Ramon não se mexeu. Daniela abriu os olhos e piscou: — Você quer comer o meu, não é? — Antes que Ramon pudesse responder, ela continuou. — Eu bebi da sopa, tem saliva. Ramon disse: — Não me importo que você tenha bebido dela. Daniela ficou extremamente surpresa, seu queixo quase caiu! "Isso ainda é o Ramon que eu conheço? Quando ele começou a ser tão desleixado?" Ela segurava a tigela, como se temesse que Ramon a roubasse. Não porque ele beberia daquela tigela, mas porque era a que ela tinha bebido, e ela realmente se sentia envergonhada de oferecê-la a Ramon. Eles ainda não estavam em um ponto em que poderiam compartilhar uma tigela! — Seu rosto está vermelho? — Ramon riu baixo. — Está envergonhada? Isso é muito inocente. Daniela tocou seu rosto e contestou: — Quem está vermelha? Eu não estou, não fale besteira. Ramon não discutiu com ela, mimadamente disse: — Está bem, se você diz que não, então não está. O coração de Daniela apertou, e seu olhar se tornou
Ramon olhou de cima a baixo o entregador, fixando seu olhar no grande buquê de rosas que ele segurava. "Essas flores são para quem? Para Daniela?" Nesse momento, Daniela, curiosa, esticou o pescoço e perguntou: — Quem está na porta? Sentindo o frio emanar de Ramon, o entregador respondeu cautelosamente: — Por favor, a Srta. Vieira está aqui? Sou um entregador da entrega local e tenho um pacote para a senhora. Poderia assinar aqui, por favor? — Quem te mandou trazer isso? — Perguntou Daniela. O entregador respondeu: — Foi um tal de Sr. Ribeiro. O olhar de Daniela imediatamente se voltou para Ramon, cujos traços faciais estavam tensos. Embora ela visse apenas seu perfil lateral, era possível sentir seu descontentamento. Ela sabia que Ramon já havia adivinhado que foi Fausto quem enviou. Ela sabia que Ramon ficaria irritado, mas mesmo assim permitiu que o entregador trouxesse o item para dentro. O entregador, tremendo, se esgueirou ao lado de Ramon e entregou o gra
Ela baixou suavemente os olhos. — Dona Berta, arrume as coisas para ela. — Disse Nilton. Berta começou a arrumar as roupas que Daniela usava no hospital. Não eram muitas, e ela terminou rapidamente, enquanto Nilton levava a cadeira de rodas. Berta ajudou Daniela a se sentar. Nilton se aproximou, como se temesse que Daniela pudesse fugir. Ao ver toda aquela movimentação, Berta sentiu que algo estava errado e perguntou baixinho: — Sra. Mendes, você irritou o Sr. Ramon novamente? — Daniela não respondeu, apenas consentiu com o silêncio. — Por quê? Berta não compreendia como Daniela podia ter desavenças com Ramon. "Agora que ela é a Sra. Mendes, invejada por todos, por que ela sempre tem que irritar Ramon?" Berta realmente não entendia e isso a desagradava. Daniela começou a falar: — Porque... Ela ainda não havia terminado de falar, quando viu Nilton pisar nas rosas que Fausto havia enviado, as esmagando no chão, e disse a Daniela: — Isso também foi ordenado pelo
O médico não respondeu de imediato, mas indagou: — Onde está sua família? Verônica, que estava ao lado, se apressou em responder: — Sou eu, eu sou sua esposa. Quanto menos alguém possuía, mais deseja ter. Verônica era assim, temendo perder qualquer oportunidade de se afirmar, apesar de ser amante, declarava abertamente que era a esposa de Getúlio. Verônica perguntou: — Doutor, a doença do meu marido não é grave, certo? O médico respondeu: — Não é grave, não precisa se preocupar excessivamente. Vou prescrever um medicamento e ele precisará realizar outro exame. O médico redigiu uma receita e entregou ela a Getúlio, dizendo: — Vá, deixe sua esposa aqui. Getúlio percebeu que o médico estava tentando afastá-lo, então disse: — Doutor, fale diretamente comigo, não oculte nada, eu posso lidar com isso. O médico, visivelmente desconfortável, silenciou por um instante e declarou: — Está bem. — Ele revisou os resultados dos exames novamente e anunciou. — Você tem um t
Ela não experimentou nenhuma flutuação emocional devido a essas circunstâncias. A iniciativa foi de Fausto, ele se arriscou a fazê-lo, certamente estava preparado para enfrentar Ramon. Se ele não se tivesse preparado e, por isso, tivesse causado um grande prejuízo, só se poderia concluir que ele era insensato. — Você não tem nada a dizer sobre o homem de quem você gosta estar nesta situação tão trágica? — Ramon observava a expressão de Daniela. Embora Fausto tivesse explicado, ele não acreditou completamente. Ele mostrou isso a Daniela porque queria testar sua atitude. Depois de saber o que havia acontecido, Daniela não se importou, o que confirmou as palavras de Fausto. O que ele disse devia ser verdadeiro, se Daniela realmente gostasse de Fausto, como ela poderia não estar angustiada agora que ele enfrentava tal dificuldade? Por não gostar dele, ela não se importava. Embora o que ela e Fausto tivessem era fictício, o fato de ela querer se divorciar era real. Ela realmente est
— Solte minha mão. — Daniela lutou, dizendo em voz baixa. Ramon não soltou, envolvendo sua mão suave em sua palma e se inclinando para beijar sua boca. Normalmente, Daniela resistiria, mas, desta vez, ela estava surpreendentemente calma, não o empurrou e até mesmo fechou os olhos! Ela nunca havia, como naquele momento, ficado tão tranquila para sentir o cheiro de uma pessoa, sentir o que um beijo trazia ao seu coração. O beijo dele era macio, apaixonado, intenso. Era irresistível! Pela primeira vez, Daniela estava tão submissa, e Ramon queria mais, não estava satisfeito apenas com beijos. Seu beijo se aprofundava cada vez mais, tentando aos poucos tomá-la por completo, seus dedos deslizavam por seu colo, abrindo o colarinho de sua roupa, enquanto as alças caíam, e um arrepio percorreu o peito de Daniela, só então ela percebeu o que Ramon estava fazendo. Ela voltou a si do beijo, apressadamente se esquivando: — Não pode... Ramon, com um olhar embriagado, disse: — Você
Assim que entrou, ele gritou, abrindo a boca e a chamando de "irmã", falando de uma maneira bastante íntima. Daniela não demonstrou nenhuma expressão no rosto, nem se perturbou com o apelido.Daniela perguntou:— Você queria me ver? O que aconteceu?— Você é médica, com certeza conhece muitos especialistas competentes. Poderia encontrar alguém? Meu pai está muito doente, é grave, se ele não for operado logo... Ele pode não sobreviver muito tempo. — Caio falou isso com um soluço na voz.Um rapaz alto e aparentemente radiante, naquele momento parecia bastante desgastado.O coração de Daniela se apertou. Ela tinha suas suspeitas, mas ouvir isso ainda foi um choque.— O que os médicos disseram? Qual é a doença? — Ela perguntou, com a voz baixa.— Câncer cerebral, maligno, já se espalhou para os pulmões. — Disse Caio.Daniela ficou chocada:— Como assim?— Irmã, se você tem contatos, ajude a encontrar um bom médico para o pai, talvez ainda haja chance de cura. — Caio disse, ansiosamente.No
O funcionário repetiu mais uma vez e acrescentou uma explicação:— Este é um cartão sem limites, disponível apenas para contas com mais de dez bilhões depositados.A maioria das pessoas que podiam comprar uma máquina de café de topo de linha eram ricas, e o jovem, trabalhando na loja, já havia visto muitas dessas pessoas e entendia um pouco sobre o mundo dos ricos.Daniela ficou pasma.Ela se lembrou das palavras de Ramon, que tinha dito "compre o que você quiser".Agora, ela finalmente entendeu o significado daquelas palavras, mas... Como ela poderia aceitar tanto dinheiro de Ramon?O funcionário embalou as coisas, e Berta as pegou.— Seu cartão. — Disse o funcionário, entregando a ela o cartão com ambas as mãos.Daniela o pegou, e, mesmo sendo apenas um cartão, ela sentiu como se fosse muito pesado, pesado demais para segurar.Ramon tinha dito que gostava dela, mas ela sempre considerou isso uma brincadeira, nunca levou a sério.Se não fosse verdade, como ele poderia dar a ela um car