniela balançou a cabeça: — Vamos embora. — Para onde? — Perguntou Bianca. De fato, Daniela também não sabia... Ela só sabia que precisava pegar Anjinho e ir embora primeiro. Bianca a ajudou. — Dani, você está realmente bem? — Bianca perguntou, notando sua expressão sombria. — Eu acho que fiz muitas coisas erradas... — Disse Daniela sombriamente. De fato, a presença de Cassiano fez com que muitas coisas lhe ficassem claras. Ela estava cega pela emoção, pensando ilusoriamente que poderia ficar com Ramon, enquanto Anjinho era uma barreira intransponível entre eles. O complicado background familiar de Ramon significava que uma criança de outro homem nunca seria aceita, e ela não poderia permitir que seu filho sofresse. Se ela deixasse Anjinho na família Mendes, seu filho certamente s